18 de fevereiro de 2014

NSFMPCA #30 - Polainas, laquê e uma guitarra d'outro mundo




Purple Rain_Prince and the Revolution

Data de Lançamento:25 de junho de 1984
Gravadora: Warner Bros.
Nota: 8,5 / 10




                Tem certas coisas que a gente gosta muito, mas não consegue simplesmente explicar o porquê de tanto amor. Muita gente sofre assim com lasanha e eu com aqueles Frooty Loops extremamente viciantes. Com música então, fica difícil. Mas o caso mais icônico é o de eu ser um fã do Prince. Eu falo para alguns amigos que gosto dele, mas nem eu mesmo sei a razão de que, se eu pudesse, usaria uma camisa com a foto deste ser na rua na rua.


Capa de seu segundo álbum, em 1979. Ele nunca bateu bem mesmo...

 
    Prince Rogers Nelson. Esse cara tem história – demais – pra contar.

                Aos 55 anos, ele já foi um ícone da disco, do pop, do rock. Nunca teve a fama de ser uma pessoa sociável – como cantor e produtor, era um workaholic que permitia poucas intromissões em seu trabalho. Tem uma vida pessoal obscura que conta com um mar de celebridades entre seus affairs. Depois de uns belos 15 anos no auge da carreira, se converteu a um Testemunha de Jeová, inclusive recebendo porta na cara em sua cidade natal, Minneapolis. Apesar da enigmática figura que é o seu logo (uma mistura dos símbolos masculino e feminino), ele sempre está cercado de belíssimas mulheres no palco.

                Só deu um azar na vida: é um mês mais novo que um certo Michael Jackson, que fez sombra à quase toda a sua carreira. Mas isso não significa que Prince deixou de dar seus pulinhos.

                E aí chegamos em Purple Rain.

                O que pode ter em especial como um disco como esse é a sua exímia produção comandada pelo cantor – como na grande maioria dos seu álbuns, ele é responsável pela composição de TODAS as letras e da gravação de TODOS os instrumentos. Na faixa de abertura, Let’s go Crazy, ouvem-se diversos instrumentos assinados por ele: uma bateria em ritmo de funk metal, um sintetizador que às vezes é bastante irritante, e uma guitarra que você simplesmente não quer acreditar como é possível – pouca gente sabe, mas Prince também é listado como um dos 20 maiores guitarristas de todos os tempos.

                Vale a pena escutar os grandes singles deste álbum, feito para o filme de mesmo nome cuja estrela é o próprio cantor. Além de Let’s Go..., When Doves Cry e I would die 4 U são exemplos de como a música de Prince é quase sempre uma nuvem, que transita entre o comercial (de música pra rádio) e o conceitual – como a faixa-final que deu fama eterna ao baixinho de Minneapolis.


              
             Até hoje eu sinto sinceros arrepios ouvindo Purple Rain, e não são necessárias muitas razões. Na versão de estúdio são mais de oito minutos de canção em uma balada arrastada, uma voz extremamente melosa que deve ter embalado 95% dos casais ao redor do mundo há 30 anos atrás. Como a especialidade de Prince é a guitarra mesmo, a parte final é um solo de magnífico, o melhor de sua carreira.

Apesar do cantor sumir no começo da década de 2000, ele retornou em grande estilo, ainda com a mão nervosa em sua Fender Telecaster, e protagonizando shows épicos – em 2007, ele cantou no intervalo do Super Bowl, cantando Foo Fighters e Bob Dylan. Hoje ele excursiona como convidado em uma banda que ajuda a produzir, a 3RDEYEGIRL, composta por três habilidosíssimas (e por um acaso belíssimas) damas. Como Prince mandou tirar quase todos os seus vídeos do YouTube, pouco sobrou além de uma das mais recentes canções da banda, "Fixurlifeup" (algo como "fix your life up").

Na noite do dia 4 deste mês ele apresentou o seu mais novo álbum, Plectrum electrum. Como manda o enigmatismo de Prince, o show foi em uma arena de Londres, destinado a 300 felizardos.

E ele continua ali, ainda o mesmo, como um dos mais underrated de sua época. Ainda cantando, ainda sendo o “mandão” em cima do palco. Mas mandando excelentemente bem.





Por: Guilherme Mendes
De: Carapicuíba - SP
Email: g.lazaro@outlook.com

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