Por: Bruna Lobato
De: Poultney, Vermont, EUA
Email: brunalobato@revistafriday.com.br
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Vai fazer um ano que eu moro nos Estados Unidos, então dá para imaginar que eu leio cada vez menos em português. Onde eu moro, ainda bem, tem mais de uma biblioteca pública. Mas não é difícil deduzir que a coleção em português é muito reduzida e que, mesmo quando eu tenho acesso à abundância de livros em português, quando vou à bibliotecas maiores (as bibliotecas públicas de Boston e Nova Iorque passando pela minha mente), eu não tenho tanto tempo assim para lê-los.
Por outro lado, estou sempre lendo em inglês. Eu faço faculdade de literatura e escrita criativa por aqui, então, mesmo quando eu estou sem tempo de ler por diversão, eu não paro de ler livros para trabalhos da faculdade, etc. Por essa razão, constantemente eu acabo tendo ideias de escrever aqui sobre "um livro maravilhoso que eu li" e fico desapontada ao saber que não existe tradução de tal livro para o português.
Pensei que, ainda assim, eu deveria compartilhar a minha lista de livros não-traduzidos. Eles são livros muito bons e, alguns deles, de grande importância histórica. Além do mais, eu ainda tenho esperança que um dia eles sejam traduzidos para este idioma em que vos escrevo - nem mesmo que eu seja a pessoa a traduzi-los!
Segue a primeira parte da lista:
Por outro lado, estou sempre lendo em inglês. Eu faço faculdade de literatura e escrita criativa por aqui, então, mesmo quando eu estou sem tempo de ler por diversão, eu não paro de ler livros para trabalhos da faculdade, etc. Por essa razão, constantemente eu acabo tendo ideias de escrever aqui sobre "um livro maravilhoso que eu li" e fico desapontada ao saber que não existe tradução de tal livro para o português.
Capas de algumas das várias edições de Pilgrim at Tinker Creek, livro nunca publicado no Brasil
Pensei que, ainda assim, eu deveria compartilhar a minha lista de livros não-traduzidos. Eles são livros muito bons e, alguns deles, de grande importância histórica. Além do mais, eu ainda tenho esperança que um dia eles sejam traduzidos para este idioma em que vos escrevo - nem mesmo que eu seja a pessoa a traduzi-los!
Segue a primeira parte da lista:
1. Pilgrim at Tinker Creek da Annie Dillard:
Annie Dillard é uma escritora maravilhosa, com metáforas impressionantes e narrativas memoráveis. Os textos de não-ficção do seu livro Pilgrim at Tinker Creek saíram do diário do seu diário e descrevem o ambiente natural às proximidades da casa dela, em Roanoke, Virgínia, EUA.
O livro descreve Deus através dos estudos de criacionismo, levando, inclusive, alguns críticos literários a rotular Dillard como uma das mais importantes escritoras de horror do século 20. Este livro rendeu a Dillard o Prêmio Pulitzer de Não-Ficção de 1975 (o prêmio mais importante da literatura americana, organizado pela Universidade de Colúmbia), quando ela tinha apenas 29 anos.
Uma das minhas cenas favoritas do livro está bem no comecinho, uma em que o gato da Annie a acorda, depois de voltar da caça noturna, ao caminhar sobre o corpo dela, manchando-a com as suas patas sujas de sangue. "Parecia que eu tinha sido pintada de rosas", ela diz (tradução livre). No entanto, esse trecho foi o que mais gerou controvérsias, pois, na verdade, Annie nunca teve um gato, levantando a questão de o quanto de liberdade um escritor tem para inventar coisas em uma obra de não-ficção.
Eu acho a maior decepção que esse livro não tenha tradução para o português. Eu mesma já entrei em contato com editoras solicitando a tradução da obra, mas "o livro não teria espaço no mercado", eles dizem. Otimista como sou, penso que eles não podem estar falando sério.
Annie Dillard é uma escritora maravilhosa, com metáforas impressionantes e narrativas memoráveis. Os textos de não-ficção do seu livro Pilgrim at Tinker Creek saíram do diário do seu diário e descrevem o ambiente natural às proximidades da casa dela, em Roanoke, Virgínia, EUA.
O livro descreve Deus através dos estudos de criacionismo, levando, inclusive, alguns críticos literários a rotular Dillard como uma das mais importantes escritoras de horror do século 20. Este livro rendeu a Dillard o Prêmio Pulitzer de Não-Ficção de 1975 (o prêmio mais importante da literatura americana, organizado pela Universidade de Colúmbia), quando ela tinha apenas 29 anos.
Uma das minhas cenas favoritas do livro está bem no comecinho, uma em que o gato da Annie a acorda, depois de voltar da caça noturna, ao caminhar sobre o corpo dela, manchando-a com as suas patas sujas de sangue. "Parecia que eu tinha sido pintada de rosas", ela diz (tradução livre). No entanto, esse trecho foi o que mais gerou controvérsias, pois, na verdade, Annie nunca teve um gato, levantando a questão de o quanto de liberdade um escritor tem para inventar coisas em uma obra de não-ficção.
Eu acho a maior decepção que esse livro não tenha tradução para o português. Eu mesma já entrei em contato com editoras solicitando a tradução da obra, mas "o livro não teria espaço no mercado", eles dizem. Otimista como sou, penso que eles não podem estar falando sério.
...continua...
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