#05: Visibilidade Trans

Confira na capa do mês de fevereiro da Revista Friday, uma entrevista sobre os desafios de uma pessoa trans, com a ativista LGBT Rebecka de França.

INTERNET: Mudanças, tecnologia e Google+

Confira algumas mudanças que o google+ realizou para agradar os usuários.

Conexão Canadá: Vancity- The Journey begins

Camila Trama nos conta um pouco de seu intercâmbio em alguns lugares do Canadá.

CINEMA: Sassy Pants

Rebeldia, insatisfação e as paixões fazem parte do cotidiano de todos os adolescentes, confira a resenha do filme Sassy Pants.

VITRINE: O universo feminino de Isadora Almeida

Inspirada por ilustrações de moda, estamparia e coisas que vê por aí, conheça o trabalho da ilustradora mineira Isadora Almeida.

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4 de março de 2014

NSFMPCA #31 - Quem vem pro Lolla (Parte I)




Black Holes and Revelations_Muse
Data de Lançamento:
 3 de Julho de 2006
Gravadora:
Helium 3 / Warner Bros.
Nota: 8,5/10

              

Nesse mês de março vamos usar as duas colunas de música para falar das bandas que vem ao Lollapalooza 2014 – o festival hipster que reúne, em um só lugar, a maior quantidade de garotas ruivas, coturnos Doc Martens e bandas que nem você, nem sua mãe, nem ninguém conhece – mas que todos são fãs incondicionais.
Por exemplo: na edição deste ano, além dos destaques, temos gente como Illya Kuriaki and the Valderramas (?), ou então o legendário FTAMPA (?????) ou então – plmdds esse não – CONE CREW DIRETORIA. Não sei se é o caso de “chamar os mulekes” ali da região de Interlagos, onde será o show. Mas eles não são tão bem-vindos assim no meio da hipsterama toda. 
De volta ao assunto, para evitar polêmicas, falaremos apenas dos principais: no primeiro dia, os britânicos do Muse ocuparão o palco principal. E, entre os seis discos deles, um deles merecia estar na prateleira de todos os fãs de rock. E é sobre ele que a gente vai descer a lenha agora.

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Eu tenho um passatempo muito divertido (ao menos pra mim) de comparar músicos com escritores: considero Bruce Springsteen como um escritor russo, cheio de dramas e descrições; o Aerosmith como um daqueles romances baratos para o público feminino; David Bowie com a ironia de um Philip Roth, e assim por diante. E o Muse, com suas letras um tanto paranoicas, só pode lembrar George Orwell, o gênio por detrás de “Revolução dos Bichos” e “1984”.

Talvez essa nunca tenha sido a intenção da banda – um trio poderoso formado no litoral sul da Inglaterra em 1994. Os três esforçados rapazes, Matt Bellamy e...os outros dois, levaram cinco anos para conseguir lançar o disco de estreia, Showbiz, que era bom mas teve propaganda mínima. Mas o segundo álbum da banda, o bastante elétrico Origin of Symmetry, mostrou que o poderio dos três era muito, mas muito maior do que as bandas da mesma época. Além do mais, eles conseguiam  se destacar com uma melodia incomum à época: sim, eles faziam rock progressivo com peças como Plug In Baby, New Born e em Feeling Good, um cover de uma canção dos anos 60.

Pois em 2006, depois de três anos sem lançar nada (o último tinha sido o disco Absolution, que lançou o nome da banda para o mundo), o trio voltou com uma abordagem totalmente diferente. Black Holes... não é um disco conceitual, mas suas letras correm para o lado oposto da música: em 2006, relembremos, a moda era cortar os pulsos com canções de amor derretidas e franjas e all stars riscados à caneta (e eu sei que você já teve o seu).

E então aparece uma banda cantando sobre: Corrupção (a abertura apocalíptica de Take a Bow), invasão alienígena (Exo-Politics), ateísmo e outros temas. Pra piorar, a capa é de autoria do britânico Sotmr Thorgeson, o mesmo responsável pelas capas dos discos do Pink Floyd. Nela, quatro homens estão numa mesa, com ternos estranhos e cavalos andando no tampo, provavelmente em Marte (já que a Terra está ao fundo). Provavelmente banda e autor da capa não batem bem da cabeça.

E é essa loucura, de quase ir na contramão da indústria musical, que elevou o Muse, de banda de apoio em festivais, à estrela de si mesma. O virtuosismo e as constantes misturas de instrumentos de corda e metal atraíram não só a atenção dos jovens revolts, mas também da crítica especializada.  A turnê que veio em seguida rendeu à banda o primeiro DVD, gravado em três noites lotadas no novo estádio de Wembley, em Londres. O nome? H.A.A.R.P. – o nome de um projeto ultra secreto do governo americano.

Grande parte do mérito de Black Holes... cabe à Matt Bellamy, o cabeça do projeto. A revista britânica Total Guitar tascou em 2010 o título de “Jimi Hendrix de sua década” ao magrelo. E não é exagero: sua habilidade musical espanta em qualquer direção – ele toca piano, tem um vocal de tenor com uma extensão impressionante (vide a canção de 2009 Dead Star), é capaz de dar vida à composições impressionantes e uma habilidade na guitarra que o coloca entre os melhores da década de 2000. O solo de Invincible, uma das melhores do álbum, cabe fácil entre os 100 grandes solos de todos os tempos.


Mas nem ela consegue ser a melhor do disco. Isso fica difícil quando a faixa final é nada menos que Knights of Cydonia. Do ponto de vista estrutural, ela é bem estranha – seis minutos e apenas dois versos – mas o grau de dificuldade a que estão expostos os instrumentos (guitarra, baixo, voz e um ocasional trompete) a torna uma das composições mais espetaculares de nossa era. Sem brincadeira. Não à toa os intrincados solos da música acabaram por ir parar no jogo Guitar Hero III, responsável pelo primeiro contato de muita gente com a banda.

E eles vem ao Brasil para dois shows totalmente diferentes do que a banda vem vivendo. A turnê do disco mais recente, o pouco convincente The 2nd Law, lotou arenas no mundo todo e tem o palco mais megalômano desde o 360 do U2. E por aqui o trio revive, no Lollapalooza, os shows de festivais a que estão acostumados desde o começo da carreira. Mas o mais interessante é o show paralelo que farão no Grand Metrópole, uma casa no centro de São Paulo: como uma banda que não toca para menos de 80 mil pessoas há anos vai reagir num show para pouco mais de 2000 cidadãos? Como é assistir um show intimista de uma banda feita para os melhores espetáculos em estádios?

Por isso devemos manter um olho no peixe e outro no gato. Com vinte anos de carreira, o Muse entra no hall de bandas como o Cream e o Rush, que são trios que soam como bandas bem maiores. E há quem critique a mistura de “rock moderno” e das guitarras berrantes de Matt Bellamy com o piano e melodias agudas. Bata lembrar que, nos anos 1970, uma certa banda recebeu as mesmas críticas. E seu líder, um tal Freddie Mercury, nada fez além de não dar ouvidos. Que o Muse se inspire neles.


Muse


Sideshows Lollapalooza apresenta: Muse

Dia 3 de Abril (quinta)

Grand Metrópole (Avenida São Luís, 187 - República, São Paulo – SP)

Ingressos: R$ 125 (meia) e R$ 250 (inteira), disponível no site da Tickets for Fun




Lollapalooza dia 1- Palco Principal

Dia 5 de Abril (sábado)
Autódromo de Interlagos (Av. Sen. Teotônio Vilela, 261, São Paulo – SP)
Ingressos: de R$145 (meia para um dia) até R$540 (inteira para os dois dias do festival), disponível no site da Tickets for Fun





Por: Guilherme Mendes
De: Carapicuíba - SP
Email: guilherme@revistafriday.com.br

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7 de janeiro de 2014

Não se fazem mais passados como antigamente #27 - Ah, aquela voz...

Tem sempre aquela hora em que você se pega pensando sobre a qualidade surreal de uma letra de música: “Nossa, mas é muito minha vida”, eu mesmo já falei de canções do Pink Floyd, do Rush ou mesmo da Electric Light Orchestra. Mas, dependendo da canção, nem precisaria de profundidade na letra: certaz vozes são atrações por si só.
                Numa tarefa quase impossível (na qual pedi arrego para alguns amigos meus), escolhi cinco dos grandes vocais do rock em todos os tempos. Alguns são unanimidade. Outros foram fruto de debate. Mas todos são reconhecidos pelo seu caráter de “vinho”, que parecem ficar melhor com o passar do tempo.
                Para evitar polêmicas isso não é um ranking e não há ordem de colocação. E, paara incrementar a experiência, vamos colocar apenas o vocal das canções.



Ian Gillan, do Deep Purple
68 anos
Inglês Casa: Hard Rock
Tipo de voz: barítono (calça apertada)




                Ian Gillan entrou nessa lista pela gritaria. Mas não uma gritaria desordenada, de um cantor de black metal, por exemplo: seu vocal é completamente harmônico e controlado. E que controle: seu alcance vocal é simplesmente gigantesco, desde um tom grave até o famoso “quebra-taça”. Logo no primeiro álbum com a banda, ele gravou Child in Time, a canção abaixo, que até hoje me dá leves arrepios pelo volume a que chega o homem por detrás do microfone.
                Hoje ele ainda está na ativa, mas seu potencial de gritaria se foi – como ficou provado na última passagem da banda por São Paulo, em 2011. A resenha do último disco deles, lançado ano passado, você vê aqui.



Ainda vale a pena ouvir outro fã da calça apertada: Geddy Lee, do Rush.




Jon Anderson, ex-Yes
69 anos
Inglês
Casa: progressivo
Tipo de voz: Tenor (desde que o mundo é mundo)



                Eu lembro de, em setembro de 2012, assistir a um show dele em São Paulo, já em carreira solo (Jon deixou o Yes em 2008, depois de 40 nos, por problemas de saúde). E me supreendeu de, logo na primeira música, ver que o timbre dele continua o mesmo de quando lançado o primeiro álbum da banda, lá na época da TV preto-e-branco.
Muita gente discorda de mim até hoje (e não tiro a razão), mas Jon Anderson é o maior vocalista vivo. Sua voz, já fina de nascença, permite que ele abrisse um alcance vocal inédito. Com uma crise de asma em 2008 que o colocou entre a vida e a morte diversas vezes, sua respiração e agudos foram bastante danificados, o que fez com que suas músicas sofressem um remapeamento. Mas nada que prejudicasse a qualidade de um show que, por mais vazio que estivesse (tinham umas quinhentas pessoas lá), não me vai sair da mente tão cedo.
Abaixo, uma das obras-primas do tempo do Yes: Close to the Edge, de 1972. O ápice ocorre depois dos 7:00, quando sua voz se coloca em níveis impraticáveis para nós, reles humanos




Johnny Cash
Morto em 2003 aos 71 anos
Americano
Casa: Country e Gospel
Tipo de voz: barítono (aquela de macho)



                John R. Cash era conhecido como “o homem de preto”, pela sua imagem bastante sóbria em cima dos palcos. O que se refletia na forma de cantar: seu tom de voz é único entre todos aqui, já que era um exímio barítono. A entonação das canções, aliado ao gogó gravíssimo de Cash, parecia fazer o chão tremer. Realmente é coisa pra quem abre a tampa da garrafa de cerveja com a boca.

                Veja a capacidade de manter um tom baixo em uma de suas primeiras composições: Cry, Cry Cry, de 1957.






Freddie Mercury, do Queen
Morto em 1991 aos 45 anos
Inglês Casa: hard rock
Tipo de voz: Tenor (ou Divina, como preferir)




                A única unanimidade dessa lista era uma voz tão, mas tão variada que, quando ele falava, era um barítono, mas quando cantava, alcançava facilmente o tenor, a escala mais alta para um homem, e conseguia chegar até o soprano, que já é própria da voz feminina. Nos mais de 18 anos de carreira com o Queen, Freddie encheu estádios e emocionou homens e mulheres, como emociona até hoje: Bohemian Rhapsody (que a gente já resenhou aqui) da arrepios em 10 em cada 10 pessoas. Sim, ele é a maior voz que este planeta já viu, e não tem muito pela qual a gente possa fazer.
                Esse é o mais difícil de se escolher qual música é melhor. Podia ser qualquer uma, já que o perfeccionismo de Freddie com sua própria voz e questões como ritmo e sincronia era absurda. Então fiquemos com duas: Somebody to Love, do álbum A day at the races, de 1976; e a última grande canção de Mercury antes de sua morte, em 1991: The show must go on, do álbum Innuendo, poucos anos antes de sua morte.





Ronnie James Dio
Morto em 2010 aos 67 anos
Americano
Casa:Metal
Tipo de voz: Voz do Dio, que é perfeita e ponto.




                Me pediram para colocar Bruce Dickinson como representante dessa especialidade – a que de longe mais exige dos frontmen – e ele até tem um excelente comportamento em sua voz. Mas esse posto é algo que não é possível negociar: não há ninguém que consiga se comparar ao espírito presente na voz de Dio (que se chamava Ronnie James Padavona na vida real). Para quem acha que o capeta manda no metal , provavelmente vai encontrar provas disso na voz de Ronnie. Pois não há explicação plausível para esse dom.

               

Sim,  faltam nomes aqui: Robert Plant (Led Zeppelin); Paul Rodgers (Free/Queen); ou mesmo mulheres como Debbie Harris (Blonde) ou Tarja Turunen (Nightwish). Até mesmo Matt Bellamy, o jovem vocalista do Muse, entraria nessa lista Mas desses a gente fala outro dia. Por ora, esses "cantores de karaokê" dão pro gasto.

Por: Guilherme Mendes
De: Carapicuíba - SP
Email: g.lazaro@outlook.com

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15 de outubro de 2013

Não se fazem mais passados como antigamente #22 – Caindo de paraquedas









Parachutes_Coldplay
Gravadora: Capitol
Lançamento:10 de Julho de 2000
Nota:8/10




                Bato no peito e falo: adoro usar esse espaço na Revista Friday pra falar do rock antigo, aquela coisa envolvente e gostosa. Sério mesmo . Mas, e quando você dá de cara com um disco ótimo, responsável por marcar sua infância, quando ele tocava horas e horas numa Mix FM que joça que ainda tocava rock? E, principalmente, quando ele é um dos marcos do rock no novo milênio?
                Não sei vocês, mas eu engulo o choro e falo bem sobre ele do mesmo jeito.

*   *   *

                Era uma vez, lá pra 1996, quatro amigos: Guy Berryman, Jon Buckland, Will Champion e Chris Martin – esse último o cara loiro que todo mundo conhece. Numa época em que o Pink Floyd não existia mais, o Guns n' Roses estava em hiato e a  crítica se perguntava o sobre o OKComputer, os quatro eram a banda de garagem-padrão: dos primeiros shows em Londres até o primeiro single – a engraçadíssima Ode to deodorant – foram dois anos.

                E assim foi, pelos anos de 1999 e 2000, na gravação do primeiro trabalho, o Parachutes, o álbum de estreia da banda.  A preocupação de mostrar serviço é visível e o disco não possui o clichê dos álbuns de estreia – um monte de covers. Todas as canções do álbum são de autoria do grupo, diferente das outras grandes bandas britânicas da época – a saber: Oasis, Blur, Radiohead e o ainda-caçula Muse – o Coldplay apostava em canções mais calmas no disco. Os shows em si eram matadores, mesmo que nos primeiros shows ninguém soubesse quem era o Coldplay e a plateia sempre era pequena.
                Enfim, de volta ao álbum: não é crime se você chamar o disco de um álbum com músicas de elevador. São canções com uma linha mais macia, com o uso de guitarras na medida certa. A canção Spies, por exemplo, regida pelo violão de Martin em metade do tempo e pela guitarra do Buckland em outra metade. O inverso acontece em Shiver, primeiro single da banda. Ela é, antes de mais nada, dona de uma melodia linda – uma das melhores do século XXI até agora. A letra, especial para casais, mostra ao mundo a voz de Chris. Sério, uma p*%@ voz.

 
           
                É difícil comparar a voz de Martin com outros vocalistas. A resenha da revista inglesa NME já alertava, ainda no primeiro álbum, a versatilidade na qual alternava a composição de baladas, canções alegres e mais introspectivas. Martin, além disso, incorporava quase como um Elton John moderno (e provavelmente hetero). Ele criou e interpretou algumas das mais belas trilhas de piano do rock, seja pela mais conhecida delas, Trouble, seja pela faixa de encerramento, a esplêndida Everything’s not Lost e seus sete minutos.

                E vejam vocês: até agora não falamos da quinta faixa., conhecida por lançar a banda para o sucesso espacial; conhecida por ser o rock-símbolo de uma geração; e conhecida por estar nos celulares de pelo menos sete entre dez amigos seus (faça o teste), Yellow é uma daquelas canções para não nos deixar dúvidas quando nos perguntamos “tá, mas será que eles vão seguir em frente?”Assim foi Creep para o Radiohead , e assim também foi Wonderwall para os irmãos Gallagher.  O álbum por si só é tão gostoso de se ouvir por inteiro, tão sólido nas composições (sempre assinadas pelos quatro inseparáveis, caso raríssimo no mundo do entretenimento) de tal maneira que nem era necessário citar aqui nesta resenha esse sucesso das rádios.

*   *   *

                Até que, para um álbum cuja capa é um globo comprado por 10 libras, Parachutes  é uma gratíssima surpresa. A banda, vencedora do Grammy de música alternativa com ele,  soube espalhar seu material – os clipes traziam inovações  e se tornaram a marca registrada da banda. Um ano depois, após os atentados de 11/9, a banda veio com A Rush of Blood to the Head e outra cachoeira de hits – eu (quase) chorei com o clipe de The Scientist. E aí os shows começaram a encher mais e mais e mais..

                Há apenas 13 anos. Agora tente ir num show deles. Vai lá ver o que te acontece.





Por: Guilherme Mendes
De: Carapicuíba - SP
Email: guilherme@revistafriday.com

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3 de setembro de 2013

Não se fazem mais passados como antigamente # 19- O mês dos shows

Senhoras e senhores, ladies and gentlemen, preparem seus cartões de crédito: setembro é, de longe, o mês com a maior quantidade de grandes shows no país em muito, muito tempo. 47 shows internacionais (4 megashows com mais de 10 mil pessoas; 11 grandes shows de 2 a 10 mil pessoas; e 33 shows para até 2 mil pessoas).   Uma constelação de artistas vai passar pelos palcos brasileiros, para os mais variados tipos de ouvidos. Achamos bom vocês irem abrindo as carteiras.

*
Bora pra fila? (Reprodução)


Há uma série de fatores para todo mundo escolher um mês em especial para aportar na terra brasilis, mas o principal deles ocorre na cidade maravilhosa: o Rock in Rio dispõe de grana suficiente para entortar as turnês de grandes bandas mundiais – o Iron está tocando pela Europa, John Mayer passando pelos EUA e o Muse idem. Com a vinda deles para um show no RJ, cresce a chance de que eles toquem em outras cidades brasileiras e sul-americanas. Fora estes, outros já estavam marcados há tempos. Com foco especial aos amigos paulistas, respire fundo e vamos à lista:




The Offspring (skatistas e ex-emos do mundo todo, uni-vos!)
Onde: Credicard Hall
Quando: dia 15 de setembro, às 20h
Quanto: de R$ 90 à R$ 500

Nunca fui fã. Um amigo meu (que ajuda bastante nas pautas aqui) costuma falar que "é o show que, se perguntam onde eu está indo, eu digo que é na padaria e não no show". Se me perguntassem quem eu acho que são fãs da banda, diria que, em sua maioria, são skatistas que nunca levam a sério a canção mais legal deles (Why don’t you get a job?). Mas como eu sou um velho inveterado que entendo pouco o rock dos anos 90, desconsidere. Afinal de contas, vai que é legal né? Uma pena que o Chorão tenha morrido, logo seria o CBJR a banda de abertura.
O que ouvir: quem sou eu pra falar de Offspring? (qualquer coisa vai ser motivo de reclamação, logo...)
 Look: Calça colada, um All Star cheio de quadriculados por uma bic azul e camisetas da banda. A segurança pede para que não levem seus shapes - já que não há pista de skate na plateia.  



Matchbox Twenty (eles voltaram – e eu sofri calado)
Onde: Espaço das Américas
Quando: dia 17, às 19h30
Quanto: de R$ 210 à R$ 320

A gente falou do Rob Thomas no post passado.  Lá ele era um cantor solo, apenas num freela. Aqui ele volta com uma das mais consolidadas e bem-sucedidas bandas dos últimos 20 anos, com o primeiro disco depois de 10 longos invernos parados.
O que ouvir: apenas ouvir o álbum de estreia, Yourself or someone like you, já basta pra começar a gostar da banda.
 Look: qualquer roupa, contanto que tenha algum rasgo proposital. Camisas do Nirvana com aquele emoticon ridículo serão barradas na entrada.


Living Colour (sdds Guitar Hero 3)
Onde: Bourbon Street (em Moema)
                                                                       Quando: dia 17, às 20h
                                                                        Preço: de R$150,00 à R$260,00

Eu lembro de como era difícil - e maneiro - tocar Cult of Personality no Guitar Hero 3. Foram meses de prática para que me arriscasse no nível Expert. E, só depois de muito tempo, fui parar pra ouvir a banda. E  sim, eles são excelentes naquilo que fazem - pelo som metal, sempre suspeitei que fossem brancos - e prometem tocar o álbum de estreia, o aclamado Vivid, de 1988, na íntegra.
O que ouvir: Elvis is Dead, Glamour Boys e o inspiradíssimo The Chair in the doorway, álbum de retorno da banda, lançado em 2009.
 Look: Camisa de flanela, cabelo com dreads pequenos que te façam parecer filhos do Zach de la Rocha, do Rage Against the Machine.




  Bruce Springsteen and the E Street Band (Deus abençoe os cosméticos Ivone I)
Onde: Espaço das Américas
Quando: dia 18, às 21h
Quanto: de R$ 260 à R$ 560

(Fonte: reprodução)
Chame a mamãe que, em 1984, achava ele um tesão! Chame o papai que adorava quando ele colocava um colete jeans e ficava parecendo um cover do Sérgio Mallandro! Diga que o Brasil é uma vergonha cantando Born in the USA.  Bruce  o Roberto Carlos americano  encerra no Brasil uma das mais lucrativas turnês do ano sobre um dos melhores álbuns do ano passado, em shows que raramente duram menos de 3h30.  Springsteen e a sua banda de apoio – a não menos genial E Street Band  também tocam dia 21 no Rock in Rio (ingressos quase esgotados). É, sou suspeito pra falar dele.
O que ouvir: Além da clássica Born in the U.S.A., o destaque é o álbum mais recente, Wrecking Ball.
 Look: Roupas de caminhoneiro, operário ou metalúrgico. Faixa no cabelo e cara de ianque também conta ponto.




John Mayer (Sindicato das Cocotas de SP e "cerveja de hipster" apresentam: John Mayer e banda!)
Onde: Arena Anhembi
Quando: dia 19, às 20h45
Quanto: de R$ 240 à R$ 500

Pega garotas? (Reprodução)




O show favorito das garotas que não curtem música brasileira (taí o evento do show no facebook que não me deixa mentir) vai ser protagonizado pelo guitarrista americano (lembrado por um amigo meu como “o cara que copiava o Clapton”) junto com o cantor de abertura, o legendário e extraordinário e histórica...Philip Philips. Lembra? Aquele que venceu o American Idol. 
O que ouvir: Músicas que ele imita o Clapton (em questão de estilo, quase todas).
 Look: Para os rapazes solteiros, invistam na camisa xadrez e sapatênis - hetero - com calça jeans, aquele creme no cabelo à lá Caio Castro (mesmo que você seja um gordo barbado e do cabelo crespo como eu, o look também ajuda).



Iron Maiden (foto) / Slayer / Ghost B.C. (é pau, é pedra II)
Onde: Arena Anhembi
Quando: dia 20, às 18h
Quanto: de R$ 260 à R$ 450

Pauleira. Isso pode definir, sucintamente, o que deve ser o show com três dos quatro membros do dia do metal no Rock in Rio (o que ficou de fora foi o Avenged, ou seja...). Junto ao sempre presente Iron Maiden (com uma média de um show a cada dois anos em terras tupiniquins), os americanos do Slayer trazem um show aguardadíssimo (mais pelo fato do falecimento do guitarrista Jeff Hanneman do que pelo show em si) e o Ghost vai tentar calar a boca dos fãs da banda principal – os fãs de Iron não aceitam muito bem o caráter mascarado e sombrio que os suecos sem-nome impuseram em seu segundo álbum, Infestissumam.
Em algum momento da vida você já trombou
com essa múmia (Reprodução)
O que ouvir: Iron Maiden tem um monte, mas vai ter pentelho enchendo falando "ah, mas falta x nessa sua lista". Slayer tem a histórica Raining Blood - uma das bases do trash metal - e War Ensemble. Ghost...bem, se você aguentar essa coisa melosa que é o álbum deles, vá em frente.
 Look: Vá à Galeria do Rock e entre na primeira loja. Nela, pegue a primeira camisa. Ou é Iron ou Metallica. Caso não dê certo, peça ajuda ao adolescente ou tiozão mais próximo.




   Jon Bon Jovi (Deus abençoe os cosméticos Ivone II)
   Onde: Estádio do Morumbi
   Quando: dia 21, às 16h
   Quanto: de R$ 180 à R$ 680



E msm e? (Reprodução)
                Quem nunca abriu a janela, colocou a cara pra fora e esgoelou um It’s my liiiiiiiiiiiiiife, is now or never? Ou um Livin’ on a prayer no final de todo mundo odeia o Chris?  O cantor – versão americana do Fábio Jr. –  faz uma escala em São Paulo menos de 24 horas depois de tocar no palco Mundo do festival carioca. O álbum mais recente deles, What About Now, não foi lá muito bem recebido. Mas, novamente, quem não cantaria com o loiro. (Atenção: o show de abertura é com o Nickelback, cuja única coisa que eu lembro é o vocalista Chad Kroeger, dos cabelos de miojo e etc).
O que ouvir: Bon Jovi é uma fábrica de hits. Do primeiro álbum aos sucessos mais atuais, como We werent' born to follow, é difícil topar com alguma coisa ruim. Já Nickelback... a Mix ainda toca essa banda?
 Look: Mesmo do Bruce Springsteen. Camisas com foto do cantor em poses complicadas ou alguma roupa de tia também formam uma boa parada.

           *

                Isso para citar apenas alguns dos principais shows de rock da cidade. O site do Rockinchair, especializado nessa atividade, te dá a lista completa. E fora que em outubro ainda temos Black Sabbath - sim, tio Ozzy vem aí! -, Aerosmith e Whitesnake. Se preparem, ou vão ficar em casa chorando de fone no ouvido.

                E nos falamos no próximo post.

Por: Guilherme Mendes
De: Carapicuíba - SP
Email: guilherme@revistafriday.com

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