Muito
mais do que o desbravamento de terras desconhecidas foi conseguido com a
expansão marítima europeia. Através das rotas que ligavam o Oriente, a América,
a Europa e as ilhas Atlânticas, ocorreu uma verdadeira revolução na cultura
alimentar destes locais. Os portugueses, assim como outros povos que
desbravaram os oceanos, foram os responsáveis por um gigantesco intercâmbio de
plantas e animais, o que transformaria radicalmente a alimentação nestes lugares.
No Brasil, várias plantas trazidas através destas viagens foram tão bem adaptadas à terra e assimiladas pela nascente cultura que hoje em dia é difícil não as pensar como "tipicamente brasileiras".
Já imaginou as praias nordestinas sem os coqueiros? Pois eles são asiáticos, e aportaram aqui somente há alguns séculos. A manga e a jaca, "brasileiríssimas", foram trazidas ao Brasil somente no século XVIII, e são originalmente da Índia. Nem a banana é nossa; é também asiática e foi trazida para cá provavelmente da Ilha de São Tomé, na África, onde foi primeiro levada.
No contrafluxo destas importações, produtos brasileiros também viajaram e conquistaram outros continentes. A mandioca, base da alimentação dos índios nativos, se tornou planta importante em várias regiões. O mamão, o caju e a pimenta também são exemplares brasileiros que se disseminaram mundo afora.
Aqui no Brasil, como retratado por Sheila Moura Hue em seu livro "Delícias do Descobrimento", a cozinha nativa e a portuguesa trocaram diversas experiências e foram criadas várias combinações; a maioria, no entanto, eram combinações forçadas, devido à falta de ingredientes. Na ausência de azeite de oliva, era utilizada a gordura de peixe boi. Se não houvesse farinha de trigo, os tradicionais bolos portugueses eram preparados com a carimã - uma farinha de mandioca extremamente fina. Diversos doces também passaram a ser feitos com as frutas daqui, como o abacaxi e a goiaba, entre outras inumeráveis adaptações e criações.
Com toda essa disseminação de produtos, foi criada no mundo inteiro uma espécie de alimentação "globalizada"; cheia de particularidades, mas misturando em cada região ingredientes e técnicas dos quatro cantos do mundo. E mesmo depois de séculos do ápice das descobertas alimentares, ainda se tem muito para encontrar. O desafio de agora é desbravar e mesclar tantas possibilidades de modo sustentável e driblando a supremacia do fast food, que se globalizou empobrecendo tantas culturas.
No Brasil, várias plantas trazidas através destas viagens foram tão bem adaptadas à terra e assimiladas pela nascente cultura que hoje em dia é difícil não as pensar como "tipicamente brasileiras".
Já imaginou as praias nordestinas sem os coqueiros? Pois eles são asiáticos, e aportaram aqui somente há alguns séculos. A manga e a jaca, "brasileiríssimas", foram trazidas ao Brasil somente no século XVIII, e são originalmente da Índia. Nem a banana é nossa; é também asiática e foi trazida para cá provavelmente da Ilha de São Tomé, na África, onde foi primeiro levada.
Animais
também foram trazidos e adaptados ao clima e solo brasileiros, como a galinha,
a vaca, o carneiro, a cabra e o porco.
No contrafluxo destas importações, produtos brasileiros também viajaram e conquistaram outros continentes. A mandioca, base da alimentação dos índios nativos, se tornou planta importante em várias regiões. O mamão, o caju e a pimenta também são exemplares brasileiros que se disseminaram mundo afora.
Aqui no Brasil, como retratado por Sheila Moura Hue em seu livro "Delícias do Descobrimento", a cozinha nativa e a portuguesa trocaram diversas experiências e foram criadas várias combinações; a maioria, no entanto, eram combinações forçadas, devido à falta de ingredientes. Na ausência de azeite de oliva, era utilizada a gordura de peixe boi. Se não houvesse farinha de trigo, os tradicionais bolos portugueses eram preparados com a carimã - uma farinha de mandioca extremamente fina. Diversos doces também passaram a ser feitos com as frutas daqui, como o abacaxi e a goiaba, entre outras inumeráveis adaptações e criações.
Com toda essa disseminação de produtos, foi criada no mundo inteiro uma espécie de alimentação "globalizada"; cheia de particularidades, mas misturando em cada região ingredientes e técnicas dos quatro cantos do mundo. E mesmo depois de séculos do ápice das descobertas alimentares, ainda se tem muito para encontrar. O desafio de agora é desbravar e mesclar tantas possibilidades de modo sustentável e driblando a supremacia do fast food, que se globalizou empobrecendo tantas culturas.
Por: Raul Altran
De: São Paulo/SP
Email: raul.altran@gmail.com
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