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Ilustração: Fernando Braida |
TUDOJUNTO é um projeto em parceria com a revista Friday que tem como objetivo mostrar o que há de comum e diferente no cotidiano de diversos lugares do mundo.
A grande mídia não consegue relatar tudo que ocorre em torno do planeta. Muito menos como jovens de diferentes nacionalidades se portam diante de diversos assuntos.
Neste primeiro episódio, confira a história de Tasnim Mahmoud, 19 anos, estudante Egípcia que nos conta a visão e aprendizagem de uma jovem em meio a revolução.
“A revolução restaurou, ou pelo menos, ensinou a qualquer novo presidente
que venha a governar, que nada nos fará parar”.
Eu, uma jovem do Egito,
tinha a sensação de que não significava nada em um mundo cheio de adultos
controladores de mentes. Sendo mais específica, não tinha liberdade de
expressão, opinião ou reação.
Honestamente, depois da
revolução, tudo se tornou diferente e hoje posso participar do desenvolvimento
do meu país, falar e ter quem me ouvir e apoiar, além de receber e discutir
opiniões. E não apenas isso. Posso engajar novos projetos envolvendo outros
jovens, para que cresçam numa doutrina de expressar o que pensam sem medo,
mesmo envolvendo temas como a política. Essa é a recompensa que nos faz sentir
diferentes e especiais, por ajudar na formação dessa juventude, que já cresce
com base de negociação e argumentação sobre as decisões tomadas por um governo
ou instituição. Lembrando que não é o sistema que nos dá essa liberdade, mas
nós, que tomamos atitude para trazer benefícios para a sociedade do Egito, e do
mundo.
Estamos atingindo a base em
todas as áreas. Muitos anos atrás, como egípcios, nós éramos fortes em todas as
áreas e populares em todos os principais assuntos. Nada poderia nos parar. Mas
recentemente (cerca de 30-40 anos atrás) cada conquista foi substituída por uma
falha, a qual não teve sucesso nem fez história.
As pessoas achavam que o
Egito estava morrendo, especialmente antes da revolução de 25 de
janeiro, quando muitas almas egípcias se 'foram' na busca da liberdade. O mundo
todo pensou que isso era só um jogo. Esse não é o ponto agora, como tudo era.
Agora estamos pensando no futuro. As pessoas que morreram não morreram em
vão. A revolução restaurou, ou pelo menos ensinou a qualquer novo
presidente que venha a governar, que nada nos fará parar. Estamos aqui, e fortes o suficiente para construir um Egito novo.
Finalmente estou orgulhosa
de ser egípcia e orgulhosa da população do meu país. Os sonhos da juventude
agora podem se realizar. Aprendemos como é bom ser jovem, como nossas ações se
tornam, gradualmente, em realidade. Mas nem todos os fatos são bem aceitos por
toda juventude egípcia. Alguns homens têm opiniões divergentes, alguns deles apoiam o que aconteceu com o presidente Mohammed Morsy porque ele não
havia feito nada para o Egito, entre outras razões também. Por outro lado, algumas
pessoas acreditam que é um crime fazer tal coisa.
As manifestações
aconteceram por todo o Egito, e cada um lutou pelo o que acreditava. Talvez os
objetivos não fossem os mesmos, mas em uma coisa todos concordam. O fato da
agressão aos protestantes, somos todos egípcios e nisso estamos juntos. Algumas
pessoas acreditam que os lados das manifestações ocultos estão interferindo
nas negociações do Egito, mas o que nos dá certeza que o Egito é forte o
suficiente para passar essa situação atual, é que sabemos que se não nos
unirmos perderemos nosso amado país. Que nosso Deus nos proteja e nos mantenha seguros. Esses protestos não mostram onde o Egito está indo e nem determina
quem somos. Mas, certamente deixa um legado na história e recria o futuro
próspero, que tanto esperamos.
Por: Tasnim Mahmoud / Debora Komukai
De: Egito
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