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VITRINE: O universo feminino de Isadora Almeida

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14 de março de 2014

Cinema "Eles Voltam"

Vencedor oficial na categoria de Melhor Longa de Ficção no Festival de Brasília, "Eles Voltam", dirigido por Marcelo Lordello, sensibiliza para o nosso cotidiano e disparidades sociais. 


Foto: Divulgação

Marcelo Lordello, o novo Cara: nascido em Brasília e radicado em Recife, começou a trabalhar com filmes ainda na faculdade, de forma amadora. 

Com o passar do tempo, e hoje trabalhando também com filmes publicitários, Lordello pode ser considerado um novo e promissor personagem do cinema brasileiro.


 Foto: Reprodução/Internet

Foto: Reprodução/Internet

Fugindo de esteriótipos e amarras de mercado, e buscando um viés seu, o diretor consegue imprimir a verdade que inspira o tema em cada cena de seus trabalhos, aparentemente sem pensar o que o público comprará, mas sim o que pode querer ver retratado, criando vínculos com o enredo.

Eles Voltam, le filme interessante: os irmãos Cris (Maria Lindíssima Luiza Fofa Tavares) e Peu (Georgio Bom Ator Kokkosi) viajam com seus pais por uma estrada de Pernambuco, e no meio do caminho são deixados na estrada. Eles, acreditando que os pais querem apenas assustá-los para que não briguem tanto, esperam horas até que voltem para os buscarem, mas isso não acontece. Peu vai buscar ajuda, mas também não volta. 


Foto: Divulgação

E é a partir desse ponto, que Cris, então convencida por um jovem desconhecido com o qual ela se assusta em um primeiro momento, começa sua peregrinação por redutos antes desconhecidos dela. O desfecho do que aconteceu para que os pais dos jovens os deixassem desprotegidos em um lugar desconhecido, que após certo tempo pode ser deduzido pelo público, traz a revolução discreta que a experiência causou na menina.

O Filme, e suas coisas de ideia e produção:  o longo prólogo é mantido de forma paralela aos sentimentos dos personagens que dele participam. Planos abertos, que demonstram o quão instáveis os irmãos estão ali, são sustentados por períodos longos sempre alinhados ao sentimento não exteriorizado de quem é focado. 

A sequência do filme revela situações com as quais Cris não está acostumada, como escassez de recursos, moradias precárias, contatos com pessoas com as quais ela em outra situação provavelmente não interagiria, e pobreza. As relações de poder e sociais são escancaradas a cada sequência.


Foto: Divulgação

Apesar de não percebermos desespero na menina, e vermos sim uma serenidade mesclada com preocupação de como voltar para casa, depreende-se de cada gesto sutil da acanhada Cris que mudanças estão acontecendo nela como pessoa. São esse movimentos, junto aos close, plano aberto, e gestos delicados da competente (e estreante) Maria Luiza, que dão as notas que embalam a ideia do filme: mostrar de forma abstrata as mudanças e evoluções acontecidas com um adolescente desamparado ali.

Marcelo Lordello apresenta o longa como uma realidade, graças a amigos que junto a ele abraçaram o projeto. Com uma verba de cerca de 47 mil reais, distribuída entre pessoas e materiais, o diretor arrisca e consegue de uma forma particular e sem as achismos do que o público irá querer, sair do circuito das mostras e salas de cinéfilos para o grande público. A distribuição do filme para as salas pode parecer acanhada, mas é uma alegria tê-lo perto com a arte e comprometimento que transbordam da tela.

Se alguma perto de ti estiver com Eles Voltam em cartaz, mais que sugiro!

Ficha:
Eles Voltam
De Marcelo Lordello 
Com Maria Luiza Tavares, Elayne de Moura e Georgio Kokkosi.
Drama - 2012 - 95 minutos - Brasil 


Beijinho de luz :)



Por: Bárbara Argenta
De: São Paulo - SP
Email: barbara.argenta@revistafriday.com

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7 de março de 2014

Cinema: "Caçadores de Obras-Primas"

George Clooney é um bom ator e uma grande estrela de cinema, mas as qualidades que fazem dele uma presença de tela tão atraente – seu carisma, seu toque light para a comédia, sua facilidade para gravitas – parecem abandoná-lo de imediato assim que ele pisa atrás de uma câmara. Os filmes que ele fez desde sua enérgica e criativa estreia com “Confissões de Uma Mente Perigosa” (que agora se parece com o trabalho de um diretor completamente diferente) foram imagens generosamente montadas, nostálgicas e de bom gosto, que lidavam com noções de honra e decência. Elas também têm sido bastante monótonas.

Foto: Reprodução/Internet
A vergonha de tudo isso é que Clooney tem um bom olho para uma grande história, ele simplesmente não tem a capacidade de realizá-la. Ele parecia ser o homem perfeito para fazer um screwball comedy (ou comédia maluca, como preferirem) dos anos 1930, mas a sua mão pesada na direção matou qualquer sentido de charme, humor ou diversão que poderia ter possuído, e Caçadores de Obras-Primas sofre um destino semelhante. Há muita promessa nesta história de soldados americanos sendo enviados para a Europa devastada pela guerra para salvar as grandes obras de arte que estão sendo sistematicamente destruídas ou roubadas por Hitler. Clooney define o filme como uma brincadeira no estilo “Onze Homens e um Segredo”, abrindo com uma elegante sequência de reunião de amigos, e nós introduz a um conjunto de artistas que parece nos prometer um bom tempo na poltrona.

Foto: Reprodução/Internet
George Clooney, Matt Damon, Bill Murray, Bob Balaban, John Goodman, Jean Dujardin e Hugh Bonneville estrelam como os soldados alistados para o serviço, com o britânico Dimitri Leonidas trazendo a idade média pra baixo e Cate Blanchett adicionando uma presença feminina insignificante. Os atores estão emparelhados em narrativas separadas que correm paralelas ao longo do filme, mas tudo o que fazem é sempre estranhamente suave e maçante. Damon e Blanchett fazem alguns gestos indiferentes acerca do romance entre os dois antes de, eventualmente, se deixarem levar, enquanto Bill Murray e Bob Balaban são configurados como uma dupla cômica que vive brigando, mas suas breves piadas são entregues com tão pouca faísca ou convicção, que é como se nós os observássemos em um ensaio inicial, lendo a primeira página.

Foto: Reprodução/Internet
Foto: Reprodução/Internet
Talvez o velho George esteja querendo nos dar a impressão de que o sentido de camaradagem que um filme como este nos propulsiona forma instantaneamente, através de grandes estrelas de cinema, algum tipo de alquimia. Ele não faz nenhum esforço para desenvolver esses personagens e suas relações anteriores com os outros através da narrativa; somos informados de que todos eles são tangencialmente ligados ao mundo da arte – curadores, restauradores, etc. – mas eles parecem ter pouco interesse ou perspectiva sobre as obras que estão procurando. Clooney mal nos dá toda a oportunidade de vê-lo por nós mesmos, a não ser alguns pares de close-ups apáticos e algumas breves cenas dos personagens de pé e totalmente mudos, na frente de qualquer obra intacta ou destruída. A única forma de arte em si que realmente conta no filme é através do tema central: se vale a pena arriscar a vida de um homem para salvar tais quadros. Uma pergunta que Clooney pede apenas via protuberâncias trabalhosas de narração, nunca realmente se envolvendo com ela de qualquer maneira que não seja a mais fácil.

Foto: Reprodução/Internet
Para falar a verdade, fácil é a melhor palavra para descrever Caçadores de Obras-Primas, e para descrever o trabalho de direção de George Clooney em geral. Ele faz uma pose séria, mas não faz nenhuma tentativa de se envolver com a complexidade ou a tragédia de seu assunto; ele está feliz em locomover sem esforço o filme junto à superfície das coisas, e permite que seus atores façam o mesmo. Isso possa talvez não ser um problema se você achou o filme envolvente e divertido de qualquer jeito, mas Caçadores de Obras-Primas é irregular e sisudo, com Clooney provando ser incapaz de infundir qualquer um dos momentos-chave com um sentimento de tensão ou excitação. Em particular, duas cenas me chamaram bastante a atenção: uma em que Goodman e Dujardin se encontram em apuros e que é encaminhada da forma mais frustrantemente inepta possível, e, mais tarde, outra cuidadosamente planejada e cômica em que um da equipe está em uma mina terrestre. Essas duas cenas possuem todo o seu potencial para o perigo e para o humor, mas são desperdiçadas por uma encenação e edição descuidadas que sugere que o velho George só quer tirá-las do caminho. O que pode ter o atraído para este projeto? É uma história de rachaduras, com certeza, mas não temos nenhum sentimento de paixão ou urgência de assisti-lo em si. Para um filme sobre o valor da arte, Caçadores de Obras-Primas é desconcertantemente ignorante.


Até mais ler.


Por: Pietro Tarantelli
De: São Paulo -SP
Email: tarantellipietro@gmail.com

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21 de fevereiro de 2014

Cinema: "12 Anos de Escravidão"

A habilidade de Steve McQueen como cineasta que privilegia a beleza das cenas nunca esteve em dúvida, mas em “12 Anos de Escravidão” ele casa essa habilidade com uma narrativa forte e a suporta com uma profundidade de emoção que está ausente em seu trabalho anterior, “Shame”.

Foto: Reprodução/Internet
O resultado é extraordinário. Ao relatar o conto de Solomon Northup, o diretor britânico pode construir seu filme com uma poderosa narrativa de redenção, ao mostrar as inúmeras formas em que a escravidão corrompe todos aqueles que se são contaminados por ela. Desta forma, “12 Anos de Escravidão” parece digno de comparação com “A Lista de Schindler”, de Steven Spielberg, encontrando no caminho um equilíbrio entre trazer um assunto doloroso para a atenção de um grande público, sem suavizar a crueldade da época. 

Foto: Reprodução/Internet
Foto: Reprodução/Internet
A abordagem de McQueen é inteligente e medida. Ele sabe que esse material exerce um poder inerente, e que tudo o que ele tem a fazer é torná-lo honesto e sem adorno. O filme se mantém em um silêncio latente por quase todo seu tempo de execução, até que, em uma cena de encerramento estilhaçada, toda essa raiva, dor e desespero finalmente transborda.

Foto: Reprodução/Internet
“12 Anos de Escravidão” é, sem dúvida nenhuma, um feito extraordinário, com uma narrativa impiedosa e uma força emocional cumulativa. Belo e devastador.


Até mais ler.


Por: Pietro Tarantelli
De: São Paulo - SP
Email: tarantellipietro@gmail.com

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16 de fevereiro de 2014

Cinema - "Ela"

Sem dúvida uma das melhores estreias que assisti nos últimos tempos. 

Divulgação - Internet

"Ela", do diretor Spike Jonze, usa uma linguagem simbólica e cheia de reentrâncias pra dissolver sua mensagem. Com Joaquin Phoenix no papel do solitário recém-separado, Theodore,  Amy Adams como a amiga de anos, Amy, e a voz do sistema operacional Samantha protagonista, Scarlett Johansson, "Ela" consegue permear os sentidos de quem senta para assistir.

A musa da atualidade, Scarlett Johansson, participa apenas como a voz do OS, mas sua entonação e emoção são o suficiente para dar vida ao sistema Samantha.

O roteiro gira em torno de Theodore, um solitário escritor que acaba de se separar de sua mulher, Catherine (Rooney Mara). Fascinado por tecnologia, o personagem adquire um sistema operacional supermoderno (Johanson), com uma programação avançadíssima de inteligência artificial, e acaba por envolver-se sentimentalmente com ela. Entretanto, as dificuldades desse relacionamento começam a aparecer, e ambos buscar uma forma racional de trabalhar com eles.


Reprodução - Internet

O longa, indicado ao Oscar na categoria de Melhor Filme, também concorre a Melhor Roteiro Original, Melhor Trilha Sonora, Melhor Canção Original, Melhor Direção de Arte... ufa, tá bom, né?


Reprodução - Internet

Mais do que o destaque para a fotografia do filme, pode-se dizer que são colocadas algumas situações limite ali, tanto no plano da arte, quanto as que transcendem para a compreensão da atual realidade. A tecnologia e o ser humano estão ali como reflexos das atuais conjunções, e de como vivemos - ou tendemos a viver em breve.

A questão do isolamento físico e compartilhamento de experiências virtuais é uma delas. A entrega do personagem principal é um antagonismo se colocado ao lado da realidade pela qual ele é cercado, onde poucas pessoas "reais" fazem parte do seu dia-a-dia. 

A percepção do outro (ou a falta dela) ser mais apurada por conhecer de fato o que se está observando ou é apenas uma junção de fatos expostos por nós nas plataformas digitais?

Reprodução - Internet

Limitações virtuais, extensões digitais do nosso corpo, afinal, o que é possível absorver dessa nossa realidade?

Acredito que mais do que trazer a tona discussões sobre a influência e participação da tecnologia e suas mídias em nossa vida, a criação desse longa é mais do que apenas uma comédia romântica de autoexame, mas sim um início de exercício no sentido de entender como afetar e ser afetado por bombardeios diários de tecnologia pode nos transformar. Ou ainda administrar nossa vida, invertendo assim os papeis.

É bacana também como diretor mostra as decepções e as encaixa com o ambiente no qual o personagem se encontra naquele momento, tanto humanas quanto virtuais...

Sou uma aficcionada pelo digital, e por isso falo com segurança: não é uma crítica, e sim um a abertura para outros afluentes que a arte nos possibilita visitar.

Baita filme. Mais que recomendado!

Beijos no coração. 


Por: Bárbara Argenta
De: São Paulo -SP
Email: barbara.argenta@revistafriday.com.br

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10 de fevereiro de 2014

Cara Delevingne e Michelle Rodriguez como Thelma & Louise?

Moda + Cinema é tudo de bom, certo? Lupita Nyong'o que o diga... Mas agora, um boato tem esquentado o backstage fashion: Cara Delevingne pode ganhar um papel em um dos melhores clássicos do cinema americano. Será que vinga?
Olha, a modelo conhecida por suas caras e bocas (e pela carreira super meteórica) e a atriz Michelle Rodriguez (Lost, Velozes e Furiosos, Avatar, Resident Evil...) estão sendo apontadas como as estrelas principais do remake de Thelma & Louise, clássico da década de 90 conhecido por sua ideia feminista, uma das poucas obras no gênero até hoje, e  ganhador do Oscar de melhor roteiro em 92.
O gruda gruda não é muito antigo. Em janeiro Cara e Michelle aprontaram TODAS, com direito a beijo BI e tudo mais, na partida de basquete do Knicks em Nova Iorque (junto com Rihanna) e desde estão não se desgrudaram mais. 
Michelle já está envolvida em projetos para o filme desde o ano passado, porém sem confirmar nada oficialmente para a imprensa. Agora o boato sobre a possível parceria nos cinemas ficou mais quente, principalmente depois que fontes próximas à atriz confirmaram que ela está dando suporte à Cara para garantir o papel. Além de modelo, Cara já se arriscou anteriormente na tela grande em Anna Karenina e mais recentemente em Kids in Love, ainda em fase de produção.
Para os jovenzinhos de plantão (como eu!), Thelma & Louise trata a relação de amizade e crime da garçonete pra lá dos 40 Louise Sawyer (Susan Sarandon) e a inocente #housewife Thelma (Geena Davis) que, cansadas da vida monótona, resolvem abandonar seus lares e aprontarem todas em alta estrada, chocando amigos e todos os familiares. Porém, como babado pouco é bobagem, as duas se envolvem em um crime e decidem fugir juntas para o México e é aí que o bicho pega! Boatos à parte, será que Cara ficaria melhor no papel de Thelma ou de Louise? Veja o trailer original aqui e se jogue nos comentários!

Hugs! :)

Por: Denilson Prata
De: São Paulo SP
Email: denilsonprata@hotmail.com

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7 de fevereiro de 2014

Cinema: "Trapaça"

Todo mundo parece estar se divertindo muito em Trapaça, o novo filme de David O. Russel. Os atores - quase todos eles já trabalharam com o diretor no passado - tiveram papéis extravagantes que se estendem de forma surpreendente, e Russell lhes dá liberdade para se deixarem levar por esses personagens e correrem com eles.

Foto: Reprodução/Internet
O filme é vagamente baseado no chamado escândalo Abscam dos anos 1970, embora pareça que o interesse de Russell nesta história seja apenas intermitente. Trapaça se revela uma meditação sobre “role-playing”, uma homenagem carinhosa a uma era e, acima de tudo, uma vitrine para um grupo de atores que o diretor claramente adora. Essa devoção ao seu elenco permite que Russell produza alguns momentos maravilhosos, porém em detrimento ao efeito geral do filme.

Foto: Reprodução/Internet
Os atores parecem disfarçados. Como Irving Rosenfeld, um malandro de baixa renda aparentemente feliz em ser insignificante, Christian Bale é uma mistura de cabelinho esquisito e intestino pesado. Sua amante e parceira no crime é a bela Sydney Prosser (Amy Adams), que às vezes brinca com um sotaque Inglês tenso e traz uma sexualidade provocante ao seu desempenho, coisa que nunca vimos antes em Adams. Seu golpe bancário os coloca em contato com um homem do FBI chamado Richie DiMaso (Bradley Cooper), um agente ambicioso com um desonesto cabelinho crespo, que se perde nas possibilidades da operação policial, sempre em expansão, que ele trama. Todos esses personagens estão sempre tentando mudar, assumir uma nova persona, mas Trapaça continua empurrando-os em direções diferentes como a série de elaborados empregos do casal protagonista.

Foto: Reprodução/Internet
Foto: Reprodução/Internet
Histórias de vigaristas como esta muitas vezes me fazem pensar que o momento é fundamental. A narrativa precisa bloquear o espectador e nos manter viciados em cada turno da trama, mas também precisa se ​​encaixar como um relógio. Russell desconsidera essa noção enquanto divaga o golpe principal para entrar em algum momento cômico ou dramático com seus atores, o que dá um ritmo estranho – como um botão de parar/iniciar – e uma sensação de que ninguém tem muita certeza de que tipo de filme Trapaça está destinado a ser. O nível de detalhes na caracterização de Bale e Adams lança uma luz crua sobre Jennifer Lawrence, que se apresenta no inapropriado papel de esposa negligenciada de Irving e que nada pode fazer com um personagem tão mal concebido em um script. Russell gosta de armar cenas em uma excêntrica intensidade maníaca, mas o ritmo escapa por toda parte - especialmente na desesperadamente lenta hora de abertura – e o filme parece que poderia facilmente se perder por pelo menos vinte minutos num material estranho.

Foto: Reprodução/Internet

Claro que Trapaça não aspira ser mais do que uma forma de passar o tempo no cinema. O tímido cartão de abertura (“Algumas coisas mostradas aqui realmente aconteceram) e o bizarro detalhe da década de 70 devem rapidamente lhe dar uma pista para o fato de que o filme é uma espécie de brincadeira. Mas a minha decepção resultou mesmo do fato de que eu não me diverti tanto quanto senti que deveria – o meu prazer foi continuamente interrompido pela construção irregular do filme –, e que eu poderia ver momentos de potencial não realizados aqui. O estilo de Russell pode gerar um eletricidade legítima, mas ele muitas vezes parece feliz demais a frente de montagens definidas de músicas clássicas dos anos 70, sem a disciplina necessária para parar o filme a partir da sensação de inchaço e permitir que o enredo se afaste para o final. Tem ocorrido muita conversa a respeito de Trapaça ser um pouco mais do que um pastiche de Martin Scorsese, mas eu não o vejo dessa forma. Este é muito mais um filme de David O. Russell, e o único trabalho que parece uma pálida imitação do seu próprio autor.


Até mais ler.


Por: Pietro Tarantelli
De: São Paulo
Email: tarantellipietro@gmail.com

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31 de janeiro de 2014

Cinema - ''Grand Central''

Oi, gurizada! Semana passada, ao escolher algumas estreias para assistir, decidi por "Grand Central". O drama francês é produzido por Áustria e França, e dirigido pela novata (mas não tanto quase um tanto) Rebecca Zlotowski, promessa para o cinema francês de relato social tão retratado nas produções há algum tempo.
Reprodução / Divulgação

Alguns dos atores que participam do núcleo principal são Léa Seydoux (Karole - sim, a guria de Azul é a Cor Mais Quente), Tahar Lindo e Exótico Rahim (Gary - sim, do filme O Profeta), e Denis Ménochet (Toni - sim, de Bastardos Inglórios). Eles tem sintonia, e principalmente na primeira parte do filme, interagem de forma natural com o cenário e personagem fixo: a usina nuclear, onde é produzida grande parte da energia consumida no país. 
Reprodução / Internet

Toni (que trabalha na usina) pretende se casar com Karole (que também trabalha na usina), mas Gary (adivinha onde ele vai trabalhar?) seduz quase sem querer, só existindo mesmo e tals. Aaaacontece, que Karole e ele se apaixonam e colocam um par de chifres na cabeça do bom Toni. Gary, malandrão e machão, acaba por se expor demais à radioatividade do local (mas não importa porque ele quer dinheiro pra viver e tudo bem se expor mais um pouquinho pra ficar radioativo, com uma graninha, e perto da noiva do Toni), acaba também por engravidar a menina Karole, e acaba por ser descoberto. Acaba. Acaba com tudo, né? Mas ok...
Reprodução / Internet

Reprodução / Internet

Resumo: a história começa com a tal crítica social, segue por uma vertente que interage com o fura-olhismo romantismo das personagens mas se perde um pouco no fim, o que não permite aprofundar a discussão que poderia ser criada a partir dessas características: tanto das condições às quais as pessoas se submetem em lugares de alta periculosidade como este, quanto à mulher ser colocada ali como um ser secundário (que foi um dos tópicos mais criticados pelos especialistas em cinema no mundo), apesar da participação efetiva para o desenvolver da trama.

O fim é repentino, e nem permite a construção mental de finais secundários.
Reprodução / Internet

No roteiro são encontrados alguns pilares expostos: a condição social na França, onde a necessidade direciona pessoas com menos conhecimentos a cargos pouco significativos e por vezes perigosos; a forma como as usinas nucleares abrigam funcionários por período determinado, visto que passado algum tempo, a exposição radioativa obriga esses a deixarem o local; as relações conflituosas; e o enredo ilustrado com muito travelling, num plano que traz aproximação de quem assiste com os personagens
Reprodução / Internet

Mais um passo para a diretora Rebecca Zlotowski, que chegou há pouco, dirigiu Belle Épine (também com Léa), e apresenta uma ascendente forma de trabalhar com elementos clássicos (principalmente os do cinema francês), transformando-os em novas construções. Deve ser aperfeiçoado com essas experiências, e com certeza, outros bons trabalhos virão.

Fico na torcida para que ela reinvente esses elementos e construa suas características de forma mais contundente.

Até mais :)

Beijos de luz.


Por: Bárbara Argenta
De: São Paulo - SP
Email: barbara.argenta@revistafriday.com.br

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27 de janeiro de 2014

A moda declara seu amor por Lupita Nyong'o

De tempos em tempos o mundo da moda se encanta por uma figura carismática e faz dela uma grande ídola/diva/estrela, dando ainda mais destaque para cada passo da vida e carreira da artista, seja ela do cinema, música ou da arte. Foi assim com Mila Kunis e mais recentemente, com Jennifer Lawrence, porém a grande aposta para 2014 é outra: Lupita Nyong'o. 
Não que a atriz seja uma completa novidade para os amantes de moda e cinema, mas para a grande maioria, ela ainda está entrando no hall das "estrelas que você reconhece até na rua". 
Não há como negar o talento e esforço da jovem, em voga na pele da escrava Patsey  em 12 Anos de Escravidão, autobiografia homônima (1853) de Solomon Northup dirigida pelo diretor Steve McQueen, porém é o relacionamento de puro amor e simplicidade cool que Lupita está desenvolvendo com a moda, que nos chama a atenção. 
Como história de vida, Lupita já conhece o mundo. Nascida no México, a menina se mudou nos primeiros anos de vida para o Quênia com a família, porém retornou ao país latino na adolescência para estudar espanhol. Ao ver o talento incomparável de Whoopi Goldberg em A Cor Púrpura, decidiu que queria ser atriz. Em 1999 se mudou para os EUA e começou a ensaiar os primeiros passos até se graduar em Dramaturgia pela Universidade de Yale, estreando nos cinemas do mundo todo com a obra de McQueen em 2013. 
O primeiro sinal de amor da moda com Lupita veio quando a atriz foi convidada por Anna Wintour nossa querida Miuccia Prada para estrelar a campanha de Primavera/Verão 2014 da Miu Miu com Elizabeth Olsen, Bella Heathcote e Elle Fanning. 
Depois disso, o nome (e a imagem) da estrela voou o mundo e vieram matérias/ensaios com Vogue, Du Jour, W Magazine, Vanity Fair e mais recentemente a capa da Dazed & Confused (considerada por muitos como um dos títulos mais cools da moda européia).
O truque de usar cores vivas e fortes como amarelo, vermelho, laranja e azul royal, em contrate com a tonalidade da pele da atriz, é de enlouquecer. Sua beleza é simples, pura e jovial, ou seja, TUDO o que a moda gosta (e precisa).
Como se não bastasse, Lupita (diminutivo de Guadalupe, em espanhol) se tornou a modelo desejo de TODO estilista que se preze. Afinal, qual designer não gostaria de ver peças de sua coleção sendo desfilada pelos red carpets com a atriz? Ralph Lauren não perdeu tempo e emplacou um modelo vermelho em tomara-que-caia, com direito a capa icônica, na entrega do Globo de Ouro 2014. 
As imagens ganharam o mundo e ela foi eleita por milhares sites e profissionais da moda como a mais bem vestida da noite. Comparações com o look Tom Ford que Gwyneth Paltrow usou no Oscar 2012 foram inevitáveis, porém o charme e elegância de Lupita espantaram qualquer comentário maldoso que surgisse. 
Frida Giannini também foi rápida e vestiu a atriz com um Gucci azul, delicado e feminino, na entrega do SAG Awards (Lupita levou o prêmio de Atriz Coadjuvante). 
Agora, o próximo passo e com grande expectativa, é a cerimônia do Oscar 2014 no dia 02 de março, já que ela é uma das indicadas para o prêmio de Atriz Coadjuvante. O buzz fashion já está fervendo e todos já fazem suas apostas sobre o modelo/designer que a atriz irá vestir.
Lupita é assim! Seus fãs crescem a cada dia e a moda, como se espera, está caindo de amor por ela. Vamos aguardar os próximos passos deste possível relacionamento amoroso e fashion, sempre torcendo pelo sucesso de quem é bom, sabe o que quer e onde encontrar. Um brinde, Lupita! 

Hugs,

Por: Denilson Prata
De: São Paulo - SP
Email: denilsonprata@hotmail.com

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24 de janeiro de 2014

Cinema: "O Lobo de Wall Street"

O Lobo de Wall Street funciona como um sucessor espiritual de Os Bons Companheiros e Casino - também de Martin Scorcese -, e, ao mesmo tempo como uma grande tarefa para esse aclamado diretor de 71 anos de idade: recuperar a energia das cenas que esses filmes fizeram há décadas.

Foto: Reprodução/Internet
Martin Scorsese ataca com uma ferocidade que é emocionante testemunhar. Este retrato da vida de excessos e da criminalidade de Jordan Belfort é um dos filmes mais audaciosos do diretor, três horas ricamente divertidas na companhia de personagens repelentes. O filme não condena explicitamente Belfort e seus amigos arrogantes pelo seu comportamento (na verdade, ele se alinha com o ponto-de- vista do corretor, com DiCaprio atuando como um narrador pouco confiável); ele simplesmente apresenta os seus estilos de vida decadentes, amorais para nós, e permite vislumbres das consequências para aqueles que foram vítimas desses homens repugnantes. 

Foto: Reprodução/Internet
Foto: Reprodução/Internet
Scorsese dispara em todos os cilindros aqui, com seu empolgado trabalho de câmera e sua ótima edição - sendo perfeitamente adequado para as desventuras movidas a drogas de Belfort. O Lobo de Wall Street também é, de alguma forma, o filme mais engraçado de 2013, com uma série de cenas divertidas realizadas por um elenco que claramente saboreia a oportunidade de se soltar desta forma.

Foto: Reprodução/Internet
Embora executado por três horas, O Lobo de Wall Street parece não conter dezenas de materiais estranhos, e quarenta anos depois de Caminhos Perigosos, é espantoso que o velho Martin ainda esteja fazendo filmes estimulantes, inquietantes e hilariantes como este.


Até mais ler.


Por: Pietro Tarantelli
De: São Paulo -SP
Email: tarantellipietro@gmail.com

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