A bíblia era
de longe sua maior amiga, pra não dizer a única... Joana era o estereótipo de
uma mulher “carola”: católica fervorosa, daquelas que decidem ainda criança se entregar para Deus
de corpo e alma, não saía da igreja, nunca
teve um namorado, só usava vestidos longos e em cores sóbrias, mal cuidava da aparência
(subentenda-se que não se depilava), resumindo: alguém que tinha decidido morrer
virgem.
Já não era
mais uma mocinha e já tinha ficando “para a titia” há tempos. Enquanto todas as
suas irmãs e primas já tinham se casado ou estavam noivas, ela amargava uma
solidão deprimente, ao menos aos olhos de todos que a rodeavam, mas nada disso
importava para ela, pois ela já tinha sua salvação garantida e isso a deixava
feliz.
Mas será
mesmo? Durante todos
os dias de sua vida até os 25 anos, Joana nunca tinha tido qualquer tipo de contato
sexual, isso além de na cabeça dela ser “errado", nunca lhe havia despertado qualquer tipo de interesse ou curiosidade, ela não possuía aparelhos
de televisão em casa e evitava até ficar saindo muito na rua, além do caminho
para a igreja, querendo evitar a visão de qualquer imagem de promiscuidade, seja a de uma mulher andando “indecentemente” pelo calçadão de biquíni, ou
mesmo ver imagem semelhante em um outdoor, para ela o corpo era algo que
deveria permanecer puro, isso levava à castidade e a necessidade de esconder
seus atributos, este era o pensamento que a moça tinha desde menina e que
queria manter até morrer.
Certa noite,
no meio da semana, quando voltava de um estudo bíblico, Joana resolveu
atravessar pela praça pra chegar mais depressa em casa, para ela a rua era imunda e
quanto menos tempo ela ficasse ali, tendo contato com aquele ambiente, melhor. Porém ela nem imaginava que durante o trajeto seria obrigada a se defrontar com uma visão que ela não estava preparada psicologicamente para ver.
Havia um
casal, em um banco, se atracando. Obviamente ela já se sentiu ultrajada assim
que os viu e notou o que faziam ainda de
longe, de primeiro momento pensou em bravejar com os dois, dar um sermão, dizer
para os quatro ventos o quanto aqueles jovens imundos precisavam de oração, mas a medida que ela ia se aproximando, sua garganta ia ficando apertada, seu
batimento acelerava e ela ia percebendo que eles estavam bem mais “enlouquecidos”
do que ela imaginava, eram como animais no cio, o rapaz apertava o seio da
garota com força, aquilo não parecia nem perto de normal para Joana, era uma
visão agonizante, mas ela não conseguia tirar os olhos dos dois, a
medida que ia chegando perto ia ficando cada vez mais aterrorizada com aquilo,
mas agora precisava encarar, tinha de passar ao lado deles para terminar o percurso...

Ela tentava
desviar o olhar, tentava dizer algo, chamar-lhes a atenção, mas ela nunca tinha
visto algo tão libidinosamente demoníaco. Coincidindo com o momento em que
ela cruza com os dois, eles chegam no auge da luxuria: a garota começa a alisar
o pau do rapaz, e ele em resposta, enfia os dedos dentro de sua calcinha. Aquilo foi demais para a cabeça de Joana! Ela entrou em parafuso, derrubou a
bíblia no chão, ameaçou correr, de repente parou, catou a bíblia tremendo, e suando,
apressou o passo para sair da presença daquela cena o mais rápido possível. Ela percebe que os jovens a notaram pelas risadas, nessa hora ela resolve correr,
ela sente vergonha, ela quer chegar na segurança de seu lar e fingir que isto não aconteceu.
Ela se
tranca em casa, fecha as cortinas, desliga todas as luzes e se isola no seu
quarto. Abre a bíblia, acende uma vela e tenta encontrar algo que a console,
que sirva de resposta para explicar tamanha perversão. Trêmula, ela foi folheando
as páginas e parou em Ezequiel capítulo 23:
“Todavia ela multiplicou as suas prostituições,
lembrando-se dos dias da sua mocidade, em que se prostituíra na terra do Egito.
E enamorou-se dos seus amantes, cuja carne é como
a de jumentos, e cujo fluxo é como o de cavalos.
Assim trouxeste à memória a perversidade da tua
mocidade, quando os do Egito apalpavam os teus seios, por causa dos peitos da
tua mocidade.
Ezequiel” 23:19-21
Joana surta! Seus olhos
começam a ficar marejados, sua boca seca instantaneamente, ela derruba a bíblia
no chão e cobre o rosto com as mãos, ela não acreditava no que tinha acabado
de ler. Percebera que aquela coisa repugnante que ela procurou evitar e se
distanciar a vida toda estava ALI, nas escrituras sagradas, no lugar onde ela a
vida inteira depositou toda a sua confiança., confiança que ela não tinha nem
com seus próprios pais.
Ela estava em estado de choque, era um turbilhão
de sentimentos, se sentiu traída, enganada, mas ao mesmo tempo ela tinha a cabeça
cheia de dúvidas e começaram a surgir pensamentos que ela nunca pensou que fosse
ter:
“e se sexo
não fosse tão ruim?”
“aquele
casal parecia estar feliz...”
“mas ao
mesmo tempo, pareciam estar possuídos”
De repente
ela volta à pensar no casal, e fixa sua mente naquilo, a imagem fica repetindo
e repetindo a cada vez que ela fecha os seus olhos. Ela começa a sentir algo
estranho, todos os pelinhos do seu corpo se arrepiam. Ela começa a lembrar da
imagem do rapaz dedilhando a genitália da moça, e inevitavelmente ela se sente
tentada a fazer a mesma coisa em si mesma, ela hesita por intermináveis
segundos, quando finalmente leva os dedos até a ceroula (não achou que ela
usasse calcinha né?) enfiou e acidentalmente tocou em seu clitóris, sentindo
imediatamente uma onda de excitação percorrer todo o corpo como se tivesse
enfiado o dedo em uma tomada. Ela se assusta, arranca a mão dali imediatamente, começa a
suar frio.
Mas ela
GOSTA. Ela enfia a
mão ali de novo e começa a se
tocar. Ela agora
coloca os três dedos dentro da vagina e começa a enfiar e tirar com força, ela sente como se seu interior fosse
explodir de dentro para fora, mas não consegue parar.
Pensamentos de
que aquilo é “errado” e de que ela está condenada ao inferno pelo que está
fazendo, até passam algumas vezes em sua cabeça, mas perdem completamente a
força, ela sente sua genitália ficando molhada, e urra de prazer. Ela goza e
entra em estado de êxtase, ficando completamente sem forças. Para sua desgraça
ela não percebeu que tinha deixado a vela cair em cima da bíblia quando a
derrubou.
Não era só
seu corpo que estava ardendo, mas sim a casa toda. Ela se vê cercada de fogo,
mas não tem mais forças para levantar, tinha se esgotado e neste momento,
ela enxerga uma figura no meio do fogo. Parece um homem, sua reação natural é ficar assustada, mas depois ela resolve gritar por socorro mas sua voz não
sai.
O homem vai
se aproximando dela e ela horrorizada, percebe que há algo de errado na aparência
dele. Percebe que
ele está NU e que sua pele é rubra! Em meio as
chamas, o homem pega ela pelo braço, joga ela de bruços em uma mesa que já esta
começando a pegar fogo e começa a penetrá-la.
Ela sente o
membro do homem rubro adentrando-a como uma lâmina fervente de uma espada recém tirada
do molde, ela está tão alucinada que não sabe se chora de desespero ou se
grita de tesão. Aquilo está acontecendo mesmo? Ela ficou tanto tempo sem
experimentar aquilo que finalmente enlouqueceu?
Enquanto ela
era currada impiedosamente pela entidade sinistra ali presente, as chamas (se é que
existiam) estavam perto de derrubar a casa em cima dela. Joana parecia não mais
se importar, sonho, pesadelo, punição vinda do inferno.? Ela tinha conhecido o
pecado...E havia
gostado...