Gravadora: Capitol
Lançamento:10 de Julho de 2000
Lançamento:10 de Julho de 2000
Nota:8/10
Bato no
peito e falo: adoro usar esse espaço na Revista Friday pra falar do rock antigo, aquela coisa envolvente e gostosa. Sério mesmo . Mas, e quando você dá de cara com um disco ótimo, responsável por marcar sua infância, quando ele tocava horas e horas numa Mix FM que joça que ainda tocava rock? E,
principalmente, quando ele é um dos marcos do rock no novo milênio?
Não sei vocês, mas eu engulo o choro e falo bem sobre ele do mesmo jeito.
Não sei vocês, mas eu engulo o choro e falo bem sobre ele do mesmo jeito.
* * *
Era uma
vez, lá pra 1996, quatro amigos: Guy Berryman, Jon Buckland, Will Champion e Chris Martin –
esse último o cara loiro que todo mundo conhece. Numa época em que o Pink
Floyd não existia mais, o Guns n' Roses estava em hiato e a crítica se perguntava o sobre o OKComputer, os quatro eram a banda de garagem-padrão: dos primeiros
shows em Londres até o primeiro single
– a engraçadíssima Ode to deodorant – foram dois anos.
E assim foi, pelos anos de 1999 e 2000, na gravação do primeiro trabalho, o Parachutes, o álbum de estreia da banda. A preocupação de mostrar serviço é visível e o disco não possui o clichê dos álbuns de estreia – um monte de covers. Todas as canções do álbum são de autoria do grupo, diferente das outras grandes bandas britânicas da época – a saber: Oasis, Blur, Radiohead e o ainda-caçula Muse – o Coldplay apostava em canções mais calmas no disco. Os shows em si eram matadores, mesmo que nos primeiros shows ninguém soubesse quem era o Coldplay e a plateia sempre era pequena.
Enfim, de volta ao álbum: não é crime se você chamar o disco de um álbum com músicas de elevador. São canções com uma linha mais macia, com o uso de guitarras na medida certa. A canção Spies, por exemplo, regida pelo violão de Martin em metade do tempo e pela guitarra do Buckland em outra metade. O inverso acontece em Shiver, primeiro single da banda. Ela é, antes de mais nada, dona de uma melodia linda – uma das melhores do século XXI até agora. A letra, especial para casais, mostra ao mundo a voz de Chris. Sério, uma p*%@ voz.
E assim foi, pelos anos de 1999 e 2000, na gravação do primeiro trabalho, o Parachutes, o álbum de estreia da banda. A preocupação de mostrar serviço é visível e o disco não possui o clichê dos álbuns de estreia – um monte de covers. Todas as canções do álbum são de autoria do grupo, diferente das outras grandes bandas britânicas da época – a saber: Oasis, Blur, Radiohead e o ainda-caçula Muse – o Coldplay apostava em canções mais calmas no disco. Os shows em si eram matadores, mesmo que nos primeiros shows ninguém soubesse quem era o Coldplay e a plateia sempre era pequena.
Enfim, de volta ao álbum: não é crime se você chamar o disco de um álbum com músicas de elevador. São canções com uma linha mais macia, com o uso de guitarras na medida certa. A canção Spies, por exemplo, regida pelo violão de Martin em metade do tempo e pela guitarra do Buckland em outra metade. O inverso acontece em Shiver, primeiro single da banda. Ela é, antes de mais nada, dona de uma melodia linda – uma das melhores do século XXI até agora. A letra, especial para casais, mostra ao mundo a voz de Chris. Sério, uma p*%@ voz.
É difícil
comparar a voz de Martin com outros vocalistas. A resenha da revista inglesa NME já alertava, ainda no primeiro álbum,
a versatilidade na qual alternava a composição de baladas, canções alegres
e mais introspectivas. Martin, além disso, incorporava quase como um Elton John
moderno (e provavelmente hetero). Ele criou e interpretou algumas das mais belas trilhas
de piano do rock, seja pela mais conhecida delas, Trouble, seja pela faixa de encerramento, a esplêndida Everything’s not Lost e seus sete
minutos.
E vejam
vocês: até agora não falamos da quinta faixa., conhecida por lançar a banda
para o sucesso espacial; conhecida por ser o rock-símbolo de uma geração; e conhecida
por estar nos celulares de pelo menos sete entre dez amigos seus (faça o
teste), Yellow é uma daquelas canções
para não nos deixar dúvidas quando nos perguntamos “tá, mas será que eles vão seguir
em frente?”Assim foi Creep para o Radiohead
, e assim também foi Wonderwall para
os irmãos Gallagher. O álbum por si só é
tão gostoso de se ouvir por inteiro, tão sólido nas composições (sempre
assinadas pelos quatro inseparáveis, caso raríssimo no mundo do
entretenimento) de tal maneira que nem era necessário citar aqui nesta resenha esse sucesso das rádios.
Até que, para um álbum cuja capa é um
globo comprado por 10 libras, Parachutes é uma gratíssima surpresa. A banda, vencedora do Grammy de música alternativa com ele, soube
espalhar seu material – os clipes traziam inovações e se tornaram a marca registrada da banda. Um ano depois, após os atentados de 11/9, a banda veio com A Rush of Blood to the Head – e outra cachoeira de hits – eu (quase) chorei
com o clipe de The Scientist. E aí os
shows começaram a encher mais e mais e mais..
Há apenas 13 anos. Agora tente ir num show deles. Vai lá ver o que te acontece.
* * *
Há apenas 13 anos. Agora tente ir num show deles. Vai lá ver o que te acontece.
Por: Guilherme Mendes
De: Carapicuíba - SP
Email: guilherme@revistafriday.com