Uma das mais
recentes criações, com o objetivo de mobilizar as pessoas em prol de um objetivo
por parte de um ou mais interessados, chama-se crowdfunding, ou financiamento
coletivo. Este tipo de iniciativa não é necessariamente nova, já que a
“vaquinha” de amigos para ajudar um amigo em comum a realizar um curso, após
seu casamento ou em outras situações, sempre ocorreu.
Mas como considerar tornar-se investidor de um projeto criado por alguém
que não conhecemos, somente com o objetivo de acreditar naquela ideia e
tornar-se um incentivador e financiador dela? Esta é o principal conceito do crowdfunding. Negócios surgem em rodas
de conversa numa faculdade, no happy-hour
depois do expediente ou num almoço de família. Porém, o investimento inicial
torna-se o fator impeditivo para a maioria dos novos estabelecimentos que
surgem, já que o crédito disponível no mercado custa cada vez mais caro e
poucos possuem capital para investir em algo logo após a criação.
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Foto: handsondream |
A disseminação das Redes Sociais e a facilidade em seu uso, além da sua
massificação junto aos internautas brasileiros, tornam este meio inovador e de
fácil manuseio para que interessados em efetivar projetos que antes não
poderiam ser realizados sejam concluídos.
Em linhas gerais, podemos descrever o funcionamento do financiamento coletivo da seguinte forma: o criador do projeto descreve-o, insere qual o montante precisa ser arrecadado para torna-lo executável, procede com o cadastro num dos sites especializados nas chamadas “vaquinhas virtuais” e aguarda que pessoas interessadas no projeto tornem-se suas patrocinadoras, onde estas ganharão algo pela participação, onde podemos ter, por exemplo, a entrega em primeira mão de um filme produzido, a inclusão do nome dos patrocinadores nos agradecimentos de um livro ou nos créditos de um filme.
O responsável pelo projeto só usufruirá do valor arrecadado caso o valor solicitado como necessário seja obtido em determinado período, sendo que para auxiliar os interessados no projeto e tornar o trâmite transparente e eficaz, uma das regras do financiamento coletivo é o de expor, na página do projeto, qual o valor obtido em tempo real – evita-se, por exemplo, que se comece o projeto idealizado sem condições de terminá-lo, acarretando em pausas indesejadas conforme este é executado.
Nos casos em que todo o valor solicitado é garantido, os sites geralmente ficam com uma parte do valor arrecadado – em média, 5% - e o restante é entregue ao criador. Porém, caso o prazo para captação expire sem que seja completada a captação de recursos, os patrocinadores podem requerer a devolução do valor investido ou ainda, aplicá-lo em outro projeto que gere interesse.
O financiamento coletivo surgiu nos Estados Unidos, em 2009, quando a Kickstarter foi criada. Hoje arrecada média de 25 milhões de dólares anuais para financiamento de projetos, ocupando o posto de maior empresa do ramo no mundo. No Brasil, o Vakinha foi o primeiro a divulgar esta nova ferramenta, enquanto que hoje, o maior site é o Catarse – estes, os mais conhecidos também, assim como o Queremos.
Para evitar que esta forma de financiamento “caia” do alto da onda da Internet, cabe ao mercado e aos usuários proporem melhorias e vislumbrarem possibilidades e oportunidades de crescimento, ainda mais quando observamos que muitas empresas podem começar através de doações por parte de pessoas que acreditam em seus valores e ideais e, com isso, é de fundamental importância manter todos os patrocinadores informados sobre o passo a passo do projeto, prazos e quem nele trabalha, demonstrando credibilidade.
O povo brasileiro é criativo em sua essência e isto pode ser amplificado através do crowdfunding, já que com a possibilidade de financiamento, muitas ideias podem “sair do papel” e tornarem-se reais, desenvolvendo o empreendedorismo e fomentando o mercado de trabalho, seja com investimentos em qualificação ou concorrência entre as empresas, onde o consumidor é beneficiado.
Abraços e até a próxima!
Por: Sidnei Curzio Junior
De: São Paulo - SP
Email: scurziojr@gmail.com
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