(Imagem: Heitor Shewchenko)
Marina era uma garota que se interessava muito pela política, assim como por conhecer coisas que se intitulavam como sobrenaturais.
Ela nunca teve medo do diferente, pelo contrário, ele (o
medo) sempre estava presente em seu cotidiano, principalmente nas viagens do
seu inconsciente.
Um dia desses, navegando sem rumo algum pelos quatro
cantos da internet, encontrou uma reportagem interessante, que falava sobre a
lei da anistia e até que ponto essa anistia concedida a presos políticos após a
ditadura, poderia acabar se transformando em uma forma de impunidade política.
Quando se deparou com o horário, percebeu que já passavam
das três da manhã e precisa dormir. Então foi se deitar, ainda meio eufórica, com
a cabeça a mil com todas aquelas informações recém absorvidas. Mas rapidamente Marina se entregou ao sono.
Apesar de não ter dormido por muito tempo, já que
precisava acordar cedo para ir à aula, a noite havia sido intensa, sonhos
mirabolantes haviam ilustrado sua imaginação o tempo inteiro. De manhã, entrou
no ônibus pensativa. Precisava entender porque havia passado a noite inteira
sonhando com políticos brasileiros, e que estes haviam se tornado zumbis
anistiados. Nada daquilo fazia sentido.
Passou o dia inteiro refletindo e contando para seus
amigos o que tinha sonhado. Até ria quando contava, recordava perfeitamente dos
rostos mais atuais da política brasileira andando como um ‘walker’ pelas ruas
de Brasília, sugando tudo aquilo que os brasileiros tinham e o que não tinham.
Súbito, sua mente clareou em questão de segundos. Começou
a rir quando compreendeu que o inconsciente realmente é a parte mais liberal do
corpo de uma pessoa.
Sem preconceitos (ou não) mentais, entendeu que seu
cérebro havia feito a ligação mais bizarra, e ao mesmo tempo, lógica que alguém
poderia fazer sobre a atual política brasileira.
Finalmente, Marina conseguiu compreender que aqueles que
um dia foram julgados como presos políticos, condenados a crimes hediondos,
morreram e renasceram com a lei da anistia, e a partir deste momento, se
tornaram os mortos-vivos da política brasileira.
Por: Mariana Cardoso Magalhães
De: Belo Horizonte - MG
Email: m.cardosomagalhaes@gmail.com
entenda o texto aqui: http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Direitos-Humanos/Anistias-e-auto-anistias-nao-podem-servir-a-impunidade/5/29514
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