16 de fevereiro de 2014

Cinema - "Ela"

Sem dúvida uma das melhores estreias que assisti nos últimos tempos. 

Divulgação - Internet

"Ela", do diretor Spike Jonze, usa uma linguagem simbólica e cheia de reentrâncias pra dissolver sua mensagem. Com Joaquin Phoenix no papel do solitário recém-separado, Theodore,  Amy Adams como a amiga de anos, Amy, e a voz do sistema operacional Samantha protagonista, Scarlett Johansson, "Ela" consegue permear os sentidos de quem senta para assistir.

A musa da atualidade, Scarlett Johansson, participa apenas como a voz do OS, mas sua entonação e emoção são o suficiente para dar vida ao sistema Samantha.

O roteiro gira em torno de Theodore, um solitário escritor que acaba de se separar de sua mulher, Catherine (Rooney Mara). Fascinado por tecnologia, o personagem adquire um sistema operacional supermoderno (Johanson), com uma programação avançadíssima de inteligência artificial, e acaba por envolver-se sentimentalmente com ela. Entretanto, as dificuldades desse relacionamento começam a aparecer, e ambos buscar uma forma racional de trabalhar com eles.


Reprodução - Internet

O longa, indicado ao Oscar na categoria de Melhor Filme, também concorre a Melhor Roteiro Original, Melhor Trilha Sonora, Melhor Canção Original, Melhor Direção de Arte... ufa, tá bom, né?


Reprodução - Internet

Mais do que o destaque para a fotografia do filme, pode-se dizer que são colocadas algumas situações limite ali, tanto no plano da arte, quanto as que transcendem para a compreensão da atual realidade. A tecnologia e o ser humano estão ali como reflexos das atuais conjunções, e de como vivemos - ou tendemos a viver em breve.

A questão do isolamento físico e compartilhamento de experiências virtuais é uma delas. A entrega do personagem principal é um antagonismo se colocado ao lado da realidade pela qual ele é cercado, onde poucas pessoas "reais" fazem parte do seu dia-a-dia. 

A percepção do outro (ou a falta dela) ser mais apurada por conhecer de fato o que se está observando ou é apenas uma junção de fatos expostos por nós nas plataformas digitais?

Reprodução - Internet

Limitações virtuais, extensões digitais do nosso corpo, afinal, o que é possível absorver dessa nossa realidade?

Acredito que mais do que trazer a tona discussões sobre a influência e participação da tecnologia e suas mídias em nossa vida, a criação desse longa é mais do que apenas uma comédia romântica de autoexame, mas sim um início de exercício no sentido de entender como afetar e ser afetado por bombardeios diários de tecnologia pode nos transformar. Ou ainda administrar nossa vida, invertendo assim os papeis.

É bacana também como diretor mostra as decepções e as encaixa com o ambiente no qual o personagem se encontra naquele momento, tanto humanas quanto virtuais...

Sou uma aficcionada pelo digital, e por isso falo com segurança: não é uma crítica, e sim um a abertura para outros afluentes que a arte nos possibilita visitar.

Baita filme. Mais que recomendado!

Beijos no coração. 


Por: Bárbara Argenta
De: São Paulo -SP
Email: barbara.argenta@revistafriday.com.br

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