#05: Visibilidade Trans

Confira na capa do mês de fevereiro da Revista Friday, uma entrevista sobre os desafios de uma pessoa trans, com a ativista LGBT Rebecka de França.

INTERNET: Mudanças, tecnologia e Google+

Confira algumas mudanças que o google+ realizou para agradar os usuários.

Conexão Canadá: Vancity- The Journey begins

Camila Trama nos conta um pouco de seu intercâmbio em alguns lugares do Canadá.

CINEMA: Sassy Pants

Rebeldia, insatisfação e as paixões fazem parte do cotidiano de todos os adolescentes, confira a resenha do filme Sassy Pants.

VITRINE: O universo feminino de Isadora Almeida

Inspirada por ilustrações de moda, estamparia e coisas que vê por aí, conheça o trabalho da ilustradora mineira Isadora Almeida.

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23 de janeiro de 2014

8 dicas de um fotógrafo

Recentemente me deparei com um post em um site que apresentava uma lista com várias dicas para fazer as pessoas fotografarem melhor. A princípio fiquei receoso, e com motivo! Não é coerente resumir uma forma de arte em algumas regrinhas básicas, isso deixaria qualquer pessoa que realmente se dedica a fotografia de cara amarrada. Por outro lado, é fácil ficar de cara amarrada quando já não é mais iniciante. Comento com muitas pessoas sobre isso.

Em fotografia, e em artes no geral, a galera é… hum… digamos: Metida. Não ajudamos os coleguinhas, nem compartilhamos informação! Um pensamento do tipo: “Já que corremos atrás para aprender as coisas, quem quiser aprender que também corra!”. Como se isso não bastasse, somos contra a verdade absoluta (o que é ótimo) e queremos relativizar tudo (o que é melhor ainda!). Mas no final, quem quer começar nesse mundo fica perdido. Já adianto que tem muita gente nessa situação. Eu escuto muito coisas do tipo “pô, gosto muito de fotografia e queria aprender, mas é muito foda”.


Bom, dedico esse post as essas pessoas! Vou tentar escrever algumas regrinhas e dicas simples que facilitem para quem quer entender um pouco mais sobre fotografia. Meu objetivo é não é fazer o leitor se tornar imediatamente um fotógrafo melhor. Mas pelo menos dar uma direção para você saber de onde começar suas pesquisas e leituras.

1. Entender o que é a abertura de uma lente e a velocidade da foto: Esse são os dois principais ajustes de uma câmera. Quanto mais aberta a lente, mais luz vai ser captada pelo filme/sensor, e quanto mais tempo a câmera expor menos luz vai ser captada. Simples assim. Entendendo os efeitos de uma velocidade mais lenta e de uma abertura maior você vai ter maior controle sobre o processo fotográfico.

2. Megapixel não é tudo: Megapixel é um jogo de marketing. Não caia no conto de achar que quanto mais megapixels tem uma câmera melhor ela é. O que conta mesmo é o tamanho do sensor, qualidade, abertura da lente e outras coisas que ninguém fala na hora de vender uma câmera. Por isso que a câmera do seu celular sempre vai ser uma câmera de celular.

3. O equipamento não faz o fotógrafo: O equipamento diz apenas quanto dinheiro você tem. É possível tirar fotos interessantes com o celular ou com uma caixinha de fósforo com um negativo dentro (pinhole). Isso também quer dizer que você não precisa comprar uma câmera muito foda para começar.

4. Pesquise o que é pinhole.

5. Treine sua visão: Acho que essa é a parte mais importante! Faça um flickr e passe horas lá vendo as fotos publicadas lá. Siga a galera que você gostou do trabalho. E por fim, conheça os fotógrafos cichês, como: Cartier Bresson, Ansel Adams, Robert Capa e porque não o brasileiro Sebastião Salgado? Também vale a pena pesquisar sobre a regra de enquadramento dos “dois terços”.

6. Brinque com uma câmera de filme (de preferência, não automática): Não é a toa que uma grande quantidade de cursos de fotografia ainda ensinam com câmeras analógicas. Com uma câmera de filme você é obrigado a pensar antes de tirar cada foto. Na minha opinião essa é a forma mais fácil de “pegar o jeito”.

7. Fuja do modo automático: Se sua câmera tem a opção de modo manual, use-o!

8. Leve sua câmera para os lugares e use ela: Querendo ou não, não adianta nada você entender muito e conhecer os todos os fotógrafos exóticos russos se você não treina. Saia e tire fotos. É assim que se aprende, colocando seu conhecimento em prática.

Por: Leo Lazzaro
De: São Paulo - SP
Email: contato@revistafriday.com.br

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27 de outubro de 2013

Conheça a câmera dos mestres

Provavelmente um dos mais importantes fotógrafos do mundo. E um dos criadores do "street photography", tipo de fotografia que a Leica é imbatível.

Quando falamos de Leica, rola um arrepio na espinha de todos aqueles que gostam de fotografia. Essas câmeras alemãs custam dezenas vezes mais do que as similares e mesmo assim ainda vendem bem!
A Leica não segue moda, nem parece estar muito preocupada com as mudanças do mercado: para vocês terem uma ideia ela só lançou uma linha de câmeras digitais em 2006 e mesmo assim manteve a fabricação da versão de filme (a qual é praticamente igual desde a década de 50).
Muitos afirmam que isso é conseqüência de uma genial estratégia de marketing. Pode até ser. Mas, de qualquer forma, lá na década e 30 muitos escolhiam a Leica no lugar de varias outra marcas de renome (já ouviram falar da Zeiss?) 
Ok, vamos aos motivos que fazem com que a as câmeras da linha M da Leica sejam tão aclamadas:

1.  Ela é pequena:
Câmeras profissionais geralmente são penduradas no pescoço e, em longas caminhadas, até são responsáveis por sérias dores nas costas. Com a lente certa você pode colocar uma Leica M no bolso da jaqueta sem incomodar tanto!

2. Silenciosas:
Imagina a cena: aquela pessoa dormindo serenamente, a luz amarela do sol incidindo perfeitamente sobre seus cabelos. Você não vai querer interromper aquele momento com um "cleck". Então, se você não quer ser notado, use uma Leica.

3. Ela é resistente:
A Leica foi pensada como um instrumento de trabalho, e assim como qualquer britateira não pode deixar o operador de britadeira (?) na mão. A Leica foi pensada para ser robusta o suficiente para agüentar pancadas, chuva, poeira e todas as outra interpéries climáticas.

4. Ela é discreta:
Não para os amantes de fotografia, é claro. Como eu já disse aqui as pessoas simplesmente gostam mais se você tem uma Leica e vão pedir para vê-la e tudo mais. Maaas, para quem não entende de câmera, uma Leica parece menos "profissional" que uma SLR. Provavelmente vão se incomodar menos ao ver uma Leica apontada para elas.

5. Grande variedade de acessórios:
A Leica oferecia tudo o que você poderia precisar e algumas coisas que você provavelmente nunca ia precisar.
Mais um, o cineasta Stanley Kubrick posando com sua Leica

Bom, você leitor, provavelmente vai achar estranha a conclusão desse texto. A série M da Leica é e sempre será lendária. Essa câmera fez história nas mãos de todos os melhores fotógrafos de rua.
Mas ainda sim existem alternativas quase tão boas quanto por uma fração do preço, as quais, provavelmente não serão tão históricas nem tão lindas quanto uma Leica. Mas continuam sendo alternativas que oferecem um custo benefício bem melhor! 
A Zorki, uma cópia Russa de 1940 de Leica III: tirando a qualidade de construção e o preço, não existe muita diferença.


Por: Leo Lazzaro
De: São Paulo - SP 
Email: contato@revistafriday.com.br

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19 de agosto de 2013

Dia do Fotógrafo

Para quem não sabe, hoje, dia 19, é dia do fotógrafo… 
Primeiramente, parabéns a todos os fotógrafos pela sua data.

Agora, quem é essa pessoa que está sendo homenageada hoje? Podemos chamar aquele sujeito que tira foto com o celular de fotógrafo? Quem usa Instagram? Quem usa câmera digital? Ou só quem revela filme?
Eu arrisco dizer que o problema está na palavra fotógrafo.De acordo com a sempre confiável Wikipédia, "Fotógrafo é a designação profissional para alguém que elabora fotografias estáticas ou dinâmicas." 
Então, aparentemente, apenas é fotógrafo quem é profissional. Pessoalmente, não concordo com isso, conheço amantes da fotografia que são financiados por outras ocupações e não deixam de tirar fotos incríveis, tanto no âmbito artístico quanto no técnico.
O que ocorre é que, desde a criação da fotografia até agora, o preço de compor uma foto foi decrescendo até chegar a quase zero nos dias de hoje. Isso quer dizer que quando a fotografia estava sendo desenvolvida, a pessoa que estava disposta a investir seu tempo e seu dinheiro com isso, necessariamente tinha que faze-lo com muita dedicação.
Mesmo após o lançamento da incrivelmente popular Kodak Brownie na década de 20, (na década de 30 a Kodak chegou a distribuir gratuitamente um modelo comemorativo da Brownie para todas crianças que tinham nascido no ano de lançamento da Brownie original) a diferença na qualidade de imagem destas câmeras populares para os modelos "profissionais" era tão grande que continuava bem claro o limite de quem era fotógrafo e de quem apenas apertava um botão.

Kodak Brownie

 Gradualmente isso foi mudando. Na década de 60 criaram o lightmeter integrado (medidor de luz integrado na câmera) na Agfa Optima. A luz era medida pela própria câmera e a câmera automaticamente selecionava a velocidade e a abertura mais apropriada para a iluminação da cena. A capacidade do fotografo de definir a melhor abertura e velocidade no chamado "olhometro" não era mais necessária.
Assim como a criação, o lightmeter integrado, podemos afirmar que a mesma coisa aconteceu com o auto-focus da Konica C35AF. E finalmente na facilidade de não precisar mais de filme na era das câmeras digitais.
Konica C35AF


Com os fatos colocados na mesa, peço a permissão de quebrar a imparcialidade. O papel na arte da fotografia não mudou e esses avanços tecnológicos apenas deram maior liberdade para a composição da foto. A arte na fotografia está nos detalhes, está naquela desfocada proposital, ou na foto que deixamos sub-exposta ou naquele momento onde não seria possível capturarmos se tivéssemos que ajustar a câmera inteira. O importante é fazer com que sua foto seja bem sucedida em expressar o sentimento ou as sensações que ela propõe, seja ela clicada com grande formato ou com seu Iphone. 

Por: Leo di Lazzaro
De: São Paulo
Conheça a Lift'n Cam, loja de cameras antigas na Augusta

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10 de julho de 2013

Senta que lá vem história: Conheça a trajetória de câmeras que marcaram época.

Não importa quão leiga é a pessoa, um objeto antigo sempre gera curiosidade… Quando eu ando pelas ruas com uma câmera tipo Rolleiflex pendurada no pescoço, sempre sou parado por pessoas que sempre perguntam coisas tipo: "Nossa, ela funciona?", "Você ainda encontra filmes para vender?", "Eu tive uma dessa", "Tira uma foto minha?"...

De fato, muita gente se interessa por câmeras antigas. É por esse motivo que eu resolvi escrever esse texto, para que essas pessoas percebam que a beleza destas câmeras vai além de sua estética.

Bom, então vamos ao que interessa!

Para essa primeira edição resolvi escolher 3 câmeras que revolucionaram sua área na fotografia: a Polaroid SX-70, Leica M3 e a Rolleiflex.
Vamos começar pela Polaroid SX-70.

Ahh Polaroid...

Tem alguma coisa sobre a ideia de imprimir suas fotos na hora que fascina muita gente até hoje na "era digital". A Polaroid usou uma estratégia de marketing muito interessante, praticamente criou um ritual: apontar a câmera, bater a foto, escutar um barulhinho e depois chacoalhar a foto até uma imagem magicamente aparecer… É genial, rolou até um arrepio aqui!  Mas na verdade tudo se resume a uma coisa: tanto hoje como na década de 70, se você tem uma Polaroid você é cool e seus amiguinhos vão gostar mais de você.

Andy Warhol sendo cool com sua Polaroid SX-70.

O modelo SX-70 foi o responsável por criar esse ritual e o primeiro que era facilmente utilizável. Sim, era apertar um botão e esperar. Só isso, sem ajustes de velocidade, abertura e suas implicações e até seu filho de 5 anos faria boas fotos com essa câmera, sem contar que era compacta, se dobra e se contorce toda até ficar do tamanho de um bloco de notas (vai, para época isso é bem pequeno). Por último, peço a permissão para dar a minha opinião pessoal: além de estar na modinha ela é linda.

Passamos para a Leica M3, a primeira Leica (se pronuncia "Laica") com baioneta. Quem conhece Leica sabe que estamos falando do supra-sumo de equipamento fotográfico. Quando eu disse que os amiguinhos gostam mais de quem tem uma Polaroid, nem te conto o que eles vão querer fazer se você tiver uma Leica (provavelmente roubar, já que Leicas são caríssimas). Pessoalmente eu as considero super estimadas, tem câmeras mais baratas que oferecem as mesmas coisas. Mesmo assim, não se pode negar que elas fizeram história nas mãos de fotógrafos como Henri Cartier Bresson ou Sebastião Salgado.

As Leicas são feitas para fotografia de rua: são silenciosas (para ninguém escutar que você está tirando uma foto), são discretas (para ninguém ver que você está tirando uma foto), o foco é rápido e preciso (típico das rangefindes), robustas, as lentes são muito boas, etc, etc... O complicado é ter coragem para sair na rua, no Brasil, com uma câmera de R$15.000.

Por fim, a Rolleiflex!

Como já dizia João Gilberto "…te fotografei com minha Rolleiflex, revelou-se sua enorme ingratidão…" Com uma câmera dessas, atualmente, João com certeza arrumaria uma musa mais grata! E de fato, a Rolleiflex é a câmera ideal para você fotografar a sua musa. Ela é ótima para retratos, mas não deixa de ser boa para foto-jornalismo, paparazzi e infelizmente fotografia de casamento. O problema é que os fotógrafos não tinham o menor cuidado com essas lindas máquinas e é por isso quase todas que você encontra hoje estão detonadas…
Rolleiflex: Essa belezinha foi considera notável em sua época pelo seu tamanho compacto e peso reduzido
        A Rolleiflex se diferenciou das outras câmeras médio formato porque mantinha a qualidade óptica e deixava tudo mais prático: você não mais demorava 20 minutos para tirar a foto, na Rolleiflex bastavam 10!

Brincadeiras à parte, ela é bem prática, virar o filme, focar com a tela de vidro despolido (muito mais brilhante que as concorrentes), ajustar a velocidade, a abertura e pronto (não é um Iphone mas é bastante prático). Você vai ter uma foto melhor que qualquer 35mm.

Quer saber mais sobre essas belezuras? Dê uma passadinha aqui: Lift 'n Cam



Por: Leo Lazzaro
De: São Paulo-SP


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21 de maio de 2013

Você ri quando vê um “gordo” fazendo “gordice”? Cuidado, você pode ser fotografado.

Observe atentamente a foto ao lado. Repare na loira ao fundo que coloca a mão na boca. Sim, ela está rindo da mulher gorda a sua frente que se atrapalha com a câmera. 

A mulher gorda é a fotografa Haley Morris-Cafiero, chefe do Departamento de Fotografia do Memphis College of Arts, no Tennessee, que criou o projeto "Wait Watchers", uma série de fotos que flagram transeuntes tirando sarro dela, uma pessoa obesa, no meio da rua ou em lugares públicos.

Protesto? Vingança?

De acordo com a reportagem do jornal Folha de S. Paulo, Haley justifica que se trata de uma "experiência de caráter sociológico" e completa explicando: "Inverto o olhar, e o foco fica sobre as pessoas que me observam".

Peso do olhar

É como se a fotografa brincasse com a ideia de que, nas imagens, quem esta em evidência não é a observada (ela), mas o observador (no caso as pessoas que riem da mulher gorda). 

Aliás, por falar em brincadeira, o nome do projeto, "Wait Watchers", trata-se de um jogo de palavras: o som da palavra peso=“weight” e espera "wait”. Em tradução livre, seria algo como “Observador do Peso”. Em minha interpretação, o peso [preconceituoso] do olhar das pessoas sobre alguém diferente delas, pesa mais.

O que será que passa pela cabeça do rapaz?

Já não sentiu vergonha alheia quando um gordinho se abaixa e paga cofrinho?
O que você achou? Dê sua opinião, pois  aqui na Friday ela tem peso de ouro.
Confira mais fotos no site oficial do projeto: "Wait Watchers".  

Por: Elidio Santos
De: São Paulo - SP
Email: elidio@revistafriday.com.br