#05: Visibilidade Trans

Confira na capa do mês de fevereiro da Revista Friday, uma entrevista sobre os desafios de uma pessoa trans, com a ativista LGBT Rebecka de França.

INTERNET: Mudanças, tecnologia e Google+

Confira algumas mudanças que o google+ realizou para agradar os usuários.

Conexão Canadá: Vancity- The Journey begins

Camila Trama nos conta um pouco de seu intercâmbio em alguns lugares do Canadá.

CINEMA: Sassy Pants

Rebeldia, insatisfação e as paixões fazem parte do cotidiano de todos os adolescentes, confira a resenha do filme Sassy Pants.

VITRINE: O universo feminino de Isadora Almeida

Inspirada por ilustrações de moda, estamparia e coisas que vê por aí, conheça o trabalho da ilustradora mineira Isadora Almeida.

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5 de março de 2014

Sherlock

Conhecido mundialmente desde o final do século XIX, Sir Sherlock Holmes desvenda mistérios que são passados de geração em geração. Criado pelo britânico Sir Arthur Conan Doyle, as aventuras do detetive já ganharam diversas adaptações para o cinema e a televisão. A mais recente delas é "Sherlock", lançada pela BBC em 2010, é uma releitura dos clássicos de Doyle e é sucesso de público e crítica. Inclusive eu já falei que a BBC está de parabéns pelas séries que vem lançando nos últimos anos?
reprodução/internet
Criada por Mark Gatiss (que faz o papel de  Mycroft, irmão de Sherlock) e Steven Moffat (ambos tem participação em outro grande sucesso da BBC, "Doctor Who"), a série se passa no século XXI e cada episódio tem como plano de fundo um dos contos originais dos livros. Sherlock (Benedict Cumberbatch) é um detetive consultor a quem a Scotland Yard recorre em casos extremamente complicados. Já John Watson (Martin Freeman) é um médico recém-chegado do Afeganistão que, desempregado e com problemas devido à sua estadia na guerra, procura um apartamento para dividir, é quando os dois se conhecem e começam a resolver homicídios e enfrentam o clássico vilão Moriarty (Andrew Scott).
reprodução/internet
Sherlock com toda a sua excentricidade, audácia e inteligência vem conquistando a nova geração e muito bem. Um sistema de medição de audiência implantado em 2001 pela própria BBC, anunciou que "Sherlock" é a sua série mais assistida nos últimos dez anos e, mesmo com o hiatus de dois anos, o primeiro episódio da terceira temporada que foi ao ar no início de 2014, intitulado "The Empty Hearse", atingiu 12,72 milhões de expectadores (fonte). Inclusive, Mark Gatiss fará uma visita aos fãs brasileiros agora em Março nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo! Para mais informações, só clicar aqui.
Mark Gatiss, Martin Freeman, Benedict Cumberbatch e Steven Moffat (reprodução/internet)
Apesar das temporadas curtas (3 episódios com duração de 1h30 cada), a popularidade da série não para de crescer. Com as tramas para a 4ª e 5ª temporadas já definidas, só nos resta esperar 2015 por mais de Shezza (quem assistiu a terceira temporada entendeu, rá!) e seu fiel companheiro Watson. 

Por: Natália Farkatt
De: Natal-RN
Email: natalia@revistafriday.com.br

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19 de fevereiro de 2014

Call the Midwife

Nos últimos anos, é perceptível o aumento nas produções baseadas em livros de histórias reais. Isto não se aplica somente ao cinema, mas também à séries e mini séries especiais. Em 2012, a BBC lançou "Call The Midwife", adaptação da trilogia de mesmo nome, escrita por Jennifer Worth, falecida em 2011. 
Reprodução/Internet

Situada na década de 1950, em uma Inglaterra ainda sofrendo os efeitos do pós-guerra, a Jennifer idosa (com voz de Vanessa Redgrave) narra e relembra a sua vida como parteira em uma das regiões mais pobres de Londres. Ela vive na Nonatus House, uma instituição religiosa, junto com outras duas moças e algumas freiras, que também prestam serviços de saúde à população. 
A autora, Jennifer Worth e sua foto de quando trabalhava em Poplar (reprodução/internet)

Jenny Lee (como é apresentada a personagem de Jessica Raine e também nome de solteira da autora) é uma moça de classe média que até então só havia trabalho em hospitais e se espanta com as condições de vida que encontra em Poplar, bairro do East End. Favelas, cortiços, banheiros comunitários, violência doméstica, dentre outros problemas fazem parte do dia-a-dia da comunidade, mas nem tudo é só drama. Em cada episódio uma história de uma gestante diferente é apresentada, junto com algum fato entre uma das moradoras da Nonatus House. No entanto, nem tudo é só drama: Chummy (Miranda Hart), uma das parteiras, é uma das principais responsáveis pelos momentos de comédia.
Reprodução/Internet
Em forma de crônica, a série é leve e nos apresenta uma perspectiva sobre a sociedade londrina da época, retratando o papel feminino, de mulheres que não confiavam em hospitais, preferindo ter seus filhos em casa, que casavam cedo e tinham seus filhos por volta dos 14 anos e com poucos conhecimentos sobre saúde ou higiene. 
Reprodução/Internet

Segundo dados da própria BBC, a série rapidamente foi sucesso de público e de crítica, conquistando a maior audiência do canal nos últimos dez anos para uma série em sua primeira temporada. A primeira temporada está disponível no Netflix brasileiro (com exceção do especial de Natal) e, infelizmente, parece que "Call The Midwife" não é uma série muito conhecida aqui no Brasil (tanto que, se você não entender muito de inglês pra assistir sem legendas/legendado em inglês), terá bastante dificuldade de encontrar legendas em português a partir da metade da segunda temporada. Atualmente, a terceira temporada está em exibição na Inglaterra.

Por: Natália Farkatt
De: Natal-RN
Email: natalia@revistafriday.com.br

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5 de fevereiro de 2014

Resenha: Licor de Dente-de-Leão - Ray Bradbury

Ray Bradbury é um escritor americano de ficção-cientifica mais conhecido por suas obras “Fahrenheit 451” e “Crônicas Marcianas”. Apesar de não ter concluído sua formação acadêmica, se tornou um dos mais famosos escritores de ficção-cientifica de todos os tempos, ganhando importantes prêmios com mais de 30 livros publicados durante sua vida.

“Licor de Dente-de-Leão” é algo entre o autobiográfico e o fantástico. O livro conta a história de Douglas Spaulding, da cidade de Green Town e do verão de 1928. Douglas tem doze anos e acaba de perceber que está vivo. O verão sempre parece promissor com todas as aventuras e com os dentes-de-leão, colhidos para fazer o licor que vai durar o ano todo.
Mas esse verão em particular conta com experiências marcantes na vida do menino. É durante esse tempo que ele conhecerá a maquina da felicidade, o jovem repórter que se apaixonou por uma idosa de 95 anos, a bruxa do tarô e muitos outros acontecimentos que o mudarão para sempre.


E quando um livro é o livro mais lindo do mundo? Quando você está lendo e quer terminar logo, só pra poder passar a última página, voltar para o começo e ler tudo de novo? É assim que é "Licor de Dente-de-Leão" funciona. Só basta um gole para aquecer seu coração e você lembrar das memórias que estava começando a esquecer. O livro me lembrou muito a esperteza e inocência que aparecem nas crianças de "O Sol É Para Todos" clássico americano da autora Harper Lee.  Douglas e principalmente seu irmão caçula Tom (meu personagem favorito), têm aquela sabedoria que só a infância carrega e que às vezes se perde com o tempo.


Ray Bradbury escreve de um jeito único sobre as pequenas coisas maravilhosas da vida e sobre como é a percepção do mundo através dos olhos de uma criança que está prestes a começar a vida adulta. Vale a pena ler e reler.

“– Tom, se este ano passou desse jeito, como será o ano que vem: melhor ou pior?
– Não pergunte a mim. – Tom soprou uma melodia em um caule de dente-de-leão. – não fui eu quem fez o mundo. – Ele pensou no assunto. – Mas alguns dias eu sinto que fui. – Ele cuspiu com felicidade.”

Por: Virgínia Fróes
De: Natal - RN
Email: virginianavarro17@gmail.com

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31 de janeiro de 2014

Orange Is The New Black

É inegável o quanto o Netflix mudou (e vem mudando) a forma de assistir filmes e séries nos últimos anos. O sucesso é tanto que eles resolveram arriscar algumas produções originais e, em 2013, fomos apresentados à Orange Is The New Black.

reprodução/internet
Baseada em uma história real contada no livro de mesmo nome escrito por Piper Kerman e tendo a história adaptada para a TV porJenji Kohan (responsável por "Weeds"), OITNB acompanha a história de Piper Chapman, uma moça de classe média que resolve confessar um crime cometido há 10 anos, quando teve um envolvimento amoroso com o traficante de drogas Alex. Condenada a um ano de prisão no presídio de Litchfield, em Nova York, Piper tem que conviver com pessoas e situações muito diferentes da realidade com a qual estava acostumada, se metendo em confusões e, frustrada, recorre às ligações ao noivo para desabafar.
Reprodução/Internet

Cada episódio é uma surpresa. Com um elenco feminino de peso, cada detenta possui uma característica marcante e durante cada episódio, a história de como eram suas vidas em liberdade e como foram presas é contada intercalando com o momento atual dentro da penitenciária. Com uma mistura de comédia e drama, a série abrange temas como vício em drogas, corrupção carcerária e as complexidades e injustiças do sistema prisional americano.
Reprodução/Internet

A primeira temporada completa, com 13 episódios, está disponível no Netflix. A segunda temporada tem previsão de estreia para este ano ainda, mas nenhuma data foi definida. De qualquer forma, já estou na ansiedade do que vai por vir. <3

Por: Natália Farkatt
De: Natal-RN
Email: natalia@revistafriday.com.br

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22 de janeiro de 2014

My Mad Fat Diary

A adolescência é um período um tanto quanto conturbado pra todo mundo e, se tem uma palavra que define essa fase, ela é a: Insegurança. O mesmo não foi diferente para Rae, protagonista de My Mad Fat Diary.

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Rae é uma adolescente de 16 anos que vive com a mãe no condado de Lincolnshire e em meados dos anos 90 tenta se colocar a sua vida em ordem depois de passar alguns meses internada em uma clínica de reabilitação. O motivo da internação não está relacionado a drogas ou álcool, mas sim a um grande problema de falta de auto-estima e auto-aceitação por parte de Rae e a sua relação com o seu peso.

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Até então, as únicas pessoas com quem Rae consegue ser ela mesma são com seus dois amigos que fez no hospital e o seu psiquiatra. Porém, ao voltar para o mundo real, ela se reaproxima de uma das suas melhores amigas de infância: Chloe, que se tornou a adolescente magra, bonita e popular que Rae sempre almejou ser. Assim, ela se insere na turma de Chloe, mas ainda é vista como "um dos caras".

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A série se propõe a ser um misto de drama, com as passagens da protagonista e a sua relação com o corpo e com a comida, tentar ser uma adolescente normal e descobrir sobre a vida, além de mostrar questões como homossexualidade e gravidez na adolescência, mas também de comédia, com as passagens hilárias de Rae sobre os seus objetivos de vida. Outro ponto alto da série é a trilha sonora, recheada de bandas britânicas dos anos 90.

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A série é inspirada no livro "My Mad, Fat Teenage Diary" (que eu já li e adianto: Não é tão bom quanto a versão para a TV), escrito por pela própria Rae Earl com base nos seus diários da época de adolescente. A primeira temporada tem seis episódios e foi lançada no início de 2013; já a segunda está prevista para estrear em fevereiro deste ano.


Por: Natália Farkatt
De: Natal-RN
Email: natalia@revistafriday.com.br

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Resenha: Lugar Nenhum - Neil Gaiman

Neil Gaiman é inglês (tem alguma coisa ruim que esse país faça? Não!), escritor de romances e quadrinhos, famoso principalmente pela a HQ “Sandman”, além das diversas obras adaptadas para o cinema e contribuições para TV. “Lugar Nenhum” foi lançado em 1996, junto com a série de mesmo nome transmitida pela BBC.

O livro conta a história de Richard Mayhem, um rapaz escocês que trabalha e mora em Londres. Ele vive uma vida perfeitamente normal, em um apartamento normal com um emprego normal e está noivo de uma moça (chata) que parece ser a mulher ideal. Tudo parece bem até que uma noite Richard encontra uma moça ferida na rua e decide socorre-la.

Depois disso, Richard se torna invisível para as pessoas de Londres, como se nunca tivesse existido. Sem emprego, sem noiva e sem ter onde morar, ele acaba indo atrás de Door, a moça que o ajudou. É assim que ele descobre a existência da Londres-de-Baixo, uma versão subterrânea da cidade que é povoada por monges, assassinos, mercenários, párias e até mesmo nobres. Richard precisa descobrir como conseguir sua vida de volta enquanto ajuda Door a encontrar as pessoas que assassinaram sua família.

Na minha (suspeita) opinião, Neil Gaiman dificilmente faz algo que seja ruim. Sandman foi a primeira coisa dele que eu li e posso dizer que é um dos melhores quadrinhos que eu já li na vida. “Lugar Nenhum” segue essa linha de coisas boas. Ele apresenta a fantasia sombria de Neil Gaiman de uma maneira mais adulta mas que te faz pensar como criança se o mundo é mesmo só isso que vemos ou se realmente existem coisas que nem sonhamos.

Richard é meu personagem favorito. O desenvolvimento dele na história acontece de forma natural, nada de virar super herói de uma hora pra outra. Ele conhece um mundo novo e tem medo mas ao mesmo tempo tem curiosidade. “Lugar Nenhum” é cheio de detalhes e personagens interessantes. A história tem um ritmo bem intenso e o clima de mistério faz com que o livro seja praticamente impossível de largar.

A primeira vista, pode parecer que “Lugar Nenhum” fale de mundos desconhecidos e lendas urbanas mas, na verdade, Neil Gaiman nos mostra nossa própria vida e se temos coragem ou não para mudá-la. 

Por: Virgínia Fróes
De: Natal
Email: virginia@revistafriday.com.br

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21 de janeiro de 2014

Não se fazem mais passados como antigamente #28 – Eu vos declaro guitarra-solo e guitarra-base




Made Up Mind_Tedeschi Trucks Band
Lançamento: 20 de agosto de 2013
Gravadora: Masterworks
Nota: 8,5/10




                (Quase) ninguém no Brasil notou. O máximo que aconteceu foi uma notinha no site daWhiplash: a Allman Brothers Band, uma das mais tradicionais bandas americanas de todos os tempos – e a favorita deste autor no país – vai perder os dois guitarristas da banda neste ano – o autor volta a insistir que eles são os melhores americanos em atividade hoje.  Enquanto Warren Haynes, o gordinho, vai focar a sua Gibson Les Paul em direção ao reggae blues de seu projeto paralelo, a Gov’tMule, Derek Trucks, um cabeludo loiro de 34 anos, decidiu sair para se doar inteiramente ao grupo que mantém com sua mulher.
                Mulheres. Destruindo bandas. Há uns 40 anos a gente se lembra de uma japonesa que acabou com uma daquelas bandas britânicas dos anos 60. Mas dessa vez, não precisamos ter taaaanto ódio assim. Derek Trucks e Susan Tedeschi são  daqueles em que se pode botar fé no futuro próximo.

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Susan Tedeschi (centro) e Derek Trucks, seu marido, à esquerda. (Foto: Reprodução)

                Derek Trucks. 34 anos mas, desde quando se apresentou pela primeira vez com o Allman Brothers (de onde o tio é baterista), uma joia rara. E quando isso aconteceu ele tinha apenas 13 anos! Como ele era pequeno demais para operar sua Gibson SG, ele adotou o uso do slide, que é a técnica de fazer som com um tubo. Essa técnica o consagrou e ele mantém até hoje, sendo o melhor da área ainda vivo.
                Depois de umas aparições aqui e ali na ABB, ele se juntou à banda em 2000. No único trabalho de estúdio em que ele contribuiu, o magistral Hittin the note, a sua contribuição é sentida de longe – Old Friend me dá arrepios há uns cinco anos. Em 2001, ele se casou com Susan Tedeschi, uma cantora e guitarrista que lembra, em alguns aspectos, Bonnie Raitt. Não demorou pra que nascesse a Derek Trucks & Susan Tedeschi Band, especializada em tocar covers de country e muita, mas muita improvisação (o famoso jam).
                Em 2011, já com o novo nome, veio o primeiro álbum: Revelator é uma porrada, com uma banda potente e grande (a TTB possuía 11 membros no palco à época), onde as funções de cada um estão bem estabelecidas: Susan canta, num timbre mais rasgado, e mantém uma guitarra-base bastante sólida. Trucks é responsável pelo espetáculo – e se Eric Clapton o considera um dos melhores dessa geração; e se a Rolling Stone o elegeu o 16º maior guitarrista de todos os tempos , o show vale muito. Midnight in Harlem é a prova de que habilidade não falta (Warren foi o 23º do mesmo ranking).
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                O disco mais atual, que não foi eleito em nenhuma lista dos “melhores de 2013”,dá uma sequência mais madura ao projeto. E ajudou os membros da banda, que agora eram 10, a se lançarem numa turnê maior, passando de fundo de festival (como foram no SWU, em 2011), para locações maiores (como teatros e casas de shows de verdade). O segredo está na grande experimentação experimentada por Derek, que é quem ainda atrai as atenções. A atuação “marido-e-mulher” é mais soturna que a apresentada pela Delaney and Boonie; mais descompromissada do que a Plastic Ono Band de Yoko e Lennon. E com uma alma muito mais verdadeiro do que Maria Cecília e Rodolfo.
                A guitarra, que no primeiro disco era tomada em slide, agora busca acordes mais gentis – dá pra falar que Part of me é uma canção fofa. Os solos, que são puxados por Trucks, tem a marca registrada da Allman Brothers, que é a jam: eles duram, no disco, um minuto. Mas ao vivo podem se estender por cinco, dez minutos. All That I Need é uma delas e The Storm é uma composição gutural de uma ponta a outra. Nada pode ser mais orgânico que isso, e há de se notar o mérito do guitarrista de beber em inúmeras fontes para criar novos caminhos com sua Gibson SG – ainda a mesma da infância.
                As 11 músicas não têm muito em comum a não ser a afinadíssima sintonia entre o casal – e uma participação da banda em si que é digna de nota. Entre os 8 membros, se encontram dois bateristas (que, combinemos, e um exagero), dois cantores de coro e um competente setor de sopro, com trompetista, flautista e saxofone. A interação produz um blues mais com a cara de um século XXI, às vezes com pegadas de ska e country com canções produzidas, mas muito pouco alteradas em estúdio. Convém lembrar aqui que, durante os shows, é quase impossível ver algum pedal de efeito na guitarra. O som é completamente puro e, mesmo não chegando ao top 10 de vendas, os críticos reconheceram a qualidade do grupo, e começaram a considerar a TTB como uma das apostas para o rock da terra do Tio Sam nesta década, junto com gente como Gary Clark Jr. e Phillip Phillips.
                E talvez essa promessa de crescimento e grandeza  fosse a principal causa para que Derek Truck abandonasse o barco da Allman Brothers Band, ao mesmo tempo em que o outro guitarrista também buscasse outros ares. A Gov’t Mule, mesmo existindo desde 1994, parece ter mais ainda para provar. Os dois se juntarão pela última vez à banda que os revelou na tradicional temporada que eles fazem no Beacon Theatre, em Nova York.

O autor volta a este texto para rifar seu rim e, assim, poder assistir um desses shows. Aproveita e avisa: não bebe, então ele o órgão está novinho e em condições de uso.


Por: Guilherme Mendes
De: Carapicuíba - SP
Email: g.lazaro@outlook.com

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10 de janeiro de 2014

Cinema: "Um Estranho no Lago"

O filme Um Estranho no Lago tem como cenário um único local, à beira de um lago isolado, cercado por montanhas e florestas e povoado por homens nus, que ocasionalmente desaparecem juntos no meio dos arbustos.

Foto: Reprodução/Internet
Para os homens que passam os dias de sol nadando, tomando sol ou apenas desligando-se do mundo, o lugar parece ser o paraíso, mas o filme de Alain Guiraudie nos deixa conscientes de uma sensação persistente de perigo, seja por meio de relações sexuais desprotegidas com um estranho ou se apaixonando por um homem que pode ser um assassino. 

Foto: Reprodução/Internet
Com apenas um punhado de personagens e um único local, o cineasta francês entrega um thriller psicossexual que certamente deixaria Patrícia Highsmith ou Alfred Hitchcock orgulhosos. A cinematografia impressionante composta por Claire Mathon mantém uma distância da ação enquanto Guiraudie impõe um ritmo constante no filme, permitindo que a tensão se desloque sobre nós, até que - nos momentos finais de parar o coração - exerce um aperto indesejável.

Foto: Reprodução/Internet
Um Estranho no Lago é um filme de suspense incrivelmente realizado e com uma envolvente e perturbadora história de amor, um thriller erótico que realmente funciona em ambos os gêneros e também uma comédia muito engraçada de costumes sobre etiqueta em um cruzeiro, tendo o solitário Henri como um dos personagens mais carinhosamente patéticos do ano.


Recomendado!


Até mais ler. :)


Por: Pietro Tarantelli
De: São Paulo - SP
Email: tarantellipietro@gmail.com

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8 de janeiro de 2014

American Horror Story

Se você é usuário assíduo do Tumblr ou até mesmo do Twitter já ouviu/leu um certo burburinho em torno da terceira temporada de American Horror Story. Se não, eis aqui um pequeno resumo para atiçar a sua curiosidade.
(créditos da fotonoticiadassagasbr)
American Horror Story é criação de Ryan Murphy (mais conhecido por ser o criador de Glee) e Brad Falchuk e pode ser classificada como um "thriller psicosexual". Atualmente a série está na sua terceira temporada, sendo que cada uma delas possui uma história, ambientação e personagens diferentes, uma espécie de contos de suspense/terror. 

(créditos da foto: filmthrasher.com) 
A primeira temporada se passa na Califórnia, quando a família Harmon se muda de Boston para um casarão da década de 20, conhecido como "a casa da morte". Logo após se instalarem na casa nova, são obrigados a conviver com fenômenos estranhos e com os fantasmas dos antigos moradores que morreram ali. Aqui, os temas são abordados são a família, amor e perdão.
 (créditos da foto: es.americanhorrorstory.wikia.com)
A segunda temporada, chamada de Asylum, é ambientada em Briarcliff, um hospício para criminosos com distúrbios psicológicos, mantido por uma instituição religiosa. Diferente da primeira, Asylum aborda não tanto a questão do sobrenatural (apesar de envolver posessão demoníaca e ETs), mas também o tratamento dado a pessoas internadas nestas instituições na década de 60. Ponto alto da temporada: Essa cena delícia (lá pelo 2:11) do Adam Levine no primeiro episódio.
 (créditos da foto: fanpop.com)
Coven foi o nome escolhido para a terceira temporada (que volta hoje nos EUA depois do hiato de algumas semanas <3 <3 <3) e se passa em New Orleans, local escolhido pelas bruxas americanas para viverem em paz após as perseguições em Salem. Nos apresenta uma escola para "meninas excepcionais" e um pouco da história da segregação racial americana, escravidão, além de incesto e vodu. No entanto, após 300 anos, as bruxas remanescentes estão sendo alvo de novas caçadas e estão cada vez mais à beira da extinção. Cheia de misticismo e ocultismo, tô achando a história de Coven tão sensacional que já estou triste por saber que vai acabar.
(créditos da foto: collider.com)
Queria deixar registrado aqui o fato de estar completamente VICIADA na série. Comecei a ver assim que entrei de férias da faculdade e devorei tudo em duas semanas. O que faz de AHS tão boa (na minha opinião), é o fato de cada temporada ter uma história diferente e evitar enrolação, pois tudo é contado entre 12-13 episódios. Quer saber mais? Assista os trailers da primeira, segunda e terceira temporada aqui, aqui e aqui. ;)

Por: Natália Farkatt
De: Natal-RN
Email: natalia@revistafriday.com.br

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Resenha: O Clube de Boxe de Berlim - Robert Sharenow

  Robert Sharenow é um escritor e produtor de TV americano, ganhador de um Emmy e vencedor de vários prêmios de livros para jovens leitores. "O Clube de Boxe de Berlim" foi publicado pela Rocco Jovens Leitores em 2013.

  Misturando ficção e fatos históricos, o livro conta a história de Karl Stern, um menino alemão e judeu, que mesmo sem ter nenhum tipo de educação religiosa, é perseguido pelos valentões da sua escola, cada mais afetada pelo nazismo. Cansado de apanhar e de correr, Karl decide começar a treinar boxe com o amigo de seu pai e campeão alemão, Max Schmeling. É através da sua paixão pelo esporte que o garoto começa a ganhar coragem para enfrentar seus inimigos, não só o que estão dentro do ringue mas também os que surgem durante a ascensão do nazismo na Alemanha. O livro também contêm os desenhos de Max - que adora desenhar e cujo desejo é fazer a sua própria história em quadrinhos. 

  "O Clube de Boxe de Berlim" foi, sem dúvida, uma das melhores coisas que eu li em 2013. O livro é emocionante e trata o assunto de maneira diferente e sincera. Karl é apenas um menino e sua revolta é contagiante. Ele não parece um judeu, nunca foi educado como um e mesmo assim é perseguido. O garoto nos transmite todos os seus sentimentos em relação a um mundo cada vez mais perigoso, confuso e sem sentido. Ele está cheio de raiva e o boxe é a resposta que o encontra. 

Entretanto, boxe não é apenas violência pura, como ele logo aprende, mas sim habilidade e honra. E é no clube que ele aprende lições de vida importantes com seu ídolo Max e com os outros membros. 

Um livro simplesmente espetacular. É um gancho de direita que te deixa com lágrimas nos olhos. 

Por: Virgínia Fróes
De: Natal - RN
Email: virginia@revistafriday.com.br

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27 de dezembro de 2013

Masters Of Sex

Após o pavoroso final de Dexter (até hoje me recuso a acreditar que assisti oito temporadas pra ver a série acabar daquele jeito), a Showtime  nos trouxe uma grata surpresa: Masters Of Sex.
Adaptado do livro "Masters Of Sex: The Life and Times of William Masters and Virginia Jhonson Who Taught America How To Love", de 2010, é baseado em fatos reais e conta a trajetória do Doutor William Masters e sua assistente, Virginia Johnson, em uma pesquisa até então inédita e chocante para a década de 50: A sexualidade humana.
Virginia Johnson e William Masters (sim, eles realmente existiram)
A série tem tudo para ser apenas mais um clichê, mas surpreende por ir além do que se propõe. No início somos apresentados a William (Bill), interpretado por Michael Sheen, um renomado obstetra obcecado pela sua pesquisa até então secreta, Libby, a esposa frágil e submissa, cujo maior sonho é ser mãe e Virginia, a secretária independente (financeira e sexualmente) e além do seu tempo (interpretada por Lizzy Caplan, a Janis de "Meninas Malvadas"), dentre tantos outros personagens comuns que poderiam ter feito de Masters apenas mais uma na grade de programação televisiva americana.
Além do enredo fantástico, as cenas de sexo também não ficam a desejar (ou ficam *tudum tss* #tiadopavê) e é interessante observar todo o tabu que envolviam as relações sexuais na época, como os voluntários e pesquisadores descobrem coisas sobre o sexo e o nós, na condição de telespectadores, também descobrimos. 
Por fim (sem me alongar muito para não correr o risco da série perder a graça), Masters Of Sex é uma das melhores estreias da fall season 2013, muito bem trabalhada, com fotografia e figurino impecáveis e, de quebra, uma das aberturas mais sensacionais da temporada:
Para mais curiosidades (e spoilers, cuidado!) basta acessar o site: http://abre.ai/u2R

Por: Natália Farkatt
De: Natal - RN
Email: natalia@revistafriday.com.br

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13 de dezembro de 2013

Downton Abbey

Chegou Dezembro e com ele as tão aguardadas férias \o/ (pelo menos quem ainda tá nessa vida de faculdade ou colégio). Férias é tempo de recuperar as horas de sono perdidas no final do semestre, assistir todos os filmes que você baixou, os episódios atrasados das suas séries preferidas e, porque não, acrescentar algumas novas à lista? Sendo assim, nestes meses de Dezembro/Janeiro darei uma pausa nos filmes e estarei aqui para indicar séries supimpas pra vocês. 

Downton Abbey é uma série britânica, transmitida aos domingos pelo canal ITV (no Brasil, é exibida pela Globosat). Escrita por Julian Fellowes, tem como protagonista Downton Abbey, uma mansão fictícia localizada em Yorkshire, interior da Inglaterra, e acompanha o dia-a-dia da Família Grantham e seus criados no início do século 20. A história tem início em 1912, mais precisamente no dia do naufrágio do Titanic, que leva consigo o principal herdeiro da propriedade em questão e seu filho Patrick, fazendo assim com que o Lord Grantham fique preocupado com o futuro, pois o próximo na linha de sucessão é um primo Matthew, um simples advogado.

Matthew e Lord Grantham

Como a filha mais velha, Mary, estava noiva de Patrick e de acordo com o contrato de Downton o próximo proprietário ficaria não só com a casa mas também com todo o dinheiro (que pertence à Lady Grantam - Cora),  Mary ainda assim herdaria tudo que até então é da sua família. A partir daí, há o desenrolar da história, a qual possui personagens com características peculiares. As três filhas dos Grantham (Mary, Edith e Sybil) tem personalidades completamente distintas, assim como a matriarca da família, a Condessa Violet (ouso dizer que é a melhor personagem da série, interpretada pela brilhante Maggie Smith).

Edith, Mary e Sybil
A trama principal é o dia-a-dia da família e dos criados, as suas histórias, dramas e intrigas, além da adaptação à modernidade que o início do novo século traz à Inglaterra. Telefone, luz elétrica, o direito feminino de cuidar de uma propriedade rural, casar com quem quiser (mesmo que seja com o ex-chofer da sua casa) ou até mesmo de ter uma profissão e ser independente dos homens da época, tudo isso passando por acontecimentos históricos importantes, como a primeira grande guerra mundial. Apesar do grande elenco, a série traz espaço para cada um dos personagens que, mesmo sem querer, cativam espaço no coração da gente (até mesmo os vilões, diga-se de passagem).
Os criados
Roteiro, produção, figurino e fotografia fizeram com que Downton entrasse na edição de 2012 do livro dos recordes como uma das séries mais bem recebidas pela crítica especializada, sendo a primeira produção inglesa a conseguir tal feito. Também possui diversas indicações e vitórias de grandes prêmios, como Emmys, BAFTA, TCA, Globo de Ouro e muitos outros (confira a lista completa aqui), tendo Maggie Smith levado três prêmios para casa como melhor atriz coadjuvante em série dramática, rá! Por fim, se você for fã de séries/cinema britânico, cada temporada é uma chuva de "de onde eu conheço essa/esse atriz/ator mesmo, hein?".
Downton está em sua quarta temporada (o especial de Natal vai ao ar dia 25 de Dezembro) e, apesar de ter [SPOILER] sofrido algumas perdas no elenco ao longo dos anos [SPOILER], vale cada minuto, hora, suspiros e lágrimas.
Recomendação pessoal: Se possível, leiam depois "O Mundo de Downton Abbey", que traz um resumo da produção, obra e inspiração para a criação da série durante as duas primeiras temporadas.

Por: Natália Farkatt
De: Natal-RN
Email: natalia@revistafriday.com.br

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10 de dezembro de 2013

Não se fazem mais passados como antigamente #25 - Ao vivo o negócio é outro

Domingo, seis da manhã. Essa coluna começa a ser escrita essa hora, sob um sol incrível que, por questões de bom senso, não foi para o Instagram. Começa rápido, muitos toques por minuto – essa introdução foi em meio minuto ou menos. Mas começa sem assunto. Então eis que, ligando a TV em um desses canais da Cultura, qual não é a surpresa que, na mesma hora que Padre Marcelo canta para seus cinquenta, sessenta mil fieis, aparece o The Who destruindo seus instrumentos em My Generation?
                Vamos falar disso então. Ao que parece, quem sabe faz ao vivo.

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                Então, em meia hora, a coluna está pronta. Os discos essenciais ao vivo estão separados. Pra quem me chama de conservador ou chato na hora de falar de música, digo que ouvi vossas reclamações e, entre os essenciais, tem de tudo: gente que você pode ver ao vivo, gente que você pode ver em DVD (pois já morreu) e gente que você pode até tentar imitar em casa. Afinal de contas, mais do que deliciosos, são inspiradores. Vamos lá:


           


  Alchemy, do Dire Straits






                Antes daquele clipe inovador de Money For Nothing; antes de serem as estrelas a lotar o estádio de Wembley treze noites: antes de tudo isso, os caras do Dire Straits eram rapazes do subúrbio, pobres (o nome da banda é uma gíria para estar em “falência”) e que tocavam em casas pequenas, sem fazer muito barulho para que as pessoas conversassem. Mas o sucesso veio, e eles precisaram tocar em casas maiores. E quando esse dia chegou (dias: 22 e 23 de Julho de 1983), o resultado foi aterrador.
                A sonoridade é espetacular. O disco/VHS com o show mostra uma banda que é esforçada, que tem habilidade em certos momentos mas que, por mais que se esforce, não tira o foco das atenções para Mark Knopfler, “O” vocalista, guitarrista, compositor e chefe do circo. Estrelismo? Talvez, mas o cara realmente é muito bom.
                O que ouvir: Once upon a time in the West, Tunnel of Love e Sultans of Swing, que é esse orgasmo de guitarra abaixo ou, se você tiver tempo, o show todo. Duas vezes.

           

                Zoo TV, do U2
                Eu era fã dos caras com 12 anos. Era março de 2006 e, quando houve aquele frisson pela vinda deles ao Brasil, eu comprei o disco mais recente à época (How to dismanle an atomic bomb) e comecei a prestar atenção na produção deles. Porém nada, absolutamente nada, me hipnotizou mais do que o DVD com o show da turnê Zoo TV, realizado em 1993, na cidade de Sydney.
                Há quem fale na turnê do “360”, que foi megalômano, que era transcendental, mas nem ela consegue se comparar à primeira megaturnê da banda – e, consequentemente, da história. Pois naquela época, até mesmo Bono Vox não era um bom rapaz (fumava, bebia e tudo o que um rockstar faz).  Além da superprodução, o caráter de “crítica à era moderna” dava o tom.
O palco era decorado com antenas; gigantescos telões reproduziam o que se passava na TV (no show do DVD a programação é a da TV australiana, e Bono fica zapeando os canais, pra lá e pra cá). Ele encarna o demônio McPhisto e liga, em algum momento, para a um número da região, simplesmente para falar com alguém que lhe dê ouvidos – um diabo deprimido. Enfim, tudo o que jamais houve em cima do palco veio tudo de uma vez para um show da banda irlandesa. A turnê seguinte, Popmart, foi ainda maior, ainda mais gigante, mas a música...
                O que ouvir: Mysterious Ways, Even Better Than The Real Thing ou, se você tiver tempo, o show todo.

       

             

            
P*U*L*S*E, do Pink Floyd.






A Hammersmith Apollo, uma casa de espetáculos em Londres, é um dos solos mais sagrados para o rock. Ali o Dire Straits gravou o Alchemy e, em 1994, o Pink Floyd fazia um de seus últimos shows na face da terra, antes do vocalista e líder da banda, David Gilmour, dizer chega (e deixar milhões de corações em pedaços).
                A turnê que promoveu o disco de adeus da banda, TheDivision Bell, era tudo menos discreta: luzes, projeções, e um inspiradíssimo grupo (que além dos quatro membros principais, contava com coro, um segundo guitarrista, baterista e tecladista). Nessas 2h24 de show, o principal destaque é a execução do principal álbum da banda na íntegra: as dez faixas do Dark Side of the Moon ao vivo são feitas sob medida para arrepiar pelos de braços e pernas (como já dissemos pra vocês lá no começo dessa coluna).
                O que ouvir: qualquer uma, mas Run Like Hell e a versão de quase dez minutos do hino Confortably Numb, que sempre será, na opinião do reles autor aqui, a versão definitiva e a resposta sobre todas as coisas. Se você tiver tempo, qual é o problema em ver o show todo? Eu mesmo já o fiz, umas trinta ou quarenta vezes mesmo...

           


 One More Car, One More Rider, de Eric Clapton 






                A frase “Clapton is god” foi pixada nos muros de Londres em 1963. Mas só na época de lançamento desse disco/DVD que a coisa realmente fez sentido. Gravado em agosto de 2001 em duas noites no Staples Center, arena em Los Angeles, o show era parte da turnê do disco Reptile. O palco, ao contrário dos caras do U2, não tinha nada. O que dava total atenção ao homem atrás da guitarra.
                O cantor mistura os clássicos que essa coluna já mandou goela abaixo para vocês: Layla, Cocaine, Badge, River of Tears e outras com músicas mais conhecidas e recentes. Outra face do guitarrista é bastante visível: durante os anos 90  ele desenvolveu alguns trabalhos com violão, e o reflexo disso é parte do show ser acústica.
                O que ouvir: Tears in Heaven, Change the World ou, se você tiver tempo, o show todo.
        

                H.A.A.R.P, do Muse      
                Sim, os anos 2000 revelam grandes shows. Inspirados um pouco no Zoo TV (eles também têm antenas no palco) e na iluminação do Pink Floyd, o trio mostra, em uma hora e meia, o que a maioria das bandas de hoje levariam dez, quinze horas em cima do palco fazendo.
                O segredo da coisa toda é, sem dúvida, Matt Bellamy, uma versão moderna e infinitamente inferior ao Freddie Mercury. Mas, muito longe de ser ruim, Bellamy comanda pianos e uma guitarra que, em todos esses anos nessa indústria vital, foi a primeira vez que me aparece. O talento dele – e por que não dos outros dois da banda que eu mal lembro o nome – pode ver visto na íntegra no YouTube, um show que arrepiou mais de 134.287 pessoas no estádio de Wembley nas noites de 16 e 17 de Junho - foi a primeira banda a esgotar os ingressos no novo estádio.
                O que ouvir: Kinghts of Cydonia, Plugin Baby e o cover feroz  de Feeling Good, de Nina Simone ou, se tiver tempo, o show todo. Ou, se tiver dinheiro, vá ao Lolla 2014 e veja-os ao vivo.
          

                Rock em Seine 2007, do Arcade Fire
                Um amigo meu mandou o vídeo desse show via e-mail, desses corporativos quando você tá entediado, com a seguinte descrição “assiste só essa intro e tá bom”. Assisti a tal introdução, coisa de vinte segundos e, nessa semana e meia em que ele me indicou, já vi o show inteiro três vezes.
                Se em 2007 o Arcade era apenas uma banda indie com dois bons álbuns produzidos (Funeral e Neon Bible) e um clipe ou outro na faixa matinal da MTV, a sua atuação em cima do palco parece fazê-los tratar-se de veteranos do pop mundial. Nesse show do tradicional festival francês, os integrantes – treze, quinze, sei lá eu – são ativíssimos, barulhentos e, ao mesmo tempo, bastante melódicos. Se a grande preocupação de uma banda alternativa é parecer alternativa sobre todas as coisas, o que parece pairar sobre o Arcade Fire é apenas o desejo de uma ótima performance.
                O que ouvir: a introdução extremamente zoeira; o show todo e, se sobrar grana, compra também ingresso pro Lolla - o Arcade se apresenta pela primeira vez em oito anos no país, isso no segundo dia do festival.

E, aqui duas semanas, na véspera de Natal, a resenha do galo para vocês. Stay tuned.

Por: Guilherme Mendes
De: Carapicuíba - SP
Email: g.lazaro@outlook.com

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