1 de setembro de 2013

Espetáculo Crônica de um Paraíso Fantástico


Estreou no dia 28 de agosto, no Rio de Janeiro, a curta temporada do espetáculo “Crônica de um Paraíso Fantástico”, de Filipe Codeço e Breno Sanches. A surpreendente história, carregada de influências do expressionismo alemão e estética de Tim Burton, terá mais duas apresentações, dias 04 e 05 de setembro, no Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas.
Foto: Felipe Bachur

“Crônica de um Paraíso Fantástico” narra a história de Batatinha, palhaço criado em laboratório por um cientista para ser o típico palhaço caricato e feliz. No entanto, por algum distúrbio em sua criação, ele é incapaz de se tornar aquilo que seu criador almejava. A partir daí, toda a sua trajetória é marcada por uma busca frustrada de se tornar algo incompatível com sua constituição. Mesmo após o suicídio, num território fantástico do além-morte, essa obsessão o persegue.

Foto: Felipe Bachur

O espetáculo mergulha esteticamente no expressionismo alemão, carregando no contraste do preto e branco no figurino e cenário. Aprofundando a alusão ao expressionismo alemão, há ainda um curta-metragem projetado no meio do espetáculo, onde é contada a história da criação do Batatinha.
‘É possível encontrar também referências à estética dos filmes de Tim Burton, principalmente no figurino. A base cromática do preto e branco é quebrada apenas pelo vermelho do sangue que jorra bastante ao longo do espetáculo’, destaca o ator e idealizador do projeto Filipe Codeço.

A trilha musical também sofre influência direta da apoteose desequilibrada expressionista. São usados como fundo musical o Réquiem e outras composições de Mozart.  Lula Mattos, músico da Orquestra Voadora e do Baile Convulsão, é o responsável pelos arranjos das músicas na trilha sonora, que conta inclusive com uma criação musical de Antonin Artaud, teatrólogo francês autor de “O Teatro e o seu Duplo”.
Foto: Felipe Bachur

"Crônica de um Paraíso Fantástico" foi gerado a partir do número ‘Batatinha é amor’ apresentado por Filipe Codeço para o espetáculo Cabaré Ruim, com direção de Márcio Libar, em 2009, e desde então o ator cultiva o desejo de prosseguir a história desse palhaço que se suicida em cena. Este ano conseguiu a verba necessária para a realização do projeto através de financiamento coletivo via crowdfounding pelo site Catarse, podendo então convidar os atores Tarik Nassaralla e Ana Santiago para dividir o palco, e Breno Sanches para a direção.

Filipe Codeço
Inicia sua carreira no teatro aos 14 anos, em Campos dos Goytacazes, com uma elogiada atuação no espetáculo “Capitães da areia” baseado na obra de Jorge Amado. Em 2003, aos 19 anos,  já no Rio de Janeiro, escreve o espetáculo “Monodialogos Anacoretas”, integrando o projeto "Nova Dramaturgia Brasileira". No ano seguinte, funda o grupo “Cronópios – Investigadores da Poesia do Corpo”, com outros 6 criadores. Com este grupo se mantém, durante dois anos, treinando e investigando uma linguagem situada entre a dança e o teatro.
Foto: Felipe Bachur
Em 2008, participa do "Encontro Internacional de Palhaços - Anjos do Picadeiro 7", da "Festa Internacional de Teatro de Angra dos Reis (FITA)" e conquista o prêmio de melhor ator no "Festival Nacional de Teatro de Rio das Ostras" com o espetáculo "PalhaS.O.S.". Com este mesmo espetáculo participa, em 2009, do Festival Internacional de Teatro Universitário de Monastir, na Tunísia, onde conquista o prêmio de melhor espetáculo. Também em 2009, participa, juntamente com outros 17 selecionados, da residência com o ator e diretor francês François Kahn, discípulo de Jerzy Grotowski, que culmina na montagem do espetáculo "Estudos sobre Filidor". Em 2011 dirige a atriz Letícia Cannavale no espetáculo/instalação “Pós Tudo”, apresentado no café do Teatro Gláucio Gill. Em 2012 cria e atua no espetáculo “Sobre narizes e jalecos”, juntamente com seu grupo Bando de Palhaços, apresentado no Teatro Planetário. Em 2013 se incorpora ao elenco do espetáculo “Trabalhadores do Mar”, baseado na obra de Victor Hugo, dirigido por Diego Molina.


Serviço:
Local: Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas
Endereço: R. Murtinho Nobre, 169 - Santa Teresa/RJ
Dias 28 e 29 de agosto, 4 e 5 de setembro
Quando: quartas e quintas, às 19h30
Duração: 60min
Capacidade do local: 80 lugares
Faixa Etária: 14 anos
Valor do Ingresso: R$ 20,00

Ficha técnica: 
Dramaturgia: Breno Saches e Filipe Codeço • Direção: Breno Sanches • Elenco: Ana Santiago, Filipe Codeço, Tarik Nassaralla e participação especial de Rafael Mannheimer • Figurino: Camila Nhary • Cenografia: Lara Paciello • Iluminação: Pedro Struchiner • Produção: Filipe Codeço • Trilha Sonora: Lula Mattos • Adereços: Tuca • Confecção de Cartonagem: Angela Codeço • Coreografia: Victor Maia • Programação Visual: Fernando Codeço • Videografismo: Lara Paciello e Victor Nogueira • Fotos: Felipe Bachur • Assessoria de comunicação: Lyvia Rodrigues • Realização: Roda Produtiva.


Por: Lyvia Rodrigues e Gustavo Rodrigues
De: Rio de Janeiro - RJ 
Email: gu@revistafriday.com.br

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