#05: Visibilidade Trans

Confira na capa do mês de fevereiro da Revista Friday, uma entrevista sobre os desafios de uma pessoa trans, com a ativista LGBT Rebecka de França.

INTERNET: Mudanças, tecnologia e Google+

Confira algumas mudanças que o google+ realizou para agradar os usuários.

Conexão Canadá: Vancity- The Journey begins

Camila Trama nos conta um pouco de seu intercâmbio em alguns lugares do Canadá.

CINEMA: Sassy Pants

Rebeldia, insatisfação e as paixões fazem parte do cotidiano de todos os adolescentes, confira a resenha do filme Sassy Pants.

VITRINE: O universo feminino de Isadora Almeida

Inspirada por ilustrações de moda, estamparia e coisas que vê por aí, conheça o trabalho da ilustradora mineira Isadora Almeida.

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28 de dezembro de 2013

Conexão Canadá: Hora de dar tchau



Como parte do meu programa eu trabalhei seis meses em um restaurante mexicano. Eu já tinha tido experiência de trabalho quando no natal do ano anterior eu enviei meu currículo com a minha personalidade e qualidades (currículo de quem nunca trabalhou) às lojas de roupa dos shoppings em São Paulo em busca de um trabalho temporário para o natal, e assim juntar uma graninha. Fora isso, só quando minha mãe me levava ao trabalho dela e me pedia para organizar umas planilhas, mas o que eu mais fazia era usar o Facebook.
 
Mesmo sabendo que teria que trabalhar uma hora ou outra eu estava tensa, gostava muito de estudar lá e fiquei meio triste de saber que iria terminar o curso em pouco tempo. Mas é certo que o que você aprende nas ruas é diferente do que você aprende na escola. Chegado o momento, a minha primeira preocupação era montar um currículo decente. Fiz algumas pesquisas na internet e escrevi o meu baseado em alguns modelos disponíveis na net. A entrega foi a parte mais difícil, alguns lojistas já faziam perguntas ali mesmo e eu ficava meio sem graça. Entrei em tudo quanto é loja, cafeteria, restaurante e até loja de cama, mesa e banho. Mandei e-mails em um site de busca de empregos para babá e até faxineira. Foi quando eu vi esse restaurante mexicano. 
A gerente que me atendeu era  muito gente boa e fiquei esperançosa. No mesmo dia ela me mandou um e-mail perguntando se eu poderia ir lá para um treinamento e eu aceitei. Nesse dia aprendi a enrolar burritos. Os primeiros cem saíram que parecia um coco enrolado cuspindo guacamole pelas extremidades, mas com o tempo até que peguei o jeito. Trabalhar em um país que não o seu é uma experiência maravilhosa, uma conquista diária. Conseguir entender as pessoas e se relacionar com elas e aprender palavras novas a cada dia que passa me mantinham num estado de felicidade constante. Tiveram momentos difíceis como limpar banheiro entupido, espantar ratos, lavar louças imensas e cortar 50 cebolas por dia, mas eu não me queixava. Por sinal eu adorava ter tido essa oportunidade. 

Quando estava no Canadá, mesmo no começo, eu sentia que precisava aproveitar muito e dar valor a cada momento, cada segundo. Em cada lugar que eu estivesse, o que eu fizesse, eu me sentia com muita sorte e sempre muito feliz. Às vezes eu dormia e acordava feliz por ainda estar lá, é claro que a “homesick” batia, e sentir falta de casa, da família, do namorado, comida e minha casa era natural. Mas eu sabia que aquela viagem seria temporária, então eu focava na parte boa.

No país de origem sinto que as coisas já são meio previsíveis, em feriados e datas festivas você já espera pelo o que está acostumado. Estar fora muda totalmente essa visão. Passar feriados diferentes, aniversário, Páscoa, Halloween, Dia de Ação de Graças,  Natal, Ano Novo, tudo fora de casa, foi bem interessante. Cada momento desse eu sentia mais a cultura canadense e a forma como essas datas eram celebradas lá aumentavam essa sensação. O Halloween foi o melhor de todos! Aqui no Brasil, apesar de importar muito essa cultura norte americana, não tem todo esse costume como tanto os norte-americanos quanto os canadenses tem de realmente celebrar a data. As pessoas saiam às ruas com as fantasias mais loucas possíveis, e não era só criança, gente de todas as idades competindo em criatividade. Aconteciam várias festas também, mas como eu trabalhava no dia acabei só indo em um barzinho com uma fantasia que comprei de última hora, e mesmo assim foi sensacional.  Natal foi interessante também, passei em casa jogando jogos com os outros estudantes. No Ano Novo estava um frio absurdo, mas mesmo assim ainda via meninas de saia, que abusadas! Acabei passando na casa de uns amigos, algumas pessoas entraram no mar com o chamado “ Nado do urso polar”, mas eu passei essa parte por motivos de não tenho tanta coragem assim.


Quando a data de ir embora começou a se aproximar bateu um desespero, estava com muito medo, mas agora era de voltar para casa depois de tanto tempo longe, maldita bipolaridade! Semanas antes de ir embora peguei o ônibus e visitei lugares que eu gostava de ir para olhar mais uma vez, mas sabendo que não voltaria tão cedo. Todas aqueles momentos estariam ligados à mim e guardados de forma que ninguém nunca entenderá, mas que eu sei que me modificou em diversos âmbitos. De praxe tivemos mas uma “farewell party”, festa de despedida. Depois de ter ido em tantas outras para falar tchau à bons amigos, agora era a minha vez. Isso era uma das coisas que me deixava mais triste, conheci pessoas incríveis lá, amizades sinceras que renderam muitas risadas e momentos terapêuticos também, e todos lá sabiam as dificuldades de ver amigos que moram em continentes diferentes. Quem sabe um dia eu volte a vê-los. As recordações são de cartinhas, tickets dos eventos e muitas fotos que ativam a memória para aqueles momentos nostálgicos. Me pergunto se tudo foi real, e mesmo que tenha sido um sonho, a realidade tem que ser enfrentada cedo ou tarde. 

Morar fora é um mix de sensações, é viver e parar para olhar em volta, ter calma e apreciar a vida com mais tranquilidade, porque afinal tudo é novo. É involuntário mas você acaba curtindo mais e sendo mais feliz pelo valor que se dá a esses momentos julgados como únicos. Desde que voltei prático essa  atitude, de olhar ao redor, de apreciar as coisas, mesmo que já as conheça, e de ser grata. Não preciso nem dizer que recomendo à todos conhecer Vancouver que me acolheu tão bem, mas não só lá como qualquer lugar do mundo. Viajar engrandece a alma. Devo muito aos meus pais que me ajudaram para caramba financeiramente, minha família em geral, e é claro ao Ivan que me ajudou e sempre me ajuda aonde quer que eu esteja com muita paciência e amor.


Agradeço pelo espaço para contar um tico da minha experiência morando no Canadá e quero mandar um beijo para minha mãe a para a Xuxa.

Valeu gente!! J














Por: Camila Trama
De: São Paulo - SP
Email: camila.trama@hotmail.com



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7 de dezembro de 2013

Conexão Canadá - São Paulo vs Vancouver

Olhar ao redor e ver cenários absurdos. Uma cidade que integra o verde das montanhas, o mar, os prédios altos, as casinhas padronizadas,  as ruas impecavelmente limpas, pessoas educadas, um transporte que funciona. Aos poucos fui percebendo e conhecendo mais intimamente o que aquele lugar podia me oferecer. No inicio era esquisito voltar para casa de noite e fazer uma caminhada de 10 minutos em uma rua vazia e relativamente escura. Eu temia ser assaltada, sequestrada. Em se tratando de transporte, me lembro de ter por uma ou duas vezes empurrado algumas pessoas para tentar sair do ônibus ou trem e depois ver olhares de reprovação e foi quando percebi que todos esperavam educadamente, tanto para sair quanto para entrar.

Percebi que cheguei lá com atitudes dignas de uma  paulista e que os arredores realmente mudam muito sua atitude. Outros estudantes diziam o mesmo, alguns tinham uma cultura mais semelhantes com a de lá, outros estavam vivendo uma novidade sem igual. Independente disso, todos se ajustaram as regras do "por favor" e "obrigado" em qualquer situação. Realmente os canadenses podem ser conhecidos por suas formalidades e por serem extremamente educados. É claro que generalizações são falhas, mas minha percepção ao voltar para o Brasil foi o inverso. Me via falando bom dia para o motorista da ônibus, para o mendigo e distribuindo obrigados, mas logo percebi que era inútil e não surtia muito efeito. Sinto falta do som das pessoas falando “ thank you” ao motorista de ônibus ao mesmo tempo em que desciam do ônibus em seu ponto.

Eu sempre gostei muito de São Paulo. Sempre achei uma cidade que está sempre pronta para te oferecer o que você precisar (e isso é verdade), mas algumas coisas ainda acabam por deteriorar o que a cidade tem de bom. O trânsito intenso, a insegurança, a violência, o transporte público sempre lotado, a desigualdade social gritante. E isso tudo ficou mais perceptível ao morar fora e ver as coisas funcionando de um jeito mais leve.


Vamos ao Raio – X dessas duas cidades que fazem parte do meu <3

CLIMA
Apesar do Canadá ser conhecido por suas temperaturas baixas e neve, alces, ursos, e castores, Vancouver é o município com as temperaturas mais amenas, tanto no inverno quanto no verão.  As temperaturas variam de um mínimo de -1 grau até -3 graus no ápice do inverno até 23 graus, 24 no ápice do verão. Enquanto outras regiões do país o verão chega à 30 graus no verão e – 2983921738978278137 no inverno, risos.  Outra característica já rendeu até uma piadinha interna dos “vancouverianos” que é chamar a cidade de “raincouver”, já que chove bastante lá. Então, se você está planejando sua viagem não esquece o guarda-chuva (lá tem lojas com guarda-chuvas estilizados) e sua bota de borracha.
Outono friiiiio em um parque no centro. Foto: Camila

São Paulo é maluco quanto ao tempo, nunca saberemos afinal.  Tem dias que saímos de roupa de frio e no meio do dia estamos de biquíni tomando sol na laje. Com um clima subtropical, temos temperaturas que variam entre 14 graus até 30. Em parte, o calor também é consequência da poluição e da enorme quantidade de prédios. Em questão de chuva, aqui chove também razoavelmente.

POPULAÇÃO
Neblina louca foto: Camila 

Vancouver tem uma população de 603.502 habitantes, o que lhe rende a oitava posição entre as cidades canadenses. Vancouver é também a mais densamente povoada.

São Paulo tem a quarta posição de maior aglomeração urbana do mundo e a mais populosa do planeta com 11.821.876 habitantes.

IMIGRAÇÃO

Vancouver é uma cidade completamente multicultural. Fazendo uma caminhada de um bloco pelo centro na Robson Street é possível escutar de quatro a cinco línguas diferentes sendo faladas. Há um alto contingente de estudantes intercambistas. Lá é possível encontrar gente de todos os lugares, literalmente! Eu tenho amigos do Japão, México, Lituânia, Coreia, China, Espanha, Venezuela, Inglaterra, Arábia Saudita e Vietnã, graças a viagem. Além disso,  17% dos habitantes de Vancouver possuem ascendência chinesa. Há muitos imigrantes das Filipinas, Camboja, Indonésia, Índia, Japoneses e Coreanos.

São Paulo também é uma cidade extremamente multicultural e percebemos isso nos sabores da nossa culinária e na nossa misturinha. Já ouvi dizer que o passaporte brasileiro é o mais cobiçado entre os falsificadores ideológicos porque brasileiro tem mistura do mundo todo. Aqui temos imigrantes italianos, espanhóis, portugueses, japoneses, libaneses e árabes. A imigração de italianos principalmente nos rendeu o ranking de segunda maior cidade consumidora de pizza do mundo. São Paulo também é a décima quarta cidade mais globalizada.

PRAIAS

Kitsilano Beach: pessoas curtindo o verão! Foto:Camila
English Bay Vancouver, eu e a Chyioko 
Vancouver é uma cidade litorânea e rodeada por águas. Para ir à praia eu pegava um ônibus e em 20 minutos eu estava lá. As praias tinham troncos de madeira bem grossos onde as pessoas sentavam em cima. A areia era diferente, com flocos mais grossos que não grudavam na roupa, só dar uma chacoalhada e tudo saia. A praia que eu mais ia chama-se Kitsilano Beach. M A R A V I L H O S A. A praia era equipada com banheiros, redes para jogar vôlei, bolas, salva-vidas, atrás tinha um parque com grama e parquinho para as crianças, praça de alimentação e tinha também um “club” bem perto com piscina e escorregador que poderia ser usufruído desembolsando 20 dólares canadenses. A água do mar é extremamente fria o ano inteiro.

Os paulistas precisam descer a serra para chegar às praias. As mais visitadas, ou mais próximas, são Santos, Guarujá, Ubatuba, Praia Grande, Bertioga. O que não vemos lá em cima nos nossos amiguinhos do norte, pelo menos não que eu vi, são os vendedores ambulantes nas praias, com milho, água de coco, queijo coalho OLHA O QUEIJINHO, OLHA O QUEIJINHO! Sinceramente, apesar de poluir um pouco a praia, eu adoro um queijo coalho.  A areia é um pouco mais barrenta e mais fina também.  A água fica suportável no calorzão do verão.
Eu chegando no Guarujá para desbaratinar. Foto: Camila 

BEBIDAS E DROGAS

Em Vancouver era extremamente proibido beber na rua. Eu acredito que as pessoas escondiam as bebidas nas garrafinhas de café do Starbucks e Tim Hortons (Tim Hortons é uma cafeteria nacional ícone no Canadá) porque ninguém é santo (eu juro que não fiz isso!). Apesar disso, o uso de maconha, banza, verdinho, entre outros, era feito sem muitos problemas. Achei estranho andar na rua e ver pessoas fumando como se nada estivesse acontecendo.
Downtwon Vancouver Foto: Camila 

São Paulo é bebedeira garantida. Cenas como crianças de 15 anos comprando seus “kits” pré-carnaval  e curtindo na rua é comum, apesar de esquisito. Já com relação a maconha a história é diferente. Você não vai achar cafés onde pessoas fumam livremente.

UNIVERSIDADE

Vancouver é sede de uma das melhores universidades canadenses. A Universidade da Colúmbia Britânica – UBC – University of British Columbia. Eu visitei lá e a universidade era realmente gigantesca. Eu fui no período de férias escolares, então não havia alunos nos ambientes residenciais. Entretanto, perto da universidade em uma caminho muito escondido, havia uma praia de nudismo que estava lotada.

São Paulo também é sede da universidade mais importante do país a Universidade de  São Paulo – USP que também é bem grande. Infelizmente o Brasil caiu da lista com as duzentas melhores universidades do mundo.  SHAME ON US! =/

RUAS E TRANSPORTE
Em Vancouver eu utilizava o passe mensal que custava cerca de 81 dólares canadenses. Quando eu estava prestes a ir embora o valor subiu para 90, escapei por pouco, hehe.  Esse passe me dava liberdade para usar qualquer transporte, fosse ele ônibus ou trem. Entretanto, você precisava comprar a zona certa, já que as zonas limitavam o seu poder de locomoção. Quanto maior a zona mais cara a passagem e mais longe você poderia ir.  Existia passe de estudante mas precisava ser residente permanente para poder adquirir. Caso a pessoa não quisesse comprar o passe mensal poderia comprar o bloco de tickets que saia uns 21 dólares e continha mais ou menos 10 tickets, ou comprar nas máquinas dentro da estação e pagar 2,50 dólares em cada um, que tinham uma validade de duas horas. Haviam máquinas para validar os tickets tanto no metro como no ônibus. Não existia um controle de catraca, você poderia passar e utilizar o metro sem pagar nada, mas periodicamente policiais entravam nas cabines ou ficavam parados enfrente as composições pedindo para que os usuários mostrassem. Caso não tivesse comprado ou estivessem com o passe mensal vencido pagariam multa. Os vagões eram confortáveis e dificilmente ficavam superlotados. Os ônibus também não tinham cobrador, você deveria mostrar seu passe ao motorista ou comprar em uma maquininha que ficava ao lado dele, mas só aceitava moedas e não emitia troco. Nos ônibus tinham o sistema que informava em cada parada que rua você se encontrava, tanto em áudio quanto na tela também, igual ao Metrô. As pessoas falavam bom dia para o motorista e ao sair do ônibus diziam obrigado. As ruas de Vancouver cortam a região em sentido Norte–Sul , Leste–Oeste. Então não se engane se você precisar fazer alguma coisa e achar que é perto por estar na rua, porque pode estar do outro lado da cidade.





Isso é de longe o que mais me irrita em São Paulo. O sistema de transporte, apesar de ter uma malha metroviária grande, não comporta a demanda. Os ônibus e os compartimentos de trem são realmente bagunçados e superlotados, vemos pessoas se pendurando nas hastes para se segurar, se empurrando, se espremendo. O trabalho do cobrador também é algo que poderia ser substituído por um sistema eletrônico. O preço da passagem não condiz com a qualidade.

OUTRAS CURIOSIDADES
Vancouver


  • Depois de Los Angeles e Nova York, Vancouver é o terceiro maior centro de produção cinematográfica da América do Norte. Isto porque as paisagens da cidade são muito propícias e como já foi falado tem tudo em um lugar só: praia, montanha, prédios que inclusive lembram cidades também dos EUA;

  •              Já faz uma década que Vancouver foi eleita a cidade mais habitável do mundo;

  •        Vancouver sediou os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Inverno em 2010 na região de Whistler.

  •             Vancouver é cidade-irmã do Rio de Janeiro desde de 2010. Isso significa uma relação de benefícios culturais, sociais e econômicos entre os dois municípios.

São Paulo:

  •  Principal centro financeiro e comercial do Brasil;
  •  Possui os edifícios mais altos do país;
  •  Décimo maior PIB do mundo;
  • Apesar do IDH alto, a riqueza não é distribuída de forma igual.

 São Paulo é uma cidade que tem muito dinheiro, mas a população acaba sendo prejudicada pela má gestão. 


Por: Camila Trama 
De: São Paulo - SP
Email: camila.trama@hotmail.com

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30 de novembro de 2013

Conexão Canadá: A melhor coisa é poder viajar

Intercâmbios são sempre enriquecedores. Em questão de cultura, é aprender pela vivência. Além disso, como pessoa também é um crescimento de dentro para fora, na alma. Conhecer gente de lugares diferentes, estar em contato com uma língua e costumes que diferem totalmente  da sua realidade é, inicialmente, um choque, mas absurdamente prazeroso. Pessoas quando procuram viajar para estudar fora atrás dessas experiências estão preocupadas com algumas questões básicas: a priori o local que ficarão, como já havia dito no post anterior, é muito importante! Mas o que é decisivo para que o intercâmbista se interesse pelo local e se identifique com ele é, além do clima, estilo da cidade, e se tem gente bonita porque  você não aguenta mais ver gente feia nesse Brasilzão de meu Deus, são as atividades, passeios e viagens que você pode desfrutar durante sua estadia.

Em Vancouver, especificamente,  tinha atividade até não poder mais. Decidi fazer desse post um relato das minhas experiências extracurriculares, hehehe. Bom, na escola que estudei essas atividades eram oferecidas, tinha data certinha para ir com a tchurminha de lá e era pago para a administração de lá mesmo. O legal é que como muita gente ia a escola conseguia uns descontinhos interessantes. Eu acabei não participando de todas as atividades porque o preço ficava um tanto quanto salgado. As atividades mudam dependendo da estação, os brasileiros que vão para Vancouver querendo ver neve, acabam se decepcionando. Em um ano que fiquei lá só caiu neve uma vez... tudo bem que foi bastante, mas não é um lugar que neva muito, por isso é interessante fazer as atividades mais caras no verão. Nas montanhas têm neve e a paisagem é muito mais bonita nessa época, fica a dica!

Grouse Mountain 

A primeira coisa que fiz de diferente logo nos primeiros meses foi ir para a montanha ver neve. Brasileiro tem uma coisa com neve, era nítido quem era brasileiro ou não lá pela cara de bobo olhando para aquele amontoado branquinho e por vezes experimentando dar uns lambiscos no gelo para ver se era real ok eu fiz isso. Grouse Mountain, “The peak of Vancouver”, é a montanha onde a galera ia para esquiar. Era possível até comprar um ticket anual para poder esquiar o ano todo, mucho loco! A montanha fica no lado norte de Vancouver e para ir para lá é preciso pegar um Seabus. SENSACIONAL!  É tipo uma balsa, só que um milhão de vezes melhor. Você ia na estação de metrô mesmo e tinha uma via para pegar o Seabus. Os preços das passagens dependiam da zona, pois quanto mais longe do centro mais caro.
Zone
Adult Price
Concession Price
1 Zone
$2.75
$1.75
2 Zone
$4
$2.75
3 Zone
$5.50
$3.75

Essa “balsa do futuro” saia a cada 15 minutos de manhã e a cada 30 minutos de noite. Chegando do outro lado de Vancouver tinha um terminal, e de lá pegamos um ônibus que levava até a montanha.  Eu cometi o erro de não esquiar achando que voltaria lá em outra situação, afinal ficaria um ano, mas acabei não voltando #chateada.  Mas valeu a pena pela guerra épica de bolas de neve.

Hiking/ Trilha

Medo de esbarrar com um bixinho desses Foto: Camila
Hiking (fazer trilha) é uma outra atividade que os canadenses apreciam muito, principalmente acompanhado de acampamento, ursos e marshmallows para assar. Existem muitos lugares que dá para fazer trilha. Vancouver é lindo porque é um lugar que tem tudo, montanhas, praias, muita área verde e uma cidade incrível. Mesmo com  a escola levando os alunos para esses lugares, eu recebi uma proposta muito interessante de uns amigos que iriam pegar a estrada para ir nessa montanha. Para ser sincera até hoje não sei o nome do lugar, eram umas duas horas da cidade de carro. Após receber a ligação me convidando, perguntei questões básicas como o que eu devo levar  e fui me preparar para esse momento inédito na minha vida. Pensem em uma pessoa que apesar de achar interessante esportes e atividades físicas faz um bom tempo que não pratica nada. Desde que tinha chego em Vancouver tudo o que fiz foi encher o bucho de pizza de 1 dólar o pedaço e agora era a hora de colocar o corpinho para funcionar. Água e alguns petisquinhos para segurar a barra. Alô? Mas então quantas horas dura essa caminhada? Quatro! Ah Quatro, tranquilo!! Duas horas para subir e duas para descer, dá para fazer numa boa. Camila, quatro horas só de subida. Não preciso dizer que quase morri, e que não sinto minhas pernas até hoje, mas valeu a pena.  O que mais me recordo era o começo todo animado e depois andando infinitamente naquela subida eterna, e ver mães fazendo caminhada com os filhos nas costas e com um monte de equipamento para acampar e eu me perguntando por quê eu tinha começado aquilo, depois de muito tempo subindo e subindo, morrendo de medo de ver um urso, me dar conta que não era nem metade do caminho a ser percorrido. Mas ao chegar lá em cima, vi o lago mais azul da minha vida, a paisagem era coisa de outro mundo.  As montanhas ao fundo aqueles pinheiros e um monte de esquilo andando nas pedras.  Valeu a pena!
Eu brisando na paisagem, hiking experience Canada
Tentando fazer amizades, nem me deu moral
Lago mais azul que já vi na vida no filter! Foto: Camila
Tem gente louca no mundo inteiro Foto: Camila 


Victoria - BC


Butchart Gardens- jardins lindos Victoria- CA Foto:Camila
Victoria é a capital da província Colúmbia Britânica. As pessoas normalmente faziam esse passeio em dois dias com a escola, mas meus amigos resolveram ir por conta própria e fazer um bate e volta e a viagem acabou saindo mais barata por conta disso.  Para chegar lá pegamos o Skytrain, que é o Metrô de lá, depois um ônibus e depois um Ferry boat gigante. Para chegar lá levou, mais ou menos, umas três horas e meia.
Prédio Parlamentar em Victoria - CA
Victoria tinha um estilo muito mais provinciano percebido pela arquitetura do prédio parlamentar. Uma das atrações  é o Butchart Gardens, um parque com muitas flores e jardins desenhados, realmente muito bonito.





Atlanta - GA

Beijú apaixonado

Após quase seis meses sem ver meu amado, depois de muita dor de cabeça conseguimos marcar de se encontrar em Atlanta nos EUA. O Ivan é jogador de futebol e iria para lá para um campeonato. Seria ótimo ver ele, mas com o campeonato ele estaria concentrado e a gente não iria poder se ver muito. Foram quatro semanas sem saber o que iria acontecer, um dia o campeonato estava de pé, no outro havia sido cancelado, no outro o dia iria mudar. Não sabíamos se enfim iriamos nos ver ou não, a saudade martelava forte, e alguma coisa nos fazia pensar que se não conseguíssemos nos ver, não conseguiríamos continuar naquele ritmo.  Ele já tinha comprado a passagem, e os pais dele também, para assistir aos jogos. Uma das sensações mais gostosas que tive na vida foi quando ele me ligou e disse que o campeonato havia sido cancelado, mas que ele iria mesmo assim. Comprei minha passagem correndo.  Depois de muita ansiedade, vê-lo de novo foi surreal, praticamente seis meses se passaram e eu só o via no Skype. Naquele instante era como se eu tivesse quebrado a tela do meu computador, quebrado os fusos horários, ele estava ali para ser abraçado, beijado,  não dava para acreditar. Essa sensação de surrealismo perdurou aquele dia inteiro. Foram muitos passeios que fizemos, fomos no museu do Martin Luther King, no aquário, no museu Mundo da Coca-Cola, no parque de diversão de montanhas-russas  Six – Flags,  fomos em uma balada.  Foi sem dúvida a melhor viagem que já fiz. Nada se compara a estar num lugar legal com a pessoa que se ama.


Hard Rock em Atlanta, matando a saudades Foto: Camila
Seattle - DC

Seattle em Whashington DC fica à mais ou menos três horas de Vancouver de ônibus. Estudantes vão lá principalmente pelas Outlets, eu fui para conhecer a cidade. A história da minha ida à Seattle foi meio trágica, a começar que eu fui sem nenhuma companhia, já que todos os meus amigos já tinham ido. Isso não me incomodou muito, queria ir de qualquer jeito. Essa seria minha última viagem antes de voltar para o Brasil. Eu tenho um problema organizacional sério, e apesar de todos os preparativos que fiz na noite anterior, deixei um detalhe importante escapar. No dia seguinte acordei cedinho e ainda estava escuro, peguei a Canadaline (Metrô) e fui para o centro onde pegaria o ônibus que me levaria para Seattle, toda meiga e abusada. Chegando lá fui para a Starbucks em frente ao ponto combinado pegar um latte para aquecer a alma enquanto esperava o ônibus. Chegando em Seattle o tempo estava meio nublado, mas nada abalaria minha viagem, me dirigi ao museu que visitaria seguindo o meu itinerariozinho montado no dia anterior. Para a minha surpresa o meu cartão não passou quando fui comprar o ticket, o atendente me sugeriu retirasse dinheiro de uma caixa que tinha numa rua ao lado, sim, eu não tinha dinheiro comigo, só o cartão. Tentativa número um:  o seu cartão está bloqueado. Impossível! Tentativa número dois, três, quatro.. maquinha 10 Camila 0. Voltei ao museu com cara de derrotada e disse que não estava conseguindo sacar. O moço viu minha carinha de chateada e deixou eu entrar de graça UHUL.  Mas a preocupação ainda batia na portinha do meu coração. Saindo do Museu ainda tinha um monte de coisas que queria fazer e precisava de dinheiro, só estava com o latte que tinha tomado antes de ir no estômago e o ônibus só voltaria dali cinco horas. Tentei em máquinas diferentes, tentei em um supermercado, tentei em todos os lugares e não, o seu cartão não vai passar hoje querida. Eu ainda estava sem celular e não conseguia contatar ninguém da casa que eu estava nem nenhum amigo, nem meu banco. QUEM PODERÁ ME AJUDAR??  O Ivan ( namorado) Colorado, é claro! E mais uma vez liguei chorando para ele me socorrer via Nextel, ai Ivan fofinho.  Ele ligou para o meu banco e explicou a situação e me ligou de novo explicando que eu deveria ligar no meu banco através de um telefone público porque eles não poderiam passar informações a mais ninguém. Ligando no banco fui aconselhada a da próxima vez que deixasse o país avisar para que o cartão não fosse bloqueado novamente, CABEÇÃO!  A moça, após confirmar que eu era realmente a dona do cartão, me deu vinte minutos para sacar tudo o que eu precisava antes de  ter o cartão bloqueado novamente. Assim consegui aproveitar o resto do passeio.
Parade de cheio de chicletes/Seattle Foto: Camila

Apesar de alguns perrengues tudo acabou dando certo! Ah que saudades de viver no  Canadá!

Por: Camila Trama
De: São Paulo - SP
Email: camila.trama@hotmail.com

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16 de novembro de 2013

Conexão Canadá: E cadê a Luiza?

Depois de algumas, várias, horas de voo e uma conexão em Toronto, eu finalmente havia chegado no aeroporto de Vancouver (YVR). Com a mochila nas costas, uma angústia apertava o meu coração mais do que as várias peças de roupa que eu usava com medo do frio que iria enfrentar.  Eu estava me sentindo perdida, um peixe fora d’agua, não sabia quais eram os próximos passos, e, na verdade, estava aflita de ter que enfrentá-los. Segui o fluxo.  No avião mesmo eu já tinha conversado com alguns brasileiros que estavam na mesma situação, e sendo assim, ao desembarcar fui seguindo as vozes que identificavam a sonoridade, que me acalmava os ânimos, do bom e velho português.

Logo o primeiro desafio surgiu, onde estão minhas malas?  Em qual dessas esteiras eles colocaram? Meu deus, como eu falo meu nome é Camila em inglês? F E R R O U! Uma menina escandalosa estava na mesma situação, mas com mais “ samba – lelê” já foi gritando: “ Ô MOÇU, AI LOSTI MAI BÉGUI, ME AJUDA?” E para ser sincera, de alguma forma o atendente conseguiu compreender, não sei que tipo de curso eles são submetidos para conseguir decifrar tantos sotaques, e embrometions, mas a danada achou a mala dela, e eu fui no embalo.

Minha irmã de sete anos fala que é dela. Foto: Camila Trama
Minha amiga, que mora lá, foi me buscar no aeroporto. Senti uma felicidade muito grande quando eu a vi.  Estava segura. Ela me entregou um alce de pelúcia vestindo uma roupinha com a bandeira do Canadá, uma graça. Saindo do aeroporto um frio cortante me deu as boas vindas.  Sim, definitivamente estou no Canadá. Entramos no carro e eu fui analisando tudo, como se nunca enxergará antes. As cores não eram as mesmas, os detalhes, o sentimento, principalmente eu. Eu entendi naquele momento minha frivolidade diante da imensidão de possibilidades do mundo, e isso não iria mais voltar,  as portas se abriram!

A janelinha ali de cima era o meu quarto! Foto: Camila Trama
Depois de ficar na casa dela, tomar um bom banho, e comer uma comidinha, fui para a casa na qual eu passaria o resto da experiência.  Eu já tinha procurado a foto da casa no Google Maps, mas por muito azar, na hora que tiraram a foto, um caminhão de, sei lá o que, estava estacionado bem na frente da casa, cobrindo -a por completo. TÁ SERTO!  A família que me esperava era das Filipinas, um arquipélago na região asiática, e que moravam no Canadá já fazia vinte anos.  Foram super calorosos e apesar da vergonha, já conseguia ver aquele lugar como meu novo lar. O êxtase de ver coisas novas era viciante.  Entrei no meu quarto e minha caminha estava ali, arrumadinha. Que maravilha!! Conversei com meu namorado antes de dormir, e não conseguir conter as lágrimas, vê-lo ali, sorrindo para mim, e ao mesmo tempo tão longe, me cortava o coração. Beijei a tela fria do computador que em nada lembrava a boca macia dele. De todo modo estava contente, estava lá. Dormi cedo, no dia seguinte teria meu primeiro dia de aula.
Lugar que fui  pouco antes de me perder.  Foto: Camila Trama
Acordei com uma animação de outro mundo, nunca tinha acordado tão feliz para ir à aula como naquele dia. No dia anterior tanto o pai da minha amiga quanto minha “mãe adotiva” tinham me explicado como ir e voltar da escola.  Eu subestimei minha capacidade de me perder. Após a aula, que foi um dia bem descontraído para dar as saudações aos novos alunos e comer uma pizza deliciosa de pepperoni com toda a galera, fui fazer o percurso de volta para a casa toda linda e charmosa me achando a rainha do camarote. Eis que, depois de entrar no ônibus, noto que o caminho estava um pouco diferente do que eu havia feito anteriormente. Mas continuei lá, sentada e sorridente.  Não, não, não aquele caminho não estava certo.  Apertei o botão e desci do ônibus,  voltei tudo de novo a pé até o ponto da onde eu tinha partido, e o frio batendo. Dois jovens com roupas no estilo gótico começaram a se encarar na rua, e de repente voaram um em cima do outro e se socavam alucinadamente. Gente, que isso? Cadê a segurança de que falaram tanto? Eu congelei, e parecia que estava dentro de um filme. Uma viatura veio em alta velocidade e logo dois policias cercaram os jovens. YOU HAVE THE RIGHT TO REMAIN SILENT! Nem sei se eles falaram isso, mas eu imaginei. Mentira, na verdade, eu ainda tava nas lições do verb to be! Depois de todo esse bafafá e quase considerando virar uma andarilha eu resolvi ligar, chorando, para o meu namorado. Glorificado seja o Nextel! Ele com todo amor do mundo virou meu GPS personalizado, me indicando o caminho ao som dos meus soluços. O dia estava chuvoso, e com muita neblina. Ao chegar em casa ainda tive que desenrolar um inglês macarrônico para explicar o por quê de ter chego tão tarde... Oh Canada.
Flores que agregam no modo "flor "da câmera digital

Só um plus: foram incontáveis as vezes que eu escutei a piadinha da Luiza, que está no Canadá...
Não, eu não trombei com ela.





Por: Camila Trama
De: São Paulo - SP
Email: camila.trama@hotmail.com

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9 de novembro de 2013

Conexão Canadá: Vancity- The Journey begins

Maple leaf. O syrup é uma delícia  Foto: Camila Trama
Quando fui convidada a escrever essa coluna, uma sensação de nostalgia tomou conta de mim. Já faz nove meses desde que eu voltei para a minha terrinha, mas vira e mexe me pego fuxicando nas fotos tiradas, nos vídeos gravados, cartinhas e ingressos  que guardei em uma caixinha junto a outras lembranças. Viajar para o Canadá foi uma das decisões mais assertivas que já que fiz. E aqui convido à todos vocês a acompanhar essa aventura de ter deixado família, namorado, amigos, faculdade e minha cachorrinha fofa atrás do desconhecido. Um mergulho dentro de um oceano de novas sensações. Gostos misturados com aquele friozinho na barriga e o privilégio de poder ver as coisas com olhos de criança – já diria meu amigo Charlie Brown ( ps: o que vai ser do carnaval da Bahia agora?).

Meu nome é Camila, tenho 20 anos e estudo jornalismo. Um dos motivos pelo qual eu optei trancar a faculdade para viver fora foi a importância da língua para a carreira que escolhi e também pela possibilidade de encontrar um estágio legal, principalmente com o foco que o Brasil terá com a copa do mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Até a data chegar continuarei na expectativa! Se o inglês tá legal, agora falta entender mais sobre esportes. Tô trabalhando nisso! (SQN)..

O primeiro passo foi procurar uma agência de intercâmbio que pudesse me ajudar com toda a parte burocrática. Combinei com meu namorado (peguete na época. Sim, já já eu explico) e fomos em uma perto da onde eu moro. Cheguei toda feliz e falei para a atendente que estava planejando um intercâmbio, e ela toda solicita perguntou:
  •       -AH, que legal! E para onde você quer ir?
  •        Hm... ( silêncio) .. Não sei ainda.
  •       Pois é, não dá para fazer assim, essa é a primeira coisa que você tem que saber...
  •       Não quer trabalhar volta para casa! ( pensei)


Ivan Magalhães, namorado coruja

Grosserias à parte, a moça estava certa! Lembrei que uma amiga minha desses rolês da vida morava em Vancouver, Canadá, e essa era a oportunidade perfeita para reencontrá-la e fazer minha viagem sem temer tanto, pelo menos uma alma viva que eu conhecia estaria lá.  E assim foi.  O processo foi longo entre passaporte, visto, preparativos, pagar taxas e mais taxas. Mesmo longo e tedioso, os seis meses de preparação passaram, e aos poucos fui me dando conta que  já era tarde demais para qualquer desistência.


A hora chegou

Com as malas prontas, e um último gole de guaraná, abracei todos. Minha mãe, minha vó, minha irmãzinha, minha sogra e por último...

  • -       Amor, eu te amo. Logo, logo eu volto.


E assim eu passei por aquela portinha.  Fiquei o máximo que pude para dar o último tchau. Com lágrimas nos olhos, eu tinha medo, mas sabia que estava preparada...





Por: Camila Trama
De: São Paulo - SP
Email: camila.trama@hotmail.com

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