Cair de paraquedas em um país estranho não é fácil. Saber
como funciona o transporte público, a vida da sua família gringa (afinal, é
você quem tem que se adaptar a eles e não o contrário) e aprender a “se virar”
sozinho(a) são requisitos básicos de um intercambista.
Intercâmbio para a Europa durante o verão é algo diferente.
Primeiro, você estuda em uma escola somente para estrangeiros. Segundo, na
sua “casa” você não é o único intercambista, algo que, particularmente, foi uma
das coisas mais proveitosas da minha estadia. Na minha host family, a hora do
jantar era o momento para todos socializarem, dizerem o que fizeram de
interessante ao longo do dia e, obviamente, praticar o inglês.
Na noite seguinte a minha chegada, foi hora de conhecer os
outros companheiros internacionais da casa: uma japonesa, uma coreana, uma
chinesa, uma tailandesa e um italiano perdido no meio do Oriente. Alguns estavam
lá por muito tempo, outros por menos, algo relevante para que eu pudesse
conhecer outras culturas.
Como não sabia nem onde ficava a estação de metrô mais
próxima, perguntei se alguém poderia me acompanhar e me ajudar a descobrir a
localização da minha escola. A tailandesa (que mais tarde se tornaria uma das
minhas companheiras de aventuras) se ofereceu como guia, me ensinou a usar o
metrô, me ajudou a achar a escola e ainda me levou até King’s Cross para eu ir
a Hogwarts!
Tchau, seus trouxas, tô indo pra Hogwarts!
No primeiro dia de aula, eu tinha que chegar as 8h30 na
escola para o meu teste de nivelamento e, bom, como toda boa brasileira,
imaginei que o verão inglês fosse similar ao do Brasil. Belo engano. Tive que
enfrentar o belíssimo frio de 12ºC apenas com um cardigã. Primeira anotação
mental: comprar um casaco de frio. Na hora do teste de nivelamento, sentei do
lado de uma Alemã (com origens turcas) que, mesmo não ficando na mesma turma
que a minha, ficamos bem amigas e sempre tinha companhia na hora do almoço.
Aliás, que sofrimento é comida de outro país, viu. Ora, para quem está acostumado a comer arroz, feijão e carne, quentinhos, bem temperados na hora do almoço, comer coisas frias, sem sal ou com muita pimenta é algo sofrível. Por sorte, me indicaram um restaurante self-service de comida brasileira próximo à Leicester Square, salvação do meu estômago.
VIDA.
O primeiro a ir embora da casa foi o Italiano, que
trabalhava num departamento da polícia, a qual estava fazendo um programa de
intercâmbio para o pessoal que trabalhava por lá. Consequência disso foi ter
convivido com mais dois policiais italianos. Um veio com a filha de 15 anos,
cozinhou para nós e ainda comprou ingressos para ver o musical “We Will rock
you”. Já o último, não falava quase nada de inglês, mas insistia que eu deveria
ficar em Londres para sempre e arrumar um marido por lá (eu bem que tentei, mas
dois meses não foram o suficiente).
Ainda convivi com um médico de Recife, com mais uma coreana,
um menino de dezesseis anos do Cazaquistão, uma professora da Rússia e por fim,
uma Italiana da minha idade. E, olha, vou te contar que esses quatro últimos (e
a tailandesa) formaram o grupo mais divertido que eu tive naquele país, tanto que
resultou em fotos como estas no meio da noite.
Drugs, manolo.
Mas, como já diz o ditado, "não há lugar como o nosso lar". Eu só tenho a agradecer pelos momentos tensos e felizes à Larissa, outra intercambista que conheci através da comunidade do Orkut, que reunia os brasileiros que pretendiam estar presentes na première de "Harry Potter e as relíquias da morte pt.2". Viagem para Oxford, Paris (com direito a se perder no metrô), primeiro city tour por Londres, première e pré-estreia à meia noite de Harry Potter e tantas outras coisas a mais, ela sempre esteve presente.
Sendo lindas em Paris.
Mas isso aí são cenas nos próximos capítulos.
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Show de bola, Nati! Pretendo fazer uma viagem dessas um dia... Seu texto só me deixou com mais vontade! ;*
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