Depois dessa semana complicadíssima em que trocamos a tradicional coluna musical pela cobertura dos protestos de São Paulo, estamos de volta. E estávamos sem assunto, ladies and gentlemen, então, como num passe de mágica, uma cesta de verduras apareceu na minha vista. Na verdade essa cesta está cheia de discos, e é sobre eles que vamos falar hoje.
Eles já foram o que havia de ponta na tecnologia musical. Até o anos 80, era questão de honra manter um pequeno acervo de discos em casa. Esse da foto acima é o meu, que comecei a juntar em 2010, e hoje conta com 79 discos, quase sempre de rock. Aqui, mexendo, tem Pink Floyd, Beatles, até um do Supertramp que tem uns peitos tatuados na capa. Pra quem quer começar uma coleção, aqui vão algumas dicas básicas que a gente vai aprendendo (algumas dicas foram feitas considerando que você esteja em SP. Outras são universais):
Defina o que você quer: A maioria das lojas é eclética, vendem qualquer tipo de disco. Mas existem lojas que tem suas especialidades. As lojas da Rua 24 de Maio (tanto a Baratos Afins, na Galeria do Rock, quanto aquelas do Boulevard Centro) se dividem em rock e nacional. As da Galeria Nova Barão, na Rua Barão de Itapetininga, são mais para o rock, metal e há uma especializada em funk. E certas lojas na região da Sé tem o repertório mais nacional e de cantores italianos. Antes de sair à caça, tente descobrir quais discos e autores você vai querer.
Um bom tênis ajuda: tirar um sábado pra andar pelas lojas é excelente. Faz bem pro corpo e pra alma – nem tanto pro bolso. A maioria fica aberta até 18h ou 19h30 e podem prover horas e horas de pesquisa.
Leve dinheiro: tudo bem, parece óbvio, mas que fique entendido dinheiro como cash. A grande maioria das lojas passa cartão, mas levar dinheiro é uma chance de você ganhar um desconto decente.
Aprenda a chorar: tente sempre levar mais de um disco por loja. Quando você faz aquela pequena montanha no balcão do caixa e pede um desconto, tente insistir o máximo possível que normalmente dá resultado. Só não banque o maricas e chore de verdade.
Peça pra testar os discos: a grande maioria das lojas do centro possui um toca-discos em algum canto. Então, quando você ver aquele disco do Led Zeppelin que você tanto queria por R$10, naturalmente suspeite e peça pra dar uma rodada em uma música ou outra. Ninguém considera isso um problema.
Se prepare pra desembolsar uma grana se quiser ter os clássicos: O primeiro disco que eu comprei foi o Brothers in Arms, do Dire Straits, lá em 2010 ainda. Paguei 5 reais. Mas o mercado de discos cresceu tanto que o mesmo disco hoje vale 25. Por isso considere o disco como uma verdadeira peça. O mais caro que já cheguei a pagar foi um disco do Derek and The Dominoes, duplo e importado. 95 reais depois de uma hora de barganha.
Saiba que os discos iguais podem custar preços diferentes: “nossa, mas são discos, redondos, quase sempre pretos, mas por que variam tanto de preço?”. Explica-se: os nacionais são mais baratos do que os importados (que não são feitos de plástico reciclado). Os japoneses são impecáveis, quase sempre sem riscos e com capas bem cuidadas e dezenas de informações extras (em compensação custam em média R$100). Além disso, riscos ou o estado de conservação da capa contribui com o preço.
E finalmente, mas não menos importante
:
Nada disso tudo importa se você não tiver uma droga de um toca-discos: mas isso falemos outro dia.
*
Enfim, essas são as dicas de uma atividade que emagrece, que alegra a garotada e que deixa o banco ainda mais feliz com seu limite do cheque especial. Agora é sair e tomar as ruas para aproveitar!
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A minha tal caixa de verduras... |
Eles já foram o que havia de ponta na tecnologia musical. Até o anos 80, era questão de honra manter um pequeno acervo de discos em casa. Esse da foto acima é o meu, que comecei a juntar em 2010, e hoje conta com 79 discos, quase sempre de rock. Aqui, mexendo, tem Pink Floyd, Beatles, até um do Supertramp que tem uns peitos tatuados na capa. Pra quem quer começar uma coleção, aqui vão algumas dicas básicas que a gente vai aprendendo (algumas dicas foram feitas considerando que você esteja em SP. Outras são universais):
Defina o que você quer: A maioria das lojas é eclética, vendem qualquer tipo de disco. Mas existem lojas que tem suas especialidades. As lojas da Rua 24 de Maio (tanto a Baratos Afins, na Galeria do Rock, quanto aquelas do Boulevard Centro) se dividem em rock e nacional. As da Galeria Nova Barão, na Rua Barão de Itapetininga, são mais para o rock, metal e há uma especializada em funk. E certas lojas na região da Sé tem o repertório mais nacional e de cantores italianos. Antes de sair à caça, tente descobrir quais discos e autores você vai querer.
Um bom tênis ajuda: tirar um sábado pra andar pelas lojas é excelente. Faz bem pro corpo e pra alma – nem tanto pro bolso. A maioria fica aberta até 18h ou 19h30 e podem prover horas e horas de pesquisa.
Leve dinheiro: tudo bem, parece óbvio, mas que fique entendido dinheiro como cash. A grande maioria das lojas passa cartão, mas levar dinheiro é uma chance de você ganhar um desconto decente.
Aprenda a chorar: tente sempre levar mais de um disco por loja. Quando você faz aquela pequena montanha no balcão do caixa e pede um desconto, tente insistir o máximo possível que normalmente dá resultado. Só não banque o maricas e chore de verdade.
Peça pra testar os discos: a grande maioria das lojas do centro possui um toca-discos em algum canto. Então, quando você ver aquele disco do Led Zeppelin que você tanto queria por R$10, naturalmente suspeite e peça pra dar uma rodada em uma música ou outra. Ninguém considera isso um problema.
Se prepare pra desembolsar uma grana se quiser ter os clássicos: O primeiro disco que eu comprei foi o Brothers in Arms, do Dire Straits, lá em 2010 ainda. Paguei 5 reais. Mas o mercado de discos cresceu tanto que o mesmo disco hoje vale 25. Por isso considere o disco como uma verdadeira peça. O mais caro que já cheguei a pagar foi um disco do Derek and The Dominoes, duplo e importado. 95 reais depois de uma hora de barganha.
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Por R$50, com os encartes e tudo. |
E finalmente, mas não menos importante
:
Nada disso tudo importa se você não tiver uma droga de um toca-discos: mas isso falemos outro dia.
*
Enfim, essas são as dicas de uma atividade que emagrece, que alegra a garotada e que deixa o banco ainda mais feliz com seu limite do cheque especial. Agora é sair e tomar as ruas para aproveitar!
Por: Guilherme Mendes
De: Carapicuíba-SP
Email: guilherme@revistafriday.com.br
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