Lindos, oi. Por este não ser um filme com um roteiro de fácil assimilação pelo seu absurdo na essência, a sinopse será dada em itens. É nonsense e merece, vai. É legal frisar que tais itens se ligam de alguma forma, formando uma cadeia lógica de acontecimentos (até a página 3), mas não necessariamente fazem sentido em uma observação macro.
- A história orbita em torno de Dolph (Jack Plotnick), que um dia acorda e percebe que seu cachorro não está mais lá;
- O relógio dele marca 7:60 e não 8:00;
- Uma telefonista de pizzaria apaixona-se por ele durante a ligação que Dolph faz, questionando sobre o logo da pizzaria;
- Seu jardineiro é francês;
- Chove apenas dentro do escritório em que Dolph "trabalha";
- Cocô tem memória rastreável;
- Paul é sequestrado para o bem de seu dono;
- Bombeiros não apagam o fogo de uma van queimando ao lado de seu carro;
- Telepatia com seu cachorrinho;
- E tals.
Por essa linha da comédia cinematográfica ser constantemente alvo de críticos que elevam ou detonam o filme, em extremos mesmo, temos o trailer aqui pra vocês darem uma olhada e decidirem por si se é um filme que agrada teu processo de compreensão cinematográfico. É o tipo de material 8 ou 80 [mãe, usei a expressão!], onde as pessoas que o assistem entendem que o sentido do filme está apenas nele, sendo ele.
Então né gente, como explicar... Essa comédia nonsense tem a assinatura de direção, roteiro de fotografia de Quentin Dupieux (para os íntimos, Mr. Oizo). O cara trouxe nesse roteiro elementos típicos da comédia dessa linha, com uma cutucada engrenagem estranha no desenvolver das cenas mas que, para a proposta apresentada e representada, pareceu acertada.
É o tipo de filme que mantém uma sequência na sua não-linearidade (é possível?) e é perceptível o incômodo do público em certos momentos dada a estranheza causada por muitas todas algumas situações que se formam na sua frente que são, à priori, descabidas.
Implícitas em diversas cenas do filme estão críticas construídas do nosso cotidiano. Querendo realmente causar essa sensação de "não estar certo", o diretor adaptou à tela sua ambição. É, deu certo, até quase o final, quando o ritmo se perde.
Inversão de papéis, o tempo dentro do escritório representando sensação de espírito coletivo ali presente, a dependência do homem e a dependência da mulher, dentre tantas, são chave para que o resultado saísse como foi: estranho. E que bom!
Parte ruim: pelo que pesquisei antes de fechar a coluna, parece que a distribuição de Wrong foi feita por hora em salas de São Paulo-SP. Mas fica a dica pra geral que curtiu dar uma procurada na sua cidade, vai que né... :)
Beijos.
Direção, roteiro e foto: Quentin Dupieux (digo, Mr. Oizo)
Elenco: Alexis Dziena, Eric Judor, Jack Plotnick, Steve Little
Produção: Charles-Marie Anthonioz, Gregory Bernard, Josef Lieck, Nicolas Lhermitte
Gênero: Comédia Dramática - Nonsense
País: EUA
Ano: 2012
Distribuidora: Imovision
Por: Bárbara R. Argenta
De: São Paulo - SP
Email: barbaraargenta@revistafriday.com.br
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