8 de setembro de 2013

Conexão Turquia - Casamento!

Já que dia 6 de Setembro é dia do sexo e a Friday está tirando o atraso, nada mais justo que falar disso aqui na Turquia também! Mas antes de começar, pode esperar. Primeiro tem que ter casamento. Depois a gente conversa…

Já comentei que aqui na Turquia casamento é muito importante e um grande evento para todos os envolvidos. Recentemente, fui a alguns casamentos aqui na cidade e quero compartilhar com vocês essa experiência.

Basicamente, o casamento tradicional é feito em dois dias. O primeiro é o dia da Noiva: num salão de festas, os convidados se reúnem, ouvem música, dançam, comem bolachinhas e bolo de casamento, tudo junto com os noivos. Num certo momento da festa, todas as amigas da Noiva vão para uma sala separada, amarram um lenço colorido em cada braço e colocam uma vela em forma de flor na mão. Depois, entram no salão, que agora está escuro, decorado com algumas luzes estrategicamente posicionadas para o centro da sala, onde há uma cadeira vazia. As amigas dão três voltas ao redor da cadeira, com a vela na mão e ao som de uma música instrumental bonita. Depois, a noiva, toda vestida com uma roupa especial vermelha, com véu de renda quase fechada e um vestido todo enfeitado cobrindo o corpo, entra no salão e senta na cadeira. Uma das amigas coloca henna nas duas mãos da noiva, e essa henna é basicamente uma pasta preta-esverdeada de vegetais, com cheiro e consistência de cocô de bebê que deixa uma mancha marrom-claro nas mãos por alguns dias. Essa henna também é distribuída às convidadas depois do ritual, e é símbolo de boa sorte e prosperidade. Depois de colocada a henna nas mãos é colocado uma espécie de saquinho de renda vermelha em cada mão, para proteger a henna. Nesse momento chega o noivo, pega a noiva no colo e sai correndo com ela! Neste casamento que assisti, o casal era muito divertido, então o tempo todo eles estavam fazendo coisas engraçadas, como nesse momento de pegar a noiva no colo – o noivo ficou fazendo cara de “sou super forte”/segurando seu troféu de vencedor. Depois disso, depois de um tempinho a festa acaba e todo mundo volta pra casa (por volta da 1h da manhã)


No segundo dia, a tradição começa à tarde. Todos os amigos e familiares pegam seus carros, vão até a casa do noivo, buscam o noivo e seus pais, e vão até a casa da noiva, buzinando e fazendo festa pela cidade toda. Os carros participantes do evento são sinalizados por uma toalha branca amarrada no retrovisor do motorista, e, à frente de todo os carros, uma caminhonete com fotógrafos e músicos acompanha todo o percurso. Quando chegam na casa na noiva, todo mundo sai dos carros e espera o noivo ir até a casa da noiva, buscá-la e sair com ela para o lado de fora, onde eles dançam ao som dos músicos e palmas dos amigos. A noiva, nesse dia, usa vestido de noiva branco, normal, como o nosso do Brasil.
Depois disso, todos entram no carro de novo e vão passeando pela cidade até um outro lugar (meio aleatório pra mim, era tipo um posto de gasolina no meio da estrada), onde saem do carro e assistem à dança dos noivos – ou dançam junto - de novo. Finalmente, todo mundo vai pra casa do noivo, dançam uma última vez, os pais dos noivos jogam um saquinho com sementes, quebram um vaso cheio de balinhas, “simpatia” para fertilidade, e o noivo leva a noiva para sua casa.




À noite, tem festa de novo, e, ao fim da festa, começa a zoeira sem limites (hihi). Os amigos começam a fazer brincadeirinhas com o noivo, falando “é hojeee”, “a gente sabe, a gente sabee!”, ou cantando algum grito de guerra de faculdade que fala alguma coisa do tipo “ tô quase lá, vamos lá”. Isso porque, obviamente, depois da festa os noivos finalmente morderão a maçã do pecado pela primeira vez na vida, já que antes do casamento é proibido e a maioria das pessoas aqui seguem o ensinamento à risca nesse quesito.

Finalmente os noivos vão de carro até sua nova casa, acompanhados uma última vez pelos amigos, e na porta de casa, os amigos homens fazem um “túnel da morte” pro noivo entrar, 
dando socos nas costas dele para dar força e parabenizar pelo que está por vir.


Os noivos sobem, vão até o quarto e… enfim. O esquisito é que todos os amigos acompanham os noivos até o ultimo segundo possível e quando vão embora sabem exatamente o que está acontecendo, o que aumenta muito o nervosismo dos noivos. Ouvi dizer que o número de tentativas falhas na primeira vez aqui é particularmente maior devido à toda a situação.






Tenho amigos turcos que dizem que depois do casamento pode (quase) tudo, então posições novas, submissão e fetiches são permitidos, apesar de o pessoal turco não ser tão criativo assim. O que não pode mesmo é adicionar um terceiro elemento ao jogo, já que seria considerado adultério, mesmo se os dois estiverem de acordo. Maaas, por outro lado, tenho outros amigos turcos que são bem reservados, e consideram o sexo permitido só e unicamente para reprodução. E aí toda a discussão de camisinha, aborto e gravidez na juventude se aplica aqui também. E se o negócio não der certo, infelizmente divórcio não é muito bem visto, principalmente por algumas senhoras donas de casa que ficam na varanda bisbilhotando a vida alheia e falando mal da vizinhança (o que é bem engraçado de ver, haha), então muitos casais vivem a vida toda juntos e infelizes por medo.




Mas no geral todo mundo vive bem! Muito amor, companheirismo e família unida são coisas que estou conhecendo melhor aqui na Turquia, já que às vezes essas três coisas juntas são difíceis de encontrar no Brasil. Então, se quiser tudo isso já sabe um lugar no mundo que com certeza vai encontrar!

E vou ficando por aqui essa semana, até logo! Beijos ;)



Por: Bárbara Bittencourt Kaneko
De: Babaeski - Turquia
Email: barbara.kaneko@aiesec.net

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