A habilidade de Steve McQueen como cineasta que privilegia a beleza das cenas nunca esteve em dúvida, mas em “12 Anos de Escravidão” ele casa essa habilidade com uma narrativa forte e a suporta com uma profundidade de emoção que está ausente em seu trabalho anterior, “Shame”.
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Foto: Reprodução/Internet |
O
resultado é extraordinário. Ao relatar o conto de Solomon Northup, o diretor
britânico pode construir seu filme com uma poderosa narrativa de redenção, ao
mostrar as inúmeras formas em que a escravidão corrompe todos aqueles que se
são contaminados por ela. Desta forma, “12 Anos de Escravidão” parece digno de
comparação com “A Lista de Schindler”, de Steven Spielberg, encontrando no
caminho um equilíbrio entre trazer um assunto doloroso para a atenção de um
grande público, sem suavizar a crueldade da época.
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Foto: Reprodução/Internet |
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Foto: Reprodução/Internet |
A abordagem de McQueen é
inteligente e medida. Ele sabe que esse material exerce um poder inerente, e
que tudo o que ele tem a fazer é torná-lo honesto e sem adorno. O filme se
mantém em um silêncio latente por quase todo seu tempo de execução, até que, em
uma cena de encerramento estilhaçada, toda essa raiva, dor e desespero
finalmente transborda.
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Foto: Reprodução/Internet |
“12 Anos de
Escravidão” é, sem dúvida nenhuma, um feito
extraordinário, com uma narrativa impiedosa e uma força emocional cumulativa. Belo e devastador.
Até mais ler.
Por: Pietro Tarantelli
De: São Paulo - SP
Email: tarantellipietro@gmail.com
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