3 de agosto de 2013

Conexão Turquia - Antes de chegar e primeiras impressões

Oi! Eu sou a Bárbara, paulistana, jovem estudante de Letras e tenho o sonho de explorar o mundo e conhecer o desconhecido. Meu primeiro destino: Turquia!


Praça na cidade de Babaeski (próximo à Istambul)
 com senhora Muçulmana
Antes de chegar na Turquia, recebi muitos conselhos e ouvi as mais diversas opiniões e conhecimentos sobre o país. Ouvi muito “Lá todo mundo é muçulmano, cada homem tem umas 3 esposas; mulheres não podem sair de casa à noite e têm que casar logo; na rua, o homem sempre anda na frente, e a mulher, cabisbaixa, fica para trás; não se pode usar saia, shorts nem vestido, e nem pense em levar roupas que não cubram a maior parte do seu corpo”.  Mesmo assim, resolvi tirar a prova e ver como seria viver num país tão diferente. Nem imaginava que me surpreenderia tão positivamente.

Me inscrevi no programa da AIESEC, uma organização para jovens de 18 a 30 anos, que, dentre outras coisas, auxilia no processo de viagens internacionais de trabalho, seja ele voluntário ou profissional. Eu escolhi o  intercâmbio de estágio profissional no ensino de línguas, minha área de formação. Por acaso, as melhores vagas e as mais recorrentes estavam todas na Turquia; então, apesar de até então eu saber pouquíssimo sobre o país, pensei: por que não? Me apliquei, fiz as entrevistas e todos os trâmites necessários e adivinha? Fui aceita e convidada a estar na Turquia em um mês!

Como seria minha primeira viagem internacional nem passaporte eu tinha. Então para estar na Turquia no tempo solicitado, eu tive que correr  – e muito! 
 para que tudo desse certo. Fiz o pedido de passaporte, que ficou pronto em 10 dias (depois de algumas filas e lentidão no sistema...), pedi o visto no Consulado da Turquia, comprei a passagem de ida e volta, solicitei o Seguro Saúde e fim! No fim, tudo foi mais simples do que eu imaginava e quando eu menos percebi já estava colocando os pés pela primeira vez dentro de um Free Shop no aeroporto!



A viagem de avião de São Paulo até Istambul dura em média 13 horas e como eu iria morar em outra cidade, ainda levei mais umas 2 horas na estrada. Passar 15 horas só em locomoção me exigiram muita criatividade para passar o tempo e manter meu conforto. Então agora acho que já posso até me considerar  um tanto experiente com viagens! Aprendi muito, inclusive, sobre fuso horário e clima mundial. Saí do inverno de São Paulo, cheia de casacos e uma mala pronta pra enfrentar o suposto verão friozinho da Europa, mas quando cheguei aqui na Turquia, tive que tirar todos os casacos, lenços, botas e blusas compridas que estavam comigo, trocar por uma regata fresquinha e um sapato aberto, e me deparar com 31°C em plena madrugada turca. Isso porque, como a diferença do fuso entre Brasil e Turquia é de 6 horas, em teoria chegaria à tarde no horário do Brasil, mas como “perdi” 6 horas, aqui já era noite quando cheguei.

Conheci, no aeroporto e no avião um turco e alguns brasileiros que restauraram imensamente minha fé na humanidade! Gente que quer ajudar não importa o que seja, que quer que você se sinta bem em todo lugar, que se preocupa com você mesmo nunca o tendo visto na vida. Brasileiros e turcos se assemelham nessa questão. Toda pessoa turca que eu falei até hoje quis me ajudar até o último segundo possível, compartilhou conhecimentos sobre o país e cultura regional, se esforçou ao máximo para falar de forma que eu entendesse... E assim também é com os brasileiros quando se trata de “gringos” no nosso chão caloroso do Brasil.

Descobri que aqui, ao contrário do que muitos me diziam, nem todo mundo usa lenço na cabeça (são mais as senhorinhas e pessoas mais religiosas, mesmo), não tem muito essa de casamentos multi-conjugais, todo mundo usa roupa curta sem problema nenhum, existe balada, bar e passeios noturnos onde tem tanto homem quanto mulher...Me surpreendi muito com essa galera, também muito calorosa, da Turquia! O mundo hoje é um só, e manter a cabeça fechada a preconceitos e opiniões parciais sem ter uma própria visão sobre o assunto é a pior coisa a se fazer se existe dentro de você alguma curiosidade  sobre o que quer que seja.
Tradicional Çay (lê-se "tchai") - Chá Preto Turco
Na verdade, o que realmente me fez parar pra pensar e me ver obrigada a usar profundamente meu cérebro por aqui foi o idioma. Sempre me orgulhei de saber inglês além da minha língua nativa, e pensava que como o inglês é a “Língua Universal”, conseguiria me comunicar sem problemas em qualquer lugar do mundo. Aqui, me vi sozinha num país desconhecido, onde todo mundo fala Turco e são poucos os que sabem inglês. Quando percebi que eu não conseguiria me comunicar com a maioria dos turcos a não ser que fosse na língua turca, comecei a ficar preocupada, mas, mais uma vez, as pessoas com as quais eu tive a sorte de passar o começo dessa jornada foram incríveis, e não mediram esforços para se comunicarem comigo da melhor maneira possível. Decidi então, não medir esforços também para aprender turco! Nada mais justo, né?

Foi a partir desses primeiros descobrimentos que uma cadeia de novidades e descobertas se abriu em mim, e parece que vai me acompanhar durante todos os 365 dias que passarei nessa terra do Leste Europeu. Tenho certeza que muitas surpresas estão por vir, mas agora só o que me resta saber é... Você vem comigo nessa? ;)  


Por: Bárbara

De: Babaeski - Turquia

Email: barbara.kaneko@aiesec.net


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