#05: Visibilidade Trans

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INTERNET: Mudanças, tecnologia e Google+

Confira algumas mudanças que o google+ realizou para agradar os usuários.

Conexão Canadá: Vancity- The Journey begins

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CINEMA: Sassy Pants

Rebeldia, insatisfação e as paixões fazem parte do cotidiano de todos os adolescentes, confira a resenha do filme Sassy Pants.

VITRINE: O universo feminino de Isadora Almeida

Inspirada por ilustrações de moda, estamparia e coisas que vê por aí, conheça o trabalho da ilustradora mineira Isadora Almeida.

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2 de março de 2014

Bem Acompanhada

          Era mais um domingo qualquer, daqueles em que o completo ócio toma conta de mim, sem indícios de novidade. Me sinto um pouco sozinha. Inesperadamente, enquanto zapeio pelos canais intermináveis da televisão, lá está ela. Ruth Reichl falando diretamente comigo, em um programa do Discovery Channel.
          Há tempos que não pensava nela. Seu último livro, Alhos & Safiras, emprestei a uma amiga. Os outros, creio eu, foi soterrado por vários títulos e muita poeira em alguma prateleira da minha estante. Com o fim do estoque de ideias na cabeça e a escassez de mantimentos na despensa, parei de ler e escrever sobre comida. Até, claro, que ela volta, estrategicamente falando-me sobre pão caseiro e batatas.
          A receita sobre a qual ela estava falando é muito simples: batatas picadas, sal, açúcar, fubá e água. A mistura deve descansar por algumas horas no forno desligado. O líquido deve ser misturado a quatro xícaras de farinha e as batatas devem ser retiradas – a partir deste passo, na verdade, elas nem importam mais. Tudo aquilo tem um cheiro que beira o insuportável. Quando unida ao punhado de farinha, aquela água fermenta que é uma beleza. Está totalmente podre, mas está viva.
          Basta agora adicionar os outros ingredientes e fazer o pão caseiro. O resultado, evidentemente, é delicioso. Nenhum gosto é tão clássico ou reconfortante quanto o sabor deste pão de batatas podres. E nenhum outro pão no mundo – ouso dizer - tem aparência tão bela.
Reprodução / Imagem meramente ilustrativa

          Quando o programa acabou, me peguei pensando sobre essa questão. Por mais que eu evite, sou daquelas que, algumas vezes, julga um livro pela capa.  Mas, convenhamos, é mesmo difícil conseguir ver em algo fétido e estragado, a possibilidade de algo realmente bom e maravilhoso – e isso não vale apenas quando o assunto é comida.
          Só então que percebo: é justamente a parte podre que carrega o sabor tão especial. Um bom prato pode ser criado com qualquer tipo de alimento – tudo depende do chef, certo? E ainda assim, o queimado do pão, as bordas duras do bolo, o arroz empapado – há sempre quem goste.
          Em última instância, olho no espelho e compreendo: são nossas falhas que nos fazem interessantes, nossos pecados que nos fazem saborosos, nossos defeitos que nos fazem reais. E isso tudo que nos faz, antes de qualquer outra coisa, humanos.
          Provo o pão de batatas podres e me apaixono instantaneamente. Sua casquinha ficou crocante pelo tempo a mais que o esqueci dentro do forno. Seu aspecto e aroma doce me confundiram quando o provei e senti o gosto de batatas assadas. Um camote que acidentalmente caiu entre os tubérculos na assadeira deixou uma cor laranja linda naquela massa caseira.
          Silenciosamente agradeço. Não fosse tudo isso, não seria essa a minha nova receita preferida. Penso, então, que tenho eu minhas próprias características, e que não fossem os livros, os amores, as amoras e as receitas, se não fosse essa mania de matutar na cozinha ou a pressa causadora de cortes nos dedos e queimaduras nos braços, não seria eu.
          Escolho então este pedaço de pão de batatas podres para começar mais um dia. Sentada na mesa do café, como com gosto de quem não se alimenta há tempos. Como mais uma vez, depois de ter bem comido, pelo mesmo motivo que me faz olhar para o lado todos os dias e dar uma chance pra vida me surpreender. Como e cozinho para ter a alma bem acompanhada.

Por: Bianca Chaer
De: São Paulo - SP
Email: bianca.chaer@gmail.com

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12 de janeiro de 2014

Ano novo, vida nova!


Terminei o ano devendo a você, leitor, uma receita de peru. Vou continuar devendo - a bem da verdade, eu nunca deveria ter prometido. É um segredo de família que foi passado pra mim sob juramento. Pra não ficar tão chato, vou dar uma dica que faz qualquer assado mais gostoso: regar de tempos em tempos. Não economizar na gordura também ajuda, e um bacon pode fazer milagres. Enfim, esse ano não quero dever nada pra ninguém (e assim começam as promessas e resoluções que não vou cumprir em 2014). Quero entrar com o pé direito, falando de um assunto bom, numa conversa daquelas que a gente fala, fala, não chega a conclusão alguma e tá tudo certo. 

Se você acha que estou descrevendo um papo de mesa de bar, acertou. 

Estou de mini-férias no Rio de Janeiro, e é daqui que lhes escrevo, enquanto tomo uma cerveja em combate ao calor (ou seria apenas resignação?). Olhando para a Baía de Guanabara, emoldurada pela Ponte Rio-Niterói, sento na mureta do Bar Urca para ver o pôr-do-sol. Brindo minha própria sorte. 

Foram uns vinte minutos de fila para garantir a bebida, e em menos da metade do tempo a garrafa já estava vazia. Para acompanhar, empadinha de camarão e bolinho de bacalhau. Tem como pedir mais? Ah, me vê um caldinho de frutos do mar que disseram que é bom. De onde estou consigo ver uma garça, que paciente e sorrateira fisga um peixinho e garante o jantar. 

Que tarde linda! E que dia quente. Bom mesmo pra isso: encontrar os amigos, espantar os pensamentos ruins, aplacar a sede e esquecer a pressa. Correr pra que, se nada é pra já? Os dias aqui passam feito canções do Vinicius, e eu, como encantada, quero ir de mesa em mesa provando tudo. 

Descobri que em 2012 a prefeitura transformou 14 bares tradicionais em patrimônio cultural da cidade. Eles, segundo decreto assinado por Eduardo Paes, traduzem o "espírito" carioca de comemorar, reunir e festejar. 

Um eu já conheci - será que em mais dois dias consigo ver tudo? Torçam por mim! E pra quem ficou curioso segue a lista:


1. Adega da Velha (década de 60) - Rua Paulo Barreto, 25 - Lojas A e B - Botafogo;

2. Adega Pérola (1957) - Rua Siqueira Campos, 138 - Loja A - Copacabana;
3. Armazém Cardosão - Rua Cardoso Junior, 312 - Laranjeiras;
4. Bar Adônis (1952) - Rua São Luiz Gonzaga, 2156 - Loja A - Benfica;
5. Bar Bip-bip (1968) - Rua Almirante Gonçalves, 50 - Loja D - Copacabana;
6. Bar e Restaurante Cervantes (1955/65) - Rua Prado Junior, 335 - Loja B - Copacabana;
7. Café e Bar Brotinho (Bar da Dona Maria) (década de 50) - Rua Garibaldi, 13 - Tijuca;
8. Café e Bar Lisbela (Bar da Amendoeira) (década de 50) - Rua Conde de Azambuja, 881 - Maria da Graça;
9. Café e Bar Pavão Azul (1957) - Rua Hilário de Gouveia, 71 - Loja X - Copacabana;
10. Casa da Cachaça (1960) - Avenida Mem de Sá, 110 - Lapa;
11. Casa Villarino (1953) - Avenida Calógeras, 6 - Loja B - Centro;
12. Restaurante Salete (1957) - Rua Afonso Pena, 189 - Loja X - Tijuca;
13. Bar e Restaurante Jobi (1956) - Avenida Ataulfo de Paiva, 1166 - Leblon;
14. Bar e Restaurante Urca (1939) - Rua Candido Gaffrée, 205 - Urca.

E aí, conhecem algum deles? 

Cariocas, quais outros vocês recomendam?

Por: Bianca Chaer
De: São Paulo - SP
Email: bianca.chaer@gmail.com

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16 de dezembro de 2013

Questões existenciais da época natalina

Aconteceu no final do ano passado. Sentada na mesa da cozinha, olhava aquela ave rechonchuda e pelada na minha frente enquanto tentava descobrir qual seria o melhor jeito de fazer aquilo. Bem, uma mulher tem de fazer o que uma mulher tem de fazer, mãos à obra, pensei. 


Foto: GoodFon

Enquanto me preparava para rechear aquele peru digno de filmes de comédia, comecei a pensar sobre coisas que costumam nos afligir na época do Natal. O que é que eu vou comprar de presente pro filho da vizinha? Como era mesmo aquela receita de doce da vovó? Será que se eu comer aquele bolo de frutas eu vou sair muito da minha dieta? E entre outros pensamentos importantes dessa época, o que mais costuma me encontrar em tempos como estes é: Papai Noel existe? Quero dizer, quando é que ficou convencionado que Papai Noel surgiria em meados de novembro em forma de chantagem para criancinhas ao redor do mundo, e desapareceria em dezembro com a promessa de um ano melhor? Devo confessar que desde criança fui condicionada a acreditar em fadas que dançam no jardim, duendes que somem com as minhas coisas, bruxas - por quem eu sempre tive especial admiração - mas principalmente no coelhinho da páscoa, que é muito meu amigo, já que eu nasci em abril, e no Papai Noel. Quando comecei a desconfiar que seria um pouco inviável para um senhor de seus 80 anos viajar pelo mundo inteiro em uma noite, descer pelas chaminés - ou escalar pelas janelas de um prédio, como era o meu caso - e entregar todos os presentes do mundo em uma só noite fiquei ligeiramente desapontada. 

Porém, contrariando especialistas que desencorajam os pais a ensinarem seus filhos a crer na existência do bom velhinho, minha mãe continuou enfeitando a casa, montando a árvore e lembrando-me de escrever uma cartinha todos os anos.
Acreditar em Papai Noel  - porque não? As pessoas acreditam em cada coisa hoje em dia...

E o peru? Ficou divino. Semana que vem conto mais sobre a receita.


Por: Bianca Chaer
De: São Paulo, SP
Email: bianca.chaer@gmail.com

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1 de dezembro de 2013

Tamanho não é documento


No mesmo lugar onde ficava a antiga Z Deli, conhecida pela culinária tradicional judaica, está hoje uma casa diferente, muito parecido com as famosas delis de Nova York. Uma fachada pequena, discreta, e um espaço de aproximadamente 20
m2: essa é a Z Deli Sanduíches, empreendimento de Julio Raw, neto da icônica dona Rosa, uma das sócias do estabelecimento anterior. Para não perder a tradição da família, ele manteve a influência hebraica, mas inspirou-se em uma das maiores capitais gastronômicas do mundo para criar o ‘minirrestaurante’. 


Com pouco mais de dez lugares, o clima é informal. No cardápio - que não é muito extenso - além de opções de sopa e salada, estão os sanduíches. Alguns são típicos das delicatesses nova-iorquinas como o de pastrami. Outros, como o Lox and Bagel, de salmão defumado, cream cheese, tomate, cebola roxa e azeite de ervas e limão dividem espaço com os hambúgueres caprichados, selados por fora e vermelhinhos por dentro, “no ponto da casa” como chamam. O Manhattan, por exemplo, vem assim, com queijo derretido, cebola roxa, tomate e pickles.




Os lanches servem bem a uma pessoa, ainda mais quando acompanhados da batata Z Deli, frita com a casca entre dentes de alho e alecrim, servida com maionese verde caseira. É uma boa pedida pra beliscar enquanto aguarda um lugar pra sentar - sim, como muitas das casas bacaninhas, o local frequentemente tem fila :(

Se depois da espera vocês conseguirem um lugar no balcão, não fiquem tristes: tem suas vantagens. Além de assistir de camarote a montagem dos lanches maravilhosos, com alguma sorte você será mimado com porçoezinhas extra de um pastrame que sobrou na hora de rechear o sanduíche.




Guarde um espaço para a sobremesa! Como não poderia deixar de ser, uma generosa fatia de cheesecake com calda de morango ou frutas vermelhas, que pode cobrir a torta ou vir à parte. Prepare-se para gastar em média R$40 e sair satisfeito - mas atente para a lousa que fica em uma das paredes: ofertas do dia saem geralmente mais em conta do que os preços do menu fixo.



O Z Deli

O estabelecimento de Julio Raw abriu as portas no início do ano passado e foi logo indicado ao prêmio Comer e Beber 2012 na categoria “comidinhas”. Levou também o prêmio de melhor lanchonete pela Época São Paulo no mesmo ano. 

Serviço:
Z Deli Sanduíches
Rua Haddock Lobo, 1386
Tel: 11 3083.0021


Por: Bianca Chaer
De: São Paulo - SP
Email: bianca.chaer@gmail.com

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31 de outubro de 2013

Kapetan Dimitris - Koyzina Paradosikh

Foi na Grécia antiga que o termo “gastronomia” foi usado pela primeira vez. É daí que vem a certeza de que na Grécia come-se bem. Muito bem, por sinal. E quando o assunto é prato típico, cada região ou ilha tem o seu, mais ou menos como na Itália. Em Santorini, por exemplo, o prato tradicional é tomato keftedes, e eu tenho a impressão de que encontrei o lugar onde servem o melhor deles…




Eu passava férias na ilha, em julho de 2012, quando fiz essa refeição verdadeiramente memorável. Em um fim de tarde, depois de conhecer o farol de Akrotiri, em Faros, a fome apertou. Achava que não encontraria nada aberto por perto, quando uma placa de concreto, à beira da estrada, pintava: “Taverna Capitão Dimitris – Comida Tradicional”.
O local estava vazio, e senti como se estivesse invadindo a casa de alguém. Continuei entrando e descobri, numa espécie de terraço, um senhor que lia jornal, uma senhora que tomava café e uma moça morena de tranças que tivara os pratos da mesa. Aquela era, obviamente, a família que vivia ali. Estava pronta para sair me desculpando quando o senhor baixou o jornal e pediu que eu me sentasse, que eles haviam acabado de almoçar e já iam me atender.
Sua esposa, Dona Bárbara, logo arrumou uma mesa com toalhas de papel e trouxe um cardápio – que permaneceu fechado. Ela explicou com um sotaque carregado que não teve tempo de ir ao mercado naquele dia, mas que seu marido, o Capitão Dimitri, havia pescado logo cedo e o peixe estava fresco, bom para comer. Dizendo isso, me arrastou pela cozinha, insistindo para que eu desse uma boa olhada nos peixes. Ela abriu orgulhosa uma gaveta metálica de onde exalava um forte cheiro de mar – sem dúvidas, estava bem fresco.

Quando chegou à mesa, o peixe esava absolutamente divino - e não poderia ser mais simples. Foi colocado na grelha com cabeça e tudo, e devorado em instantes, temperado apenas com azeite e limao siciliano. 




 Para acompanhar, os Tomatos Keftedes. Fiquei intrigadíssima com aquela espécie de bolinho vermelho e frito na minha frente. Após provar -  e aprovar com méritos, perguntei exatamente o que era aquilo, ao que Dona Bárbara, com a maior paciência do mundo e se esforçando ao máximo para falar em uma língua que eu entendesse, me explicou que era uma massa feita de molho de tomate, temperos, farinha e cerveja. 

Os tomates, fez questão de ressaltar, eram provenientes de sua própria horta. O orgulho nos olhos dela quando conta isso se deve ao fato de que é realmente uma tarefa difícil crescer tomates numa ilha de solo vulcânico como Santorini.
 Ainda em extase pela descoberta gastronômica mais inusitada dos últimos tempos, provei a sobremesa. Outra surpresa ao descobrir que o acompanhamento melado e laranja que me foi servido com um autêntico iogurte grego era um – quem diria – doce de cenoura!
Terminei o almoço simplesmente maravilhada por ter comido tão bem pagando um preço tão justo. Esta foi, sem sombra de dúvidas, a melhor refeição da viagem. Não sei ao certo se foi a vista e o ambiente agradável do restaurante, o sabor autêntico e delicioso da comida ou a simpatia e cordialidade dos novos amigos gregos, mas a experiência valeu os 10108km de distância e a re-descoberta do sentido da palavra “gastronomia”.


Por: Bianca Chaer
De: São Paulo - SP
Email: bianca.chaer@gmail.com

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24 de outubro de 2013

Tá doente? Calma aí que vou fazer uma sopinha...



Uma das maiores lembranças da minha infância na cozinha são os caldos e sopas preparados pela minha família quando eu ou os meus irmãos ficavam doentes. Tinha até uma formulazinha: quando o problema era dor de barriga, a sopa era praticamente só de batatas. Para todos os outros males valia quase tudo, desde que o prato ficasse colorido no final e permitisse ser batido no liquidificador se o problema fosse dor de garganta.
 

Lembro também que as sopas da minha avó eram (e ainda são!) de longe as minhas preferidas: sempre roxas muito escuras por conta da beterraba e cheias de macarrãozinho parafuso, quase desmanchados. Para sustância extra valia até engrossar o caldo com um pouquinho de fubá.








Há séculos, as “refeições restauradoras” estão ligadas principalmente aos caldos e sopas, que ainda hoje são sinônimos de restauração e aconchego - ou, como dizemos hoje em dia, fazem parte das comfort foods. Era comum haver caldo para tudo quanto fosse tipo de doença, até as "mais brabas". Várias dessas receitas tradicionais, no entanto, provavelmente não agradariam muito o paladar atual...

            Vasculhando o livro "O Cozinheiro Imperial", editado em 1840 e redescoberto em 1995, ganhando adaptação de Vera Sandroni, em meio a algumas receitas populares e outras internacionais que estavam sendo trazidas ao Brasil da época, achei uma sessão dedicada aos "caldos medicinais". Entre eles, um que acabaria com um grande problema da maioria das pessoas (pelo menos das corajosas): o "Caldo para Dores de Cabeça". O tal caldo é feito com filé de vitela, folhas de betônica, erva cidreira, sabugueiro, chicória brava e pés e rabos de lagostins. A recomendação é ferver tudo, coar e tomar até a dor passar. Alguém com enxaqueca aí?

            Outra receita, desta vez ótima para estes tempos de clima instável, é o "Caldo de Rãs e Caracóis para Tosse Seca". Além das rãs e caracóis (moídos), acompanha alho poró, nabo, cevada e açafrão - para ser consumido em jejum e três horas depois do jantar.


Se dão resultado ou não, aí já é ocupação para os médicos. O fato é que a medicina popular das sopas e caldos influenciou as cozinhas brasileiras e é um elemento que permanece vivo até hoje, mesmo com a eficácia nem sempre comprovada e a aquisição fácil  de tantos remédios. Torçamos para que mais famílias continuem com esta cultura –  mesmo sem caracóis, rãs e pés de lagostins. O carinho que essas preparações carregam já é suficiente para abrandar muitas dores de cabeça, tosses e gripes por aí...



E viva a saúde! :)

Por: Raul Altran
De: São Paulo/SP

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20 de outubro de 2013

Aos novos começos!

Um brinde! Estou em festa, muito feliz em ganhar este espaço para dividir com vocês uma grande paixão: escrever sobre comida.

Como manda a etiqueta, me apresento primeiro. Jornalista quase formada pela Faculdade Cásper Líbero, atualmente trabalhando como repórter na revista Veja Comer & Beber. Nas horas vagas você pode me encontrar assistindo programas culinários, olhando lindos livros que são caros demais para minha humilde biblioteca, gastando mais de uma hora para “fazer umas comprinhas no mercado” e torrando todo o meu  salário em cervejas artesanais e sanduíches. 
De comida  sempre gostei – tanto dos restaurantes bacanas quanto das barraquinhas de rua. Cozinhar mesmo, não cozinho.
Mas eu escrevo. Já é um começo.





Por: Bianca Chaer
De: São Paulo - SP
Email: bianca.chaer@gmail.com

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