#05: Visibilidade Trans

Confira na capa do mês de fevereiro da Revista Friday, uma entrevista sobre os desafios de uma pessoa trans, com a ativista LGBT Rebecka de França.

INTERNET: Mudanças, tecnologia e Google+

Confira algumas mudanças que o google+ realizou para agradar os usuários.

Conexão Canadá: Vancity- The Journey begins

Camila Trama nos conta um pouco de seu intercâmbio em alguns lugares do Canadá.

CINEMA: Sassy Pants

Rebeldia, insatisfação e as paixões fazem parte do cotidiano de todos os adolescentes, confira a resenha do filme Sassy Pants.

VITRINE: O universo feminino de Isadora Almeida

Inspirada por ilustrações de moda, estamparia e coisas que vê por aí, conheça o trabalho da ilustradora mineira Isadora Almeida.

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16 de novembro de 2013

Conexão Canadá: E cadê a Luiza?

Depois de algumas, várias, horas de voo e uma conexão em Toronto, eu finalmente havia chegado no aeroporto de Vancouver (YVR). Com a mochila nas costas, uma angústia apertava o meu coração mais do que as várias peças de roupa que eu usava com medo do frio que iria enfrentar.  Eu estava me sentindo perdida, um peixe fora d’agua, não sabia quais eram os próximos passos, e, na verdade, estava aflita de ter que enfrentá-los. Segui o fluxo.  No avião mesmo eu já tinha conversado com alguns brasileiros que estavam na mesma situação, e sendo assim, ao desembarcar fui seguindo as vozes que identificavam a sonoridade, que me acalmava os ânimos, do bom e velho português.

Logo o primeiro desafio surgiu, onde estão minhas malas?  Em qual dessas esteiras eles colocaram? Meu deus, como eu falo meu nome é Camila em inglês? F E R R O U! Uma menina escandalosa estava na mesma situação, mas com mais “ samba – lelê” já foi gritando: “ Ô MOÇU, AI LOSTI MAI BÉGUI, ME AJUDA?” E para ser sincera, de alguma forma o atendente conseguiu compreender, não sei que tipo de curso eles são submetidos para conseguir decifrar tantos sotaques, e embrometions, mas a danada achou a mala dela, e eu fui no embalo.

Minha irmã de sete anos fala que é dela. Foto: Camila Trama
Minha amiga, que mora lá, foi me buscar no aeroporto. Senti uma felicidade muito grande quando eu a vi.  Estava segura. Ela me entregou um alce de pelúcia vestindo uma roupinha com a bandeira do Canadá, uma graça. Saindo do aeroporto um frio cortante me deu as boas vindas.  Sim, definitivamente estou no Canadá. Entramos no carro e eu fui analisando tudo, como se nunca enxergará antes. As cores não eram as mesmas, os detalhes, o sentimento, principalmente eu. Eu entendi naquele momento minha frivolidade diante da imensidão de possibilidades do mundo, e isso não iria mais voltar,  as portas se abriram!

A janelinha ali de cima era o meu quarto! Foto: Camila Trama
Depois de ficar na casa dela, tomar um bom banho, e comer uma comidinha, fui para a casa na qual eu passaria o resto da experiência.  Eu já tinha procurado a foto da casa no Google Maps, mas por muito azar, na hora que tiraram a foto, um caminhão de, sei lá o que, estava estacionado bem na frente da casa, cobrindo -a por completo. TÁ SERTO!  A família que me esperava era das Filipinas, um arquipélago na região asiática, e que moravam no Canadá já fazia vinte anos.  Foram super calorosos e apesar da vergonha, já conseguia ver aquele lugar como meu novo lar. O êxtase de ver coisas novas era viciante.  Entrei no meu quarto e minha caminha estava ali, arrumadinha. Que maravilha!! Conversei com meu namorado antes de dormir, e não conseguir conter as lágrimas, vê-lo ali, sorrindo para mim, e ao mesmo tempo tão longe, me cortava o coração. Beijei a tela fria do computador que em nada lembrava a boca macia dele. De todo modo estava contente, estava lá. Dormi cedo, no dia seguinte teria meu primeiro dia de aula.
Lugar que fui  pouco antes de me perder.  Foto: Camila Trama
Acordei com uma animação de outro mundo, nunca tinha acordado tão feliz para ir à aula como naquele dia. No dia anterior tanto o pai da minha amiga quanto minha “mãe adotiva” tinham me explicado como ir e voltar da escola.  Eu subestimei minha capacidade de me perder. Após a aula, que foi um dia bem descontraído para dar as saudações aos novos alunos e comer uma pizza deliciosa de pepperoni com toda a galera, fui fazer o percurso de volta para a casa toda linda e charmosa me achando a rainha do camarote. Eis que, depois de entrar no ônibus, noto que o caminho estava um pouco diferente do que eu havia feito anteriormente. Mas continuei lá, sentada e sorridente.  Não, não, não aquele caminho não estava certo.  Apertei o botão e desci do ônibus,  voltei tudo de novo a pé até o ponto da onde eu tinha partido, e o frio batendo. Dois jovens com roupas no estilo gótico começaram a se encarar na rua, e de repente voaram um em cima do outro e se socavam alucinadamente. Gente, que isso? Cadê a segurança de que falaram tanto? Eu congelei, e parecia que estava dentro de um filme. Uma viatura veio em alta velocidade e logo dois policias cercaram os jovens. YOU HAVE THE RIGHT TO REMAIN SILENT! Nem sei se eles falaram isso, mas eu imaginei. Mentira, na verdade, eu ainda tava nas lições do verb to be! Depois de todo esse bafafá e quase considerando virar uma andarilha eu resolvi ligar, chorando, para o meu namorado. Glorificado seja o Nextel! Ele com todo amor do mundo virou meu GPS personalizado, me indicando o caminho ao som dos meus soluços. O dia estava chuvoso, e com muita neblina. Ao chegar em casa ainda tive que desenrolar um inglês macarrônico para explicar o por quê de ter chego tão tarde... Oh Canada.
Flores que agregam no modo "flor "da câmera digital

Só um plus: foram incontáveis as vezes que eu escutei a piadinha da Luiza, que está no Canadá...
Não, eu não trombei com ela.





Por: Camila Trama
De: São Paulo - SP
Email: camila.trama@hotmail.com

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26 de janeiro de 2013

Conexão Holanda: O programa de Au Pair


A minha coluna aqui se chama Conexão Holanda, mas por ironias da vida (ok, confesso, ironia das férias que precisei tirar) fui obrigada a me desconectar. Mas estou de volta para as colunas semanais dividindo e relembrando minhas experiências de um ano delicioso.

Como eu já contei, resolvi ser au pair na Holanda, um programa de intercâmbio que não precisa de tanto investimento para morar durante um ano na em outro país.

O que é ser Au Pair?
É um Intercâmbio cultural no qual você mora na casa de uma família e trabalha cuidando das crianças da casa e de todas as atividades relacionadas a elas e em troca você recebe um salário e a família é responsável por sua moradia e alimentação. Levando ao pé da letra, a expressão em francês significa “igual” e que na prática é mais ou menos assim: A Au Pair precisa ser tratada como membro da família, ou a mais perto disso possível e precisa se comprometer a fazer parte da família.

Requisitos para se tornar Au Pair na Holanda:
 - Ter idade entre 18 e 25 anos;
 - Ter experiência com crianças;
 - Possuir nível intermediário de inglês ou holandês;
 - Ter concluído o ensino médio;
 - Ser solteira/solteiro e sem dependentes;

Horários e salário:
Por lei, uma Au Pair na Holanda pode trabalhar no máximo 30 horas por semana e receber entre 300 e 340 euros por mês.

Como?
Você pode contratar agências de intercâmbio em todo o Brasil que te ajudarão com o processo ou poderá se inscrever em websites especializados em conectar famílias e Au Pairs.

Agora se eu pudesse definir a palavra Au Pair eu diria: Ganhar filhos que não são seus por um ano e se apaixonar loucamente por eles.  É aprender a cuidar e entender cada expressão dos pequenos. É pensar antes neles do que em você e em um dia frio doar a sua luva para um que esqueceu a dele na escola. É ser brava e firme quando não se comportam e ficar mordida quando os pais brigam com eles (mesmo que com motivo). É ensinar um pouco da cultura do seu país e morrer de orgulho quando eles aprendem a contar até 10 em português. É querer transferir o resfriado e febre das crianças diretamente para você. É fazer parte de uma família que não é a sua, é mesmo assim gostar muito deles. É ser mãe, pai, irmã mais velha, cavalinho e almofada.  É se sentir importante, pois os pais que nunca te viram antes confiam a coisa mais importante da vida deles á você. É viajar, visitar 13 países e conhecer culturas diferentes. É passar perrengue economizando dinheiro. É sentir saudades de casa. É ter todos os sentimentos e ainda por cima duplicados. É aproveitar ainda mais para acabar com a saudade. É se estressar e querer devolver as crianças para os pais e falar “Quem pariu Mateus que o embale”. É fazer amigos de todo mundo. É fazer amigas brasileiras que se encaixam na sua vida perfeitamente que parecem ser de infância.

 Mas repito: ser Au Pair é conhecer parte do mundo e ganhar crianças que você vai amar para o resto de sua vida.

Melhor Host Familly.

Entendem porque eu me apaixonei?

São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Florianópolis, Foz e Sinop.

Colo bom

Trampolim 
Cultura Holandesa





Por: Lara Monnerat
De: São Paulo - SP
Email: laramonnerat@hotmail.com

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22 de dezembro de 2012

Conexão Dublin: Violência na Irlanda

Gatos brincando - ou brigando?
Para dar uma aliviada no assunto - que o nome já diz tudo: violência - decidi colocar a foto de dois gatinhos lindíssimos brincando, eu acho. 

Uma das coisas que mais me impulsionou a fazer esta viagem foi exatamente a violência em São Paulo, minha cidade natal. Uma semana após a virada do ano novo 2011-2012, fui roubada a uma quadra de casa. Lembro que tinha acabado de buscar minhas lentes de contato - de grau - quando dois indivíduos em uma moto encostaram na minha mãe e dizendo que era para entregar tudo. Era uma noite chuvosa, ou seja, não havia ninguém na rua a não ser nós quatro. Desde aquele dia, não conseguia mais andar tranquilamente, que fosse sozinha ou acompanhada.

Pois bem! Assim que cheguei em Dublin, logo estranhei ver as pessoas andando com suas máquinas fotográficas penduradas no pescoço ou na mão. E quando digo câmera, não é aquela ralezinha não! Cansei de ver Nikon e Canon simplesmente à mostra. Bom, até ai tudo bem! E quando voltei da minha primeira baladinha a pé - ás 3 ou 4 horas da madrugada? Vim com o fiofó na mão, confesso. Outra coisa que estranho até hoje são os caixas eletrônicos. Eles ficam ao ar livre, seja ao lado de um mercado ou do banco. Dependendo da localização, forma-se até fila atrás da pessoa, coisa de centímetros de distância. Sim, a pessoa pode ver a quantia que você saca e só! Não ouvi relatos de roubos envolvendo esta situação até agora então pelo visto, aqui funciona. 

Simples assim!!!
Quanto a armas de fogo, sei que nem os policias daqui, chamados de GARDA, podem usar. Pois é, o bicho é mais em baixo quando se trata disso. Acredito que nós, estrangeiros ou não, devemos nos preocupar mais com os grupos que não são tão amorosos com os turistas - chamados vulgarmente de "knackers" - do que assalto a mão armada. Como eles odeiam este apelido pois o significado literal é abatedor de animais velhos, apelidei-os de nanás. Uma palavra que pode ajudar a descrevê-los melhor é diversão. Eles não estão ligando para ninguém, só querem saber de tirar um sarro com os outros. Infelizmente a maioria dos alvos são os gringos. O que geralmente acontece é uma guerra de ovos - ecaaaaa - ou bexiga d'água. Enfim, esse tipo de zoação. Lógico que, de vez em quando, alguns saem na mão, mas é simplesmente ignorá-los. Uma vez, um cara que estava em um grupo grande veio me pedir um cigarro, mas ai só sinalizei um "não" com a cabeça e apertei o passo.

Ultimamente também tenho lido muitos comentários no grupo do Facebook a respeito de batedores de carteira. A pessoa tá distraída e quando vê, a bolsa já está aberta e sem um ou dois acessórios. Também ouvi sobre o mesmo assunto que alguns brasileiros estão entrando nessa onda aqui, mas até ai são apenas boatos. O fato é que não dá para bobiar em nenhum lugar do mundo: seja no Brasil, na Europa ou na PQP!!! Brincadeiras e trocadilhos a parte, vale lembrar que nenhum lugar é 100% seguro. Então evite descuidos como andar sozinho na rua altas horas da madrugada ou com a bolsa de um modo que qualquer um pode pegar.

;)

Por: Mariana Perez
De: Dublin - Ireland
Email: mariana@revistafriday.com.br

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15 de dezembro de 2012

Conexão Dublin: Como é o trabalho no pub?

Pessoal do trabalho após Halloween no The Barge
Desde que sai de São Paulo, já vinha com a ideia de trabalhar em um restaurante assim que chegasse em Dublin. Após o esforço e correria atrás de emprego, consegui. Faz 3 meses que trabalho como staff no pub The Barge e já posso fazer uma lista com as vantagens e desvantagens da função. Espero que possa ajudar futuros intercambistas!


Fiquei cerca de um mês só acertando os documentos quando pisei na Ilha Esmeralda. Ou seja, o dinheiro saia e não retornava. Depois que vi minha conta bancária, quase desmaiei e tomei uma atitude: procurar um emprego. As opções eram: garçonete, au pair - mesmo que babá e cleaner - faxina em hotéis, casas de família ou em qualquer outro lugar que precisasse. Óbvio que trabalhar em um bar era meu foco, mas caso não conseguisse emprego rápido, teria que partir para as outras áreas. Até que não demorei tanto para entrar no The Barge, mas o que andei de pub em pub entregando currículo não é brinquedo não!

Consegui meu emprego através do site Gumtree.ie em uma semana após o currículo estar completo. Aqui, se você não tem experiência na área, acaba "arranjando". E sabe como? Da maneira mais simples possível: colocando no currículo que já trabalhou com isso ou com aquilo. Sim meus caros, cara de pau nessas horas é tudo! Ou nada! Porque o gerente também pode perceber que você não tem experiência como diz ter e ai já euvis!

Durante o primeiro mês, trabalhava apenas 2 dias na semana: sexta e sábado. Aqui o salário mínimo é 8,65 euros por hora, então quase não via resultados financeiros que eu estava esperando. O bom de se trabalhar como atendente em um restaurante é a gorjeta, que no começo também não era essas coisas pois não me comunicava muito com o cliente - uma vez que meu inglês não é perfeito.

Agora, com 3 meses na casa, trabalho 4 dias por semana. A escala dos empregados muda toda semana: a única coisa que tenho certeza é que trabalho sexta e sábado - dias mais movimentados. E é ai que está o X da questão! Nunca mais fui para as baladas daqui de Dublin pois trabalho no período noturno (até o pub fechar). Então quanto à diversão, tenho me restringindo e MUITO!!!

O lado bom é que percebi minha evolução na língua inglesa. Hoje em dia já não tenho mais receio de ficar sozinha com um gringo, com medo de puxar assunto. Claro que não estou fluente - AINDA - mas consigo manter um diálogo legal. Notei isso na questão das caixinhas. Estas últimas semanas tenho recebido mais gorjetas que inicialmente. Sei que um pouco desse lucro é por causa da época, mas o outro pouco também é por estar interagindo mais com os clientes.

Outro fator legal agora é a graninha que tenho feito nesses 4 dias que trabalho por semana. Como quero renovar meu visto, ou seja pagar outro curso de inglês + as passagens de avião do Brasil para Irlanda (volto para o Brasil-il-il no dia 18 de maio, fico umas 3 semanas e venho para Dublin novamente) sem a ajuda financeira dos meus pais, posso dizer que estou concluindo meus objetivos. 

Bom, o que eu quis passar neste texto é que, todas as opções tem seus lados positivo e negativo. Basta você colocar na balança e ver o que você mais necessita no momento. Eu podia optar por diversão ou trabalho. Agora estou no trabalho, mas para garantir a diversão futura! Fora que, meus planos para ficar aqui em Dublin passam dos 2 anos, então tudo em seu tempo!


Por: Mariana Perez - esperando ansiosamente o day off - folga
De: Dublin - Ireland
Email: mariana@revistafriday.com.br

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8 de dezembro de 2012

Conexão Holanda: Onde, como por quê e quando?


Alguém diz Holanda e logo pensamos em tamancos de madeira, tulipas, moinhos, queijos, bicicletas e liberdade. Quando decidi vir para esse pequeno país não sabia muito mais do que isso e me surpreendi. Com a Conexão Holanda dividirei com vocês essa experiência deliciosa. 

Onde? Como? Por quê? Quando?
Sai do Brasil no dia 17 de dezembro de 2011, dia em que o sol brilhava e fazia 32ºC em São Paulo e estava com o coração tão apertado que parecia rosbife amarrado.

Nos últimos meses que antecederam minha partida os diálogos começavam mais ou menos assim assim:
-Vou fazer intercâmbio, serei Au Pair na Holanda.
-Au o que?
-Babá.
-Holanda? Por que Holanda? Umn, safadjénha.

Vou confessar: nunca passou pela minha cabeça ser Au Pair na Holanda, a única coisa que eu tinha certeza era que queria morar um ano na Europa. Aí veio a parte mais importante, o valor altíssimo dos programas mais tradicionais, o único que coube no meu bolso foi o de Au Pair (claro que isso não foi um problema, e sim a solução, já que sou apaixonada por crianças). 

Logo depois veio a escolha do país, Holanda o único país da Europa que tem o visto especial para Au Pair e que 99%* das pessoas falam inglês (a única língua além do português que sei me virar). Passei 2 horas na internet lendo sobre a Holanda e pronto, criei uma nova paixão. Tudo me pareceu tão perfeito que foi como se eu mesma tivesse inventado.

Tudo decidido (na minha cabeça) porque por mais que eu ache que sou dona do meu nariz, eu tinha 20 anos (hoje estou com 21) e um pai e uma mãe. Então veio a segunda fase do processo: preenchi tudo que eu podia, e fui pra casa dos meus pais com toda papelada pronta. Claro que eles fizeram as clássicas perguntas: Por que Au Pair? Por que Holanda? Mais as adicionais: Como assim minha filha? Um ano? E foi aí que eu gastei todo o meu dom de persuasão, todo mesmo, achei que nem ia sobrar mais pra faculdade, mas não me preocupei, corre a boca pequena que persuasão não é município nem cartão de crédito, então não tem limite. Pronto, fase 2: checked.

Depois disso tudo veio só a parte burocrática: Renovar passaporte, achar uma “host family”, legalizar documentos, conseguir o visto, e marcar as passagens.
Do momento que tive essa mirabolante ideia até o dia do meu embarque, foram exatos quatro meses. “O desejo é humano, demasiadamente humano” - e poderoso.

*Estatística baseada no ADL (Achismos da Lara)

Lara Monnerat
Delft - Holanda


15 de novembro de 2012

Conexão Dublin: Quando a saudade bate...

Eu e meus pais
Começo meu texto pedindo desculpas. Inicialmente não queria escrever algo melancólico e "para baixo", mas sinto que é uma das melhores formas de aliviar meus pensamentos e coração. Sim meus caros, a saudade e solidão entraram pela porta da frente de casa e com direito a ponta-pés para me acordar... e conseguiram!

Domingo passado, após uma longa e agitada noite no pub que trabalho, só queria saber de deitar na cama e apagar. Sonhar, pra quê? Apesar desligar a cachola e o corpo. Infelizmente não tive tanto sossego assim... Devo ter deitado lá pra 5 horas da manhã de domingo e às 11 já tinha acordado - e do pior jeito possível. Sonhei que minha poodle Pitucha tinha morrido. Abri os olhos e, antes de me dar conta que era um pesadelo, desabei no choro. Sabe quando junta todos os motivos do mundo: saudade, tristeza, medo, solidão...? Pois é! Parecia que tinha levado um soco no estômago pois até dificuldade de respirar eu senti.

Minha companheira de 14 anos
Devo ter ficado uns 10 minutos chorando e pensando em como quem eu amo está. Naquele momento, só queria ver meus pais e minha Pitucha. Pra falar a verdade, ainda quero... Sabe, intercâmbio não é só alegria como se pensam. É medo, insegurança, solidão. Durante esses 3 meses e algumas semanas, cresci demais como pessoa. Enfrentei situações que nunca imaginei, além das dificuldades diárias com o idioma ainda não fluente. 

Acredito que a parte mais difícil é a saudade! Depois do pesadelo, tive que ligar para minha casa no Brasil para saber como as coisas estavam e chorei mais ainda quando meu pai falou que a Pitucha estava tomando banho. Que alívio cara! Naquele instante, pegaria o primeiro voo para vê-los e abraçá-los com toda minha força! E confesso que só sosseguei mesmo quando vi minha poodle pelo Skype.

Às vezes bate aqueles cinco minutos de desespero, de largar tudo e voltar para o aconchego. Mas, quando penso em tudo o que eu enfrentei para estar aqui, a Mariana sensata reaparece - e com força total, como agora escrevendo este texto para vocês! Não, nada veio fácil como gostaria que fosse e vários sacrifícios foram feitos para que este meu sonho se realizasse! É daí que tiro forças para continuar firme e forte! 

Mas confesso a vocês que estou ansiosa para que Maio chegue. Se tudo der certo conforme o planejado, terei de 2 a 3 semanas de folga para curtir meus amores ai no Brasil - família, bichos de estimação, amigos... Até lá, ainda aprendo a lidar melhor com meus sentimentos...

Por: Mariana Perez
De: Dublin - Ireland
Email: mariana@revistafriday.com.br

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25 de outubro de 2012

Conexão Dublin: Aquecimento Halloween

Outubro: final de outono, começo de Halloween
Acredito que este final de semana foi o mais esperado por mim - e por outros moradores também... Não só aqui como diversos outros lugares no mundo onde a data é comemorada! Dia 31 de Outubro, quarta-feira, é Halloween, mas as festas em Dublin começam cedo... desde sexta-feira.

Assim que cheguei na Irlanda, vinha pensando no Halloween. Afinal, aqui as pessoas realmente comemoram a data vestidos a caráter e assustando quem passar pela frente, seja nas ruas, pubs ou parques. Uma verdadeira festa ao ar livre.

Em termos de aparência para a festa, sempre quis ter uma fantasia do Beetlejuice. Cara, como sou apaixonada pelo filme "Os fantasmas se divertem" de Tim Burton. Acho incrível a história, o diretor, os personagens e a trilha sonora. Enfim, sai como louca atrás desta fantasia e só achei em um site irlandês. Comprei em um sábado  e a entrega foi na terça. Até ai, tudo perfeito... até eu provar o vestido e ver que uso o tamanho "small" - pequeno - e não o "medium" em Dublin. Não troquei a roupa para não dar muita dor de cabeça, mas estou pensando seriamente em dar umas apertadinhas nele... :x
Vestido com gravatinha e peruca do Beetlejuice
No pub que trabalho também terá festa durante todo o final de semana até o dia 31. E, para descontrair,  terei que trabalhar fantasiada apenas no sábado. Como esta fantasia do Beetlejuice é apenas para o último dia do mês - tipo uso exclusivo, saca? - hoje fui atrás de outra fantasia barata e bacana. Acabei comprando uma de pirata, vestido nem tão curto nem tão longo, com tapa olho e bandana. Para incrementar, comprei uma lente de contato verde bem falsa com duração de um mês. 

Vamos comemorar o Halloween no The Barge?  ;]
Para dar o toque final, resolvi mudar meu esmalte também. Não sou nenhuma expert em unhas artísticas, mas imaginei um laranja abóbora com preto. Queria muito diferenciar pois além de cuidar da limpeza do pub, também sirvo bebidas e retiro pratos da mesa. O resultado da unha não ficou do jeito que queria, mas melhor que o esperado. Dá uma olhada ai:

Quebra um galho, vai!
Bom, próxima quinta-feira colocarei fotos de como foi minha noite tanto no pub quanto na quarta-feira, aonde eu realmente espero não trabalhar e curtir o dia também!

Ahhh, esqueci de contar! Esta segunda-feira será feriado! Então já viu como terei MUITA coisa boa pra contar! 

;)


Por: Mariana Perez
De: Dublin - Ireland
Email: mariana@revistafriday.com.br

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18 de outubro de 2012

Conexão Dublin: Curiosidades - Parte 2

Ponte Ha'Penny com seus inúmeros cadeados
Opa! Hoje finalizo as curiosidades com a segunda parte, mas nada impede que eu escreva sobre isto mais pra frente. Afinal, cada dia que passa, descubro algo novo e diferente aqui...

E lá vamos nós:

11 - Diferente de São Paulo, cidade onde morava, a vida noturna de Dublin tem hora de encerramento: 03:00 da madrugada. Com exceção de algumas lanchonetes 24 horas, a maioria dos pubs e baladas fecham exatamente às três da matina. Até me acostumar com isso, demorou um pouco... 

12 - Dublin possui várias pontes que ligam o lado norte ao sul, mas destaco a Ha'Penny Bridge. O nome é uma abreviação de "half a penny", pois era cobrado meio penny para a travessia. À noite, o visual da ponte é maravilhoso e mega romântico. Se olhar com atenção, verá vários cadeados pendurados na Ha'Penny Bridge. Casais que querem selam o amor, escrevem seus nomes nos cadeados e os colocam nesta ponte. 

13 - Não há cobras aqui na Irlanda! Segundo a lenda, o Santo Patrício - ou Saint Patrick - teria expulsado todas elas, conduzindo-as até o topo de uma colina e fazendo-as cair no mar. A verdade é que, como a Irlanda é uma ilha, as cobras nunca chegaram aqui. Para vê-las, só se for no zoológico ou coleção particular.

14 - O contato com a natureza é constante. Basta ir ao parque e dar de cara com esta criatura lindíssima e fofa chamada esquilo. Poxa, como são bonitinhos pessoalmente. Além dos esquilos, é comum encontrar raposa atravessando a rua aqui em Dublin - em uma dessas madrugadas voltando do pub, quase morri de tanto susto quando vi uma delas correndo para o outro lado da rua. 

Coisinha mais fofinha *--*
15 - A Irlanda possui dois idiomas oficiais: o inglês e o gaélico - ou irish. Apesar de ser difícil encontrar alguém conversando em gaélico, os irlandeses aprendem o idioma desde crianças, na escola. 

16 - Beber álcool na rua? Nem pensar! Se a polícia te pegar com um gorozinho aqui, pode dar uma encrenca das feias, até ser preso. Mesmo assim, ainda vejo alguns corajosos bebendo cerveja nos parques ou nas ruas.

17 - Conheça o momumento Spire, localizado na O'Connell Street. O Spire - ou Spike, como alguns chamam - tem o formato de uma agulha e tem 120 metros de altura. Como está localizado bem no centro da cidade, o monumento vira um ótimo ponto de referência.

Spire visto da base para a ponta
18 - Aqui os mercados não tem sacolinhas plásticas gratuitas. Ou o pessoal traz alguma bag ecológica ou compra sacolas nos mercados. Cansei de ir para casa com leite, sucrilhos e até papel higiênico na mão. Isso é normal para eles!


19 - A Sexta-feira santa- chamada de Good Friday - é o único dia do ano em que não se pode vender bebida alcoólica no país. Como trabalho em um pub, menos um dia sem work =/


20 - Há uma joia típica irlandesa, um anel chamado Claddagh. As mãos indicam amizade, o coração simboliza o amor e a coroa representa a lealdade. Geralmente é usado como anel de casamento, mas também é possível achar o símbolo em brincos, pulseiras e colares.


O lindo anel Claddagh


E ai, o que achou da Irlanda? Consegui matar um pouco da curiosidade? ;)

Por: Mariana Perez
De: Dublin - Ireland
Email: mariana@revistafriday.com.br

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23 de agosto de 2012

Conexão Dublin: 1 mês na Irlanda

Minutos antes de embarcar. Da esquerda pra direita: minha irmã Marilda, meu sobrinho Jean, minha mãe Rosinha e meu cunhado Carlos

Como os dias passam rápido!

No dia 24 de Agosto, vulgo amanhã, completo um mês na terra do Leprechaun e, apesar de ter passado apenas tinta dias, posso dizer que muita coisa mudou em minha vida. Quem diria que iria passar por bons e maus bocados em tão pouco tempo...

Como vocês devem imaginar, para fazer um intercâmbio é necessário deixar a mordomia para trás. Sério, não pense que tudo será um mar de rosas só porque você estará sozinho em um país desconhecido. Festas todos os dias? Se você tiver dinheiro o suficiente para bancar, quem sabe?

Também pensei que o verbo "compartilhar" ficasse mais fácil na prática, mas lidar com o próximo exige paciência, MUITA por sinal. Para quem tinha um single room no Brasil, até que tenho me virado muito bem aqui na Irlanda - já dividi um quarto com duas meninas e uma casa com cinco pessoas! Aprendi a respeitar o espaço e a opinião alheia também - e olha que nem sempre o seu santo bate com o do outro, mas a vida tem que continuar, não é mesmo? 

Para quem me conhece, sabe muito bem que não gostava de cozinhar! Odiava esquentar a barriga na frente do fogão, seja para fazer um simples arroz ou uma omelete. Após um mês aqui, posso dizer que uma das primeiras coisas que reparo na casa dos amigos é a cozinha haha Para ficar melhor ainda, só falta aprender a fazer feijão na panela de pressão - o que é difícil de se achar aqui em Dublin.

Limpar minha casa no Brasil? Uma vez ao mês quando a empregada não ia e olhe lá. Agora, toda semana tem que ter um dia de limpeza, inclusive o banheiro. Uma coisa que achei engraçado aqui em Dublin: os banheiros não possuem ralo. Então a limpeza acaba sendo mais fácil: apenas um balde, pano e esfregão. Papo de dona de casa, né?

Outra coisa difícil de se lidar aqui é a saudade. Meu Deus, será que é possível morrer disso? Nossa, sinto falta de TUDO e de TODOS. Desde objetos ou lugares como meu quarto e minha sala de estar como pessoas e animais como meus amigos e os bichinhos de estimação. Até hoje, falar com meus pais e com o namorado pelo Skype é sempre um chororô! É como se alguém pegasse o coração e o colocasse em um triturador em potência máxima. Ontem, quando vesti minha calça legging, encontrei vários pelos brancos do meu gato. Não demorou muito para meus olhinhos encheram de lágrima.

Meu gato Bigode deitado no sofá
Como nem tudo se resume a lágrimas, também aconteceram coisas maravilhosas! Além de colocar em prática o inglês, coisa que não fazia no Brasil, pude conhecer pessoas fantásticas aqui. Minha flatemate Juliana é uma delas. Paulistana, ela chegou em Dublin no final de Maio deste ano, mas volta para o Brazuca em Novembro devido a "n" motivos. Como estamos passando pela mesma situação, apoiamo-nos uma na outra para dar aquele suporte, sabe? Segurar a onda quando a saudade aperta, pois não é pouco. Fora que o namorado dela, brasileiro que conheceu na Irlanda, voltou para os solos brasileiros semana passada. Então imagina como estão os corações deles... Dois tranqueiras que marcaram minha vida com muito ânimo e alegria!

Caio e Juliana: meu casal 21
Estou ansiosa para saber o que ocorrerá nos próximos dias aqui, pois a vida não pode parar! Se eu consegui encontrar o ator preferido em uma das minhas caminhadas sem destino certo, o que mais pode ocorrer nas próximas semanas? Mantenho vocês informados! ;)


Por: Mariana Perez
De: Dublin - Ireland
Email: mariana@revistafriday.com.br

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26 de julho de 2012

Conexão Dublin: a chegada!

Rumo à  Holanda, conexão para Dublin


E ai pessoal, como vocês estão? 

Mando este post diretamente de Dublin, Irlanda. Olha, a cidade é maravilhosaa!!! Logo nos primeiros minutos que pisei aqui, fiquei encantada com as ruas (espírito de arquiteta?). Mesmo com uma recepção chuvosa de Ireland, tudo aqui é lindo!!! Como esta semana e a próxima serão bem corridas devido as documentações que preciso ir atrás, hoje vou compartilhar com vocês minha chegada aqui no Velho Mundo!

Meu voo foi tranquilo, apesar de nunca ter andado de avião. A decolagem é bem parecida com montanha russa, sabe? A aeronave pega um impulso louco para sair do chão, inclusive me deu um tremendo frio na barriga. Pensei que fosse vomitar, porque senti uma sensação muito estranha, mas foi apenas por alguns minutos. Por sorte, encontrei uma brasileira antes de entrar no avião que me deu 2 comprimidos de dramin - esqueci de comprar no Brasil   ¬¬'


Comprei as passagens da companhia aérea holandesa KLM e não tenho nenhuma reclamação a fazer! As aeromoças são muito simpáticas - e bonitas. Ah, elas não falam português, apenas um simples, mas importante, "obrigada" ou "tchau". Quanto às refeições do voo, as comidas são maravilhosas!!! Sai de Guarulhos às 19h15 e depois de alguns minutos no ar, o jantar já foi servido. As opções eram frango ou macarrão. Como queria evitar passar mal ao comer algo pesado, optei pelo chicken, que veio com salada e bolo de limão. Olha ai:


Franguinho com direito a salada e sobremesa

Depois que as aeromoças passaram para o outro lado do avião, vi que elas também serviam vinho - e o melhor: também está incluso na passagem! Como queria capotar depois da janta para o tempo passar rápido, 11 horas de voo, tomei um copinho do Red Wine:

Quanta elegância! ;)

A parte de entretenimento deles é muito boa. Pude assistir filmes recentes como "Jogos Vorazes" e "O Artista". Tem legenda em português, mas como queria entrar no clima da viagem, infelizmente não achei a legenda em inglês. Além dos filmes, também há games e música! Nem lembrei de pegar meu MP3, confesso! 


Ao amanhecer, as aeromoças serviram o breakfast. Uma delícia de omelete, muffin, salada de frutas e um pãozinho. Para minha tristeza não tinha chocolate quente, e como podia escolher suco, café ou água para beber, escolhi a 1ª opção.

Maravilha de café da manhã


Vale comentar que, durante a madrugada, quem estava acordado ganhou sorvete de chocolate. Fantástico! Não tirei foto porque tinha acabado de acordar e nem lembrei da câmera, que esteve comigo todo momento.


Fiz a conexão para Dublin em Amsterdam. Pensei que o de Cumbica fosse grande, mas ao  chegar em Schiphol, fiquei impressionada. Tem até esteiras para ajudar as pessoas a se locomoverem mais rápido. Filmei um rápido vídeo para vocês terem uma ideia. Desculpa pelos errinhos de português e o áudio baixo, mas estava nervosa - ansiosa.




Como é incrível ver uma cidade por cima! Tive a sensação de ter visto uma maquete gigante com minúsculos carros e casinhas. Vi até castelo sobrevoando a Holanda, mas fiquei tão maravilhada com a imagem que não lembrei de bater foto, a não ser esta:

A bela Amsterdam

Apesar de ter sido recepcionada com a famosa garoa de Dublin, a cidade não perdeu o encanto! Posso antecipar que tudo aqui é lindo. Os detalhes deixarei para a próxima semana!  


See you guys! ;)

Welcome to Dublin!

Por: Mariana Perez
De: Dublin - Ireland
Email: mariana@revistafriday.com.br

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