14 de setembro de 2013

Crônicaria de bolso #3 - 'I had a dream'

(Ilustração: Cagle/Taylor Jones)

Em meio a tantos conflitos que vêm ocorrendo no mundo, o presidente dos EUA pretende meter, novamente, o ‘bedelho’ onde não foi chamado. Mesmo sem o apoio popular e do Congresso de seu Estado, Barack Obama se une ao presidente da França, François Hollande, e aciona seu exército, enviando tropas para a Síria, objetivando exterminar o governo do ditador Bashar al-Assad.
Noite e dia a pobre Síria é bombardeada, tanto pelos aliados à população, quanto pelo próprio estado sírio. Milhares de famílias são devastadas, muitas mortes, catástrofes, pessoas desaparecidas... O país estava aos pedaços, assim como o próprio ditador do Estado. Não havia mais esperanças para aquele governo repressor.
Os presidentes da França e dos EUA, que num encontro na Casa Branca riam e festejavam, concluíram que a ocasião merecia a degustação dos melhores champagnes franceses para comemorar a vitória contra al-Assad.
O mundo estava em festa, até que Obama recebe uma infeliz ligação que interrompe sua comemoração. Naquele momento, todo o sorriso do rosto do presidente desaparece em segundos, o telefone e a taça de champagne escorregam das mãos dele, quase que no mesmo momento, ele corre em direção à janela e descobre que é tarde demais.
A inteligência do exército americano foi invadida e não foi possível impedir a entrada das bombas de al-Assad em Washington. A capital do maior país bélico está sendo bombardeada de todos os lados, bem embaixo do nariz de Obama.
Súbito, Obama acorda gritando e pulando da cama. Michelle, sua esposa, leva um susto com aquela gritaria e também levanta da cama.
Os dois estavam parados um de frente para o outro, cada um de um lado da cama. Obama tinha uma cara assustada, estava ofegante.
- Michelle, eu tive um sonho... Eu tive um sonho. Meu Deus... Foi terrível. – aos poucos foi contornando a cama, indo em direção a sua mulher, pegou nos braços dela e continuou a contar o seu sonho. – Sonhei que eu e o francesinho decidimos que invadiríamos a Síria, mesmo sem o apoio do Estado, e assim o fizemos. Depois de tempos de guerra, aparentávamos ter destruído o governo do al-Assad, e quando estávamos comemorando nossa vitória aqui na Casa Branca, Washington começou a ser bombardeada pela Síria...
Antes que Obama pudesse terminar de contar a agonia que sentiu em seu sonho ao ver seu país sendo bombardeado pelo país de um mísero ditador, Michelle, em tom sério e seguro, o interrompeu. – Obama, de novo? O que nós já conversamos, hein?! Você não vai invadir a Síria, o seu país não te apoia e esse não é o momento de ir contra o entendimento do Congresso. Tire isso da sua cabeça, de uma vez por todas.
- Mas o François disse que...
- François não sabe de nada. Pare de ouvir as baboseiras que aquele homem anda te falando... Alias, me dê seu celular, estou precisando ter uma conversa séria com esse François.
Ao mesmo tempo em que procurava o telefone de François no celular de Obama, Michelle resmungava baixinho. – Ora, onde já se viu... Falou tanto na cabeça do meu marido que até eu não posso dormir agora... Pelo amor de Deus...
- Alô, François? Aqui é a Michelle Obama. Desculpe-me pela inconveniência do horário, mas é urgente. – Começou a andar pelo quarto. – Ligo para avisá-lo que já está decidido, ‘nós’ não vamos invadir a Síria juntamente com o Sr., está entendido? Passar bem.

Desligando o telefone e caminhando, novamente, em direção à cama, Michelle deu a ordem final ao seu marido. – Pronto, Obama, pode voltar a dormir, já está tudo resolvido. Já passei o problema para a frente, agora quem não vai conseguir dormir é a França.

Por: Mariana Cardoso Magalhães
De: Belo Horizonte - MG
Email: m.cardosomagalhaes@gmail.com

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