26 de março de 2013

Não se fazem mais passados como antigamente #8 - Discografia é para os fracos.


                Virou moda falar que, quando algum cantor famoso bate as botas- tá aí o Emílio Santiago e aquele skatista caiçara como exemplos- os “fãs de momento”vão correndo baixar a discografia. Foi assim com a Amy, com o Michael Jackson, vai ser assim quando o próximo rockstar bater as botas.
                Sorte desses “fãs” que Zappa morreu em 1993, bem antes dos downloads da net. Ou então eles estariam em grandes apuros.



                Isso porque nenhum autor musical moderno a fazer sucesso mundial foi tão prolífico como Frank Vincent Zappa. O americano lançou nada menos que 94 álbuns oficiais, sendo 81 deles de estúdio. Como a carreira dele durou de 1966 (com o lançamento do icônico Freak Out!) até o ano de sua morte, isso dá uma média de 3,48 álbuns por ano! Só em 1979 foram 5! Mesmo assim, uma boa parte destes trabalhos, 32 deles, foram lançados após sua morte (um deles inclusive chegou ao mercado em Setembro passado).
                A irreverência por detrás do cabelão e do bigode, se escondia uma das mentes mais sistemáticas do rock and roll: a sua banda – a não menos importante The Mothers of Invention-  continha membros geniais (Steve Vai era um deles) e todos vivam sob um regime opressor sem drogas nem álcool. Nem ao menos um cigarrinho, e isso tudo muito antes de existir o straight edge.
                O som produzido por ele até hoje intriga os críticos: do rock progresssivo à música ambiente, passando pelo jazz, instrumentais, conversas, operas, proto-punk e experimental,  Zappa fez de tudo em mais de 800 composições. Algumas delas tem detalhes interessantíssmos. Vamos falar de três que são os mais com a cara de Zappa:

                We’re Only in It For The Money: Um clássico pra todos que vieram depois dele, inclui conversas de telefone, improvisações e solos virtuosos. Isso é pouco, se comparado com a capa abaixo (que dispensa maiores explicações).
Bem...já vi em algum lugar.


                Thing-Fish: Quando Zappa decidiu investir na Opera, o libreto que ele construiu não foge a sua ideia principal – não ter ideia principal, Um rasgo seco sobre a AIDS (a doença estava, em 1984, em seu auge), feminismo, eugenia e teorias da conspiração, tudo isso é fieto dentro de um musical da Broadway de um musical da Broadway sobre um musical da Broadway. Confuso à primeira vista, mas divertidíssimo, como a única composição dele a ir parar na MTV, You Are What You is.

                Shut Up ‘n Play Yer Guitar: Um dos meus favoritos – junto com o Hot Rats -  é uma sequência de instrumentais que beiram o psicodélico. O destaque é a guitarra primorosa  de Zappa, que toma ângulos e tempos variáveis em cada canção, mudando de rumo de uma hora pra outra. Quando parece que está perdido, voilà, a batida soa precisa como um relógio.

Pra quem quiser conhecer a obra do cara, a discografia pode ser baixada aqui. Vá ouvindo de poucos. Afinal, 12 Gb de música não são pra todos.

Por: G.L.Mendes
De: Carapicuíba - SP
Email: contato@revistafriday.com.br

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