#05: Visibilidade Trans

Confira na capa do mês de fevereiro da Revista Friday, uma entrevista sobre os desafios de uma pessoa trans, com a ativista LGBT Rebecka de França.

INTERNET: Mudanças, tecnologia e Google+

Confira algumas mudanças que o google+ realizou para agradar os usuários.

Conexão Canadá: Vancity- The Journey begins

Camila Trama nos conta um pouco de seu intercâmbio em alguns lugares do Canadá.

CINEMA: Sassy Pants

Rebeldia, insatisfação e as paixões fazem parte do cotidiano de todos os adolescentes, confira a resenha do filme Sassy Pants.

VITRINE: O universo feminino de Isadora Almeida

Inspirada por ilustrações de moda, estamparia e coisas que vê por aí, conheça o trabalho da ilustradora mineira Isadora Almeida.

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25 de dezembro de 2013

5 livros mais trocados no amigo-secreto




Jingle Bells, Jingle Bells, acabou o papel!

Hoje é dia de Natal, data em que dividimos emoções. E isso, muitas vezes, vem através do famoso amigo-secreto (ou “amigo-oculto”).

Não adianta se é entre a família, irmãos de consideração, colegas de trabalho e etc; em uma roda de pessoas que trocam presentes entre si, livros sempre surgem.

Então, para comemorar este fim de ano, selecionei cinco obras que foram sucesso de vendas neste final de 2013 e, assim, partilhadas entre risadas, declarações e trocas de farpas...


"O meu amigo-secreto é uma pessoa que eu gosto muito..."

5. Assassinato de Reputações – Um Crime de Estado (Romeu Tuma Junior e Claudio Togloni)

“Assassinato de Reputações” mergulha em investigações políticas, colocando em xeque diversos métodos exercidos durante o governo Lula. Ex-secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, autor do livro, ocupou cargos na Polícia Federal e usa sua experiência investigativa para narrar as ações sindicalistas de Luiz Inácio Lula da Silva, além de explicar o assassinato do prefeito Celso Daniel e analisar órgãos de segurança de nosso país, como a própria Polícia e a ABIN. 

Destaque para os grampos telefônicos no STF, como ocorrem os tratamentos com empresários que causam algum tipo de incômodo ao governo e qual o papel de operações midiáticas envolvidas em segundas intenções.

Bela opção de presente, já que é um registro rico em detalhes e arquivos para desvendar as relações de poder em nosso Brasil. 


4. Inferno (Dan Brown)

Para quem gosta de mistérios, Dan Brown é tiro certeiro na escolha do que dar ao seu amigo-secreto.

Enfim... O autor retornou com mais um livro que tem sido sucesso de vendas, assim como “O Código da Vinci”, “Anjos e Demônios” e “Símbolo Perdido”.
Em “Inferno”, o já conhecido – por quem aprecia as obras de Brown – professor de simbologia, Robert Langdon, invade o mundo inferior retratado em “A Divina Comédia”, de Dante Alighieri. Um local dominado por almas perdidas entre a vida e a morte, chamadas de “sombras”. Assim, o protagonista se vê diante do inferno, em uma busca de personagens que pode – ou não – confiar para que o mundo que conhecemos não seja rompido.

(Até fiz um post sobre “Inferno” antes de seu lançamento. Se quiser dar uma olhadinha,  clique aqui.)

3. Fim (Fernanda Torres)

Não, é isso mesmo. A famosa atriz que nos arranca risadas na televisão, cinema e teatro tem agora seu livro. E ele está “bombando” nas livrarias e correndo em mãos como presente de amigo-oculto.

O romance “Fim” relata a trajetória de cinco amigos cariocas. Juntos, eles relembram passagens marcantes de suas vidas, como festas, manias, arrependimentos, casamentos, separações, alegrias e tristezas.


Vamos aos protagonistas. Álvaro é um cara solitário, não suporta a ex-mulher e passa boa parte de seu tempo com visitas médicas – que não parecem resolver seus problemas... Já Silvio (maoe!) não larga os vícios em drogas e sexo nem na velhice! O praiano Ribeiro tem uma vida sexual marcada pelo remediozinho azul, o Viagra, enquanto Neto é visto como “careta da turma”, por ser o marido fiel. E o Don Juan da galera, conhecido com o nome de Ciro, tem a morte declarada nas primeiras páginas do livro devido ao câncer.

Personagens distintos, partes semelhantes: vidas marcadas por mulheres paranoicas, sedutoras, conformadas, desencanadas, apaixonadas. Em “Fim”, Fernanda Torres marca histórias com melancolia, vocação religiosa, risos, graça, sexo, sol e praia!

2. Destrua Este Diário (Keri Smith)

Ok, até eu ganhei este livro de amigo-secreto entre os amigos da faculdade. E eu adorei! 

Abandone a ideia de que o diário serve para você anotar seu dia, memórias e o blá-blá-blá do que acontece em sua rotina. A canadense Keri Smith te convida a levar uma vida mais ousada a partir do livro.

O nome “Destrua Este Diário” faz jus à obra. O livro é um convite a rasgar páginas, rabiscá-las, manchá-las. Não há uma ordem certa para preenchê-lo. Abra em uma página qualquer e tente realizar o que se pede. Desde anotar algo que te faz feliz, mastigar uma das folhas e colar insetos na página até a ir com o objeto de papel ao banho e tacá-lo do alto.

As ideias parecem loucas no primeiro momento. “Cara, vou ter de realmente destruir este diário!”, pensei ao arrancar o plástico que o envolvia. Mas é o livro perfeito para pessoas que, como eu, visam o perfeccionismo. Presente ideal para largar a monotonia e ir além do que você mesmo achou ser capaz. 

Às ordens, querido diário!
1. Qualquer livro do John Green

O título não é irônico, não. O autor é sucesso de vendas para presentes de amigo-secreto! Não sabe o que comprar? Dê um livro do John Green. Pronto. Seu amigo-colega-parente-namorada-vizinho-peguete-papagaio ficará feliz. E o vendedor da livraria também, certeza.

Palmas para o autor de obras para “jovens adultos” que parece não abandonar as prateleiras tão cedo. John Green estourou com vídeos na internet e hoje escreve livros que são sucesso de venda.

“O Teorema de Katherine”, “Quem é Você, Alasca?”, “Will e Will – Um Nome, Um Destino”, “Deixe a Neve Cair”, “Cidades de Papel” e “A Culpa é das Estrelas” (eita, quantos!) estão arrasando em vendas. 

Para não ser muito ampla, darei destaque especial ao livro que mais vi por aí seguido da frase “Amei o presente!”: “A Culpa é das Estrelas”. A obra percorre a trajetória de uma paciente terminal, Hazel. E, como a maioria das obras de Green, há um toque de amor na trama: a partir do momento em que Hezel conhece Augustus, um belo garoto que aparece no Grupo de Apoio a Crianças com Câncer.

E ah, ponto positivo para o último capítulo da história de Hezel, escrito no momento de seu diagnóstico. Livro emocionante e belo.


Boas festas, meu povo! E que este espírito de solidariedade, paz e renovação estejam presentes com vocês em todo o ano de 2014!

Por: Tatiane Gonsales
De: São Paulo - SP

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11 de dezembro de 2013

Mas quem é mesmo Caio F. Abreu?



Neste post, deixarei de lado as resenhas de livros, opiniões sobre os mesmos ou dicas de lançamentos que você deveria mergulhar e se deliciar.

Retratarei aqui uma cena da qual presenciei – e até tornei-me personagem.

Certa tarde fria, em plena Avenida Paulista, adentrei uma livraria. A famosa Livraria Cultura que encanta os leitores de plantão no coração da cidade de São Paulo.

Em meio a livros folheados, não pude deixar de ouvir uma conversa entre duas jovens. 

- Ai. – disse a adolescente loira de aparentes 13 anos – Será que aqui tem algum livro de frases daquele Caio-Efe-ponto-Abreu?

- Aaaaaaai! – um gritinho do tipo “você está falando do meu ídolo gatinho” saiu da boca da outra menina, de idade similar, morena com os cabelos longos presos em um rabo-de-cavalo torto – Ele é um fofo, né?

- Tem várias páginas dele no Facebook. Não sei se há uma verdadeira, mas o que importa, tipo, é que ele é tão romântico! Eu me identifico demais com as palavras dele. Tipo, são lindas. É como se eu tivesse escrito para mostrar todas as minhas dores com meus ex-namorados...

- É demais, né, amiga? Ele devia ser tão apaixonado por sua mulher.

Espera aí. Mulheres? Está certo que certas páginas de alguns contos dele dá a entender que ele curtisse pessoas do sexo oposto. Mas o verdadeiro Caio Fernando de Abreu era conhecido por sua homossexualidade. Sua atração por homens. Homens.

Fiz questão de cutucá-las para ver até em que ponto conheciam o Caio, ícone famoso das redes sociais. O livro em minhas mãos foi colocado de volta à prateleira e recolhi “Morangos Mofados”, do autor que discutimos neste relato. Abri em uma página aleatória e não demorou muito para que as amigas-fãs-de-Caio-Efe-Abreu percebessem.

- Nossa, moça! Você curte o Caio Abreu também? – perguntou-me a loira.

- Marcante à nossa literatura, não acha? – respondi com outra questão.

- Ele bomba no Facebook, Tumblr e Twitter. Adoro as frases dele! – indagou a menina de cabelos morenos. – O que você está lendo?

- “Natureza Viva”, um trecho deste livro, “Morangos Mofados”. Quer ouvir? – perguntei.

- Claro!


Preparei-me e fui.

- “Desejarás desvendar palmo a palmo esse corpo que há tanto tempo supões, até que as palmas famintas de tuas mãos tenham percorrido todos os caminhos, até que tua língua tenha rompido todas as barreiras do medo e do nojo, tua boca voraz tenha bebido todos os líquidos, tuas narinas sugado todos os cheiros e, alquímico, os tenha transmutado num só, o teu e o dele, juntos - luz apagada, peças brancas de roupa cintilando, jogadas ao chão. Desejá-lo assim, a esse outro tão íntimo que às vezes julgas desnecessário dizer alguma coisa...”.

(Ufa, achei o trecho na internet.)

Antes de acabar, fui interrompida.

- Nossa, mas que selvagem. Isso é Caio Abreu mesmo? – questionou a loira.

Mostrei o nome no livro. 

- Estranho! E “desejá-lo”? De quem ele está falando? Suas frases parecem tão românticas na internet e aqui, tão... estranhas! Sei lá, tipo, não parece ele. Ele parecia tão meigo. Sei lá. – falou a colega.

Apenas estiquei meus braços. A morena pegou o livro e o observava como se fosse um quebra-cabeça indecifrável... Depois de uns instantes, ela repôs o livro no lugar em que foi tirado: na prateleira.

- Não quero ler isso. Ele parece tão rude! Prefiro ficar com o Caio Abreu que conheço.

Rude. Há tempos não ouvia esta palavra. 

As garotas se afastaram. Pareciam ter nojo da verdade que tentei revelar por trás do que sabiam de um – talvez falso ou parcial – Caio Fernando de Abreu.

Foram embora. Não quiseram descobrir nada além do que sabiam. O cara das redes sociais era legal. Mas o autor de livros era "rude".

Acho que o verdadeiro Caio se remexeu no caixão.

Por: Tatiane Gonsales
De: São Paulo - SP
Email:tatiane@revistafriday.com.br

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16 de outubro de 2013

Freud tem uma amante: desvende os encontros do psicanalista e sua cunhada



Cerca de 70 anos de burburinhos aqui e ali. Boatos rondaram estas últimas sete décadas sobre o romance de Sigmund Freud e Minna Bernays. Teria mesmo o pai da psicanálise um envolvimento com sua cunhada?

A fonte mais confiável foi Carl Jung, psiquiatra que disse ao mundo que a mocinha lhe contou sobre os encontros amorosos em 1957.

Em 1972, a filha mais nova do mestre, Anna Freud, doou a uma biblioteca dos EUA cartas pessoais do pai que não deveriam ser abertas à exposição pública. Mas as cartas tinham um vazio... Numeradas em ordem cronológica conforme as datas escritas, não existia um registro sequer entre 1885 e 1900, período em que começam a supor que a relação extraconjugal teria acontecido. 

Freud e sua espoca, Martha. Coitada... Cof cof.

Eis que em 2006, somente há sete anos atrás, um sociólogo alemão e espertinho encontrou um livro de registros de hóspedes em um motel na Suíça. E quem estava lá? Pois bem, Freud e sua amante, em 1898.

De Viena para Londres, a família do psicanalista se mudou em 1938 em uma fuga de ocupação nazista. Um ano depois, Sigmund Freud falece devido a um câncer na garganta. Dizem que com a “morte de seu amor”, Minna Bernays permaneceu isolada em seu quarto e em alguns meses após o ocorrido, morreu devido a uma insuficiência cardíaca...

Assim, “A Amante de Freud” mescla o real e o imaginário de Minna Bernays dividida entre o carinho por sua irmã e a paixão pelo cunhado. As autoras Jennifer Kaufman e Karen Mack reconstroem, juntas, os anos de relacionamento entre Freud e Bernays, mostrando a batalha do estudioso com suas teorias sobre a sexualidade e sua infelicidade no casamento.



A Amante de Freud
Autoras: Jennifer Kaufman e Karen Mack
Editora: Casa da Palavra
Páginas: 336
Preço: R$ 40





Por: Tatiane Gonsales
De: São Paulo - SP

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2 de outubro de 2013

A reviravolta de “O caçador de pipas”?

"Dizem que a gente deve encontrar um propósito na vida e viver este propósito.
Mas, às vezes, só depois de termos vivido reconhecemos que a vida teve um propósito,
e talvez um que nunca se teve em mente."

Lá vem o médico e afegão Khaled Hosseini com mais uma obra. Depois do sucesso em vendas com “O Caçador de Pipas” (que até virou filme e já tem cerca de 10 anos de vida) e “A cidade do sol”, era difícil acreditar que algo atingiria o mesmo patamar em prender o leitor em uma história fantástica.

Mas “O Silêncio das Montanhas” está na lista dos livros mais vendidos atualmente e é capaz de desbancar as duas obras anteriores. Apresenta um estilo melodramático capaz de conduzir nossas mentes nas palavras.

Com fortes raízes da cultura indiana, o terceiro romance de Khaled começa com uma fábula contada pelo pai das irmãs Pari e Abdullah. Estas dão estrutura à narrativa, que se constrói a partir da separação entre elas. 

Cabul, no Afeganistão, é palco do desenrolar do enredo marcado pela trajetória de indivíduos que abandonaram seus países de origem e se viram inseridos em outras nações, outras culturas. A nostalgia é tomada na obra como um sentimento presente em cada página.

Um amor entre funcionária e patrão. Uma poeta, filha de afegão com uma francesa. Dois primos que vivem na América após a fuga do Afeganistão. Um rapaz que descobre que o pai está perdido no universo do crime. Um médico grego que surpreende. E das irmãs, Parwana e Masooma, que podem destruir toda a história de todos estes citados. 

Avança, retrocede, avança, retrocede. “O silêncio das montanhas” brinca com o tempo e voa entre 1949 e 2010 com saltos. Os nove capítulos do livro, traçados pelos personagens, se entrelaçam e fazem o leitor viajar entre Afeganistão, Estados Unidos, Grécia e França.
E, claro, se emocionar.




O Silêncio das Montanhas
Autor: Khaled Hosseini
Editora: GloboLivros
Páginas: 352
Ano: 2013





Por: Tatiane Gonsales
De: São Paulo - SP
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7 de agosto de 2013

Abandone o que aprendeu nas aulas de história com um guia politicamente incorreto


Você sabia que a exploração infantil em fábricas inglesas era rara? O que você conhece sobre o sexo na Idade Média? Como assim a colonização do Brasil veio de índios que matavam a si mesmos?

O que você pensaria se descobrisse que tudo o que aprendeu nas aulas de História não são bem verdade? Abandone os livros didáticos e mergulhe na realidade fora do tradicional com o “Guia Politicamente Incorreto da História do Mundo”.

A obra chegou às livrarias no dia 1º deste mês e completa as provocações do jornalista Leandro Narloch, que teve seu nome em ranking de vendas no País com “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil” e o “Guia Politicamente Incorreto da América Latina”.



Narloch dedicou dois anos para reunir o máximo de referências para somente arriscar em fatos que de fato não são exatamente como aprendemos na escola. O guia não conta passo por passo do que ocorreu em nosso planeta, mas sim apresenta assuntos polêmicos que levam a todos a abrirem suas mentes para outras visões de mundo.

Um dos destaques desta nova obra é que o jornalista instiga nossos deputados em uma área dedicada ao fascismo. O que os assuntos têm a ver? Bem, Leandro foi além e realizou uma pesquisa na Câmara com frases do ex-ditador Mussolini. Sem saber a autoria das frases expostas, os políticos tinham de afirmar se concordavam ou não com estas.

A editora LeYa, responsável pela distribuição do “Guia Politicamente Incorreto da História do Mundo” disponibilizou o primeiro capítulo para nossa alegria! Cuidado para sua cabeça não entrar em parafuso, hein?


Guia Politicamente Incorreto da História do Mundo
Autor: Leandro Narloch
Editora: LeYa
Ano: 2013
Número de páginas: 320
Preço sugerido: R$ 31,90 (Saraiva)






Por: Tatiane Gonsales
De: São Paulo - SP

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10 de julho de 2013

Um livro para comemorar o Dia do Rock, bebê!



Dia 13 de julho é o Dia Mundial do Rock. E se você acha que é um(a) grande cult deste universo musical, prepare-se para descobrir que o rock é muito mais do você conhece com “O Pequeno Livro do Rock”, de Hervé Bourhis.

Deparei-me com esta obra em minha primeira ida à Livraria Nove.Sete com os amigos, um espaço de livros infanto-juvenis incrível que tem aqui em São Paulo (e, para melhorar, ao lado da minha faculdade, no bairro Vila Mariana). Por estar em um local cheio de bonecos de papel machê, poesias e lugares para contos de fadas, veio à minha mente de que o livro seria voltado a crianças. Engano meu.



“O Pequeno Livro do Rock” é uma enciclopédia em quadrinhos que traçam uma linha cronológica da música. Apreciar suas páginas em preto e branco em um livro com formato de LP é desafiar-se a acertar artistas, estilos e anos – isso vale para todos que, assim como eu, são fãs do gênero.

Não há uma leitura linear e isso é um ponto positivo, sim. Isso porque Bourhis é capaz de apanhar praticamente todos os pontos importantes do Rock desde 1915 até 2009. Então com certeza você encontrará sua banda favorita aí, pois o livro te leva a uma viagem musical pelo Soul, Reggae, Hip Hop, Rockabilly, Pop, Punk Rock e até mesmo o tropicalismo brasileiro surge.

Então para se afundar nesta leitura nada de rotular algum estilo como “isso não é rock”. Algumas notas geram polêmica para sua mente, mas... Jogue-se nos quadrinhos, nas capas de CDs icônicas e descubra curiosidades sobre o mundo dos rockeiros. Há desde notas autobiográficas até as histórias de Bob Marley como vendedor de bijouterias e o primeiro encontro de John Lennon e Paul McCartney em uma igreja.




Outra característica fascinante do livro são as Batalhas Musicais, apresentadas em páginas duplas! Hervé seleciona duas bandas ou artistas de certo estilo e compara seus discos. Isso ocorre, por exemplo, com Michael Jackson vs. Prince, Nirvana vs. Pixies, David Bowie vs. Lou Reed. Você poderá ficar intrigado (a) com algumas comparações e acredito que esta seja uma intenção proposital do autor: revoltar-te.

Eu convido você, caro leitor/leitora, a entrar de cabeça nesta aula de história do rock. E se está embalado (a) no ritmo de preguiça das férias, basta “ouvir o livro”: nas páginas finais, “O Pequeno Livro do Rock” reúne uma imensa lista de hits icônicos do rock.



O Pequeno Livro do Rock
Autor: Hervé Bourhis
Editora: Conrad
Ano: 2010
Páginas: 224
Preço sugerido: R$ 39,20 (Fnac)

Por: Tatiane Gonsales
De: São Paulo - SP

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27 de junho de 2013

Sexo, drogas e... Um gato?



Não, não é “rock’n’roll”. É um gato mesmo. Daqueles que miam, ronronam e são felpudos. 

Londres é o pano de fundo para uma história verídica. Indivíduos trafegando de um lado a outro parecem lotar as calçadas com seus passos apressados. Em meio à multidão e à luta contra o tique-taque do relógio, um gato laranja que parece sorrir. Não importa o barulho à sua volta, o felino esboçava uma expressão um pouco torta que se assemelhava a um sorriso.

Ao lado do gato, está seu dono, James Bowen. Músicas do Oasis são tocadas em seu violão e quando o repertório se encerra, ele se abaixa para o pequeno Bob e pede para que ele cumprimente o público. O gato mexe os bigodes, estende a pata para James.

Assim se inicia “Um Gato de Rua Chamado Bob”, de James Bowen. Antes de se chamar Bob, o gato foi encontrado pelo autor doente e maltratado, bem em frente à sua casa, e de lá nunca mais saiu. Era estranho o gato nunca ir embora; então James decidiu dedicar seu tempo para cuidar do animalzinho.

Mas não para aí. O gato foi a saída que James encontrou para se ver livre das... Drogas. Isso mesmo, o músico de rua deixou de lado a heroína graças a um gatinho, gatinho este que o acompanha sempre de cachecol e em silêncio dentro da caixa de guitarra.

"Era como se ele soubesse o que eu estava sentindo. Algumas vezes enquanto eu cochilava, ele se aproximava de mim e colocava o rosto perto do meu, como se dissesse: 'Tudo bem aí, companheiro? Estou bem aqui se precisar de mim'”.

James Bowen teve uma dura infância. Seus pais se separaram, sua mãe o deixava sozinho para trabalhar e depois dava mais atenção ao seu padrasto do que a ele. James sofria bullying na escola. Tudo isso culminou em um adolescente rebelde e viciado em drogas.

Ao receber alta da clínica de reabilitação, James alugou um pequeno e precário apartamento e com auxílio do governo passou a procurar um emprego. Sua vida profissional não saia como ele queria, afinal, ser supervisionado e ainda estar em tratamento dificultava as coisas. Assim, ele pegou seu violão e decidiu tocar na rua em troca de algumas moedas. O que conseguia não era grande coisa, mas ele conseguia sobreviver.

Com tantos olhares do público e sucesso em vendas do livro, o universo cinematográfico já se fixou na história e comprou direitos de adaptação de imagem para levar a histórias às telonas.

James diz que não se cansa de compartilhar sua história pois quer tocar as pessoas assim como foi tocado. E a lição de vida que ele dá é a de que todos devem estar atentos aos “seres invisíveis” espalhados pela cidade. Por muitas vezes lidamos com situações que passam despercebidas a olho nu e são estes simples detalhes que podem alterar nossa vida para melhor, mesmo com um gatinho. É comovente quando o escritor diz que Bob fez a capa de invisibilidade que o cercava cair e, a partir daí, as pessoas começaram a sorrir para ele, a conversar com ele e ele se tornou alguém para o mundo.

Segue abaixo um vídeo de James e Bob:



“Um Gato de Rua Chamado Bob”
Autor: James Bowen
Editora: Novo Conceito
Ano: 2013
Número de páginas: 240
Preço sugerido: R$ 19.90 (Saraiva)





Por: Tatiane Gonsales
De: São Paulo - SP
Email: tatiane@revistafriday.com.br

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12 de junho de 2013

Personagem antissocial salva um enredo despedaçado


Oi, meu povo lindo!

Sei que dei uma sumidinha, mas final de semestre na faculdade, trabalho, Iniciação Científica... Vixe. Peço desculpas por isso.

Enfim, primeiramente, Feliz Dia dos Namorados! Abracem e beijem muito seus amores. E para quem é solteiro, vale a mesma dica.

Aproveitando esta intensidade do amor (haha), vamos abordar de um livro que mexe com as emoções - e até virou filme.



Ao abordar a palavra “Asperger” é possível que perguntem se é de comer. A síndrome é pouco conhecida e não há estudos que comprovem o porquê de alguns indivíduos apresentarem-na em seus jeitos de ser. Trata-se de um nível de autismo marcado por dificuldades em estabelecer relações sociais, tendência em trazer a qualquer conversa seus próprios valores e a não compreensão de sentidos abstratos. Ao falar a um asperger que está “verde de fome”, o mesmo pode encarar seu rosto e dizer que é mentira, uma vez que sua cor de pele não estará esverdeada.

Contudo, a síndrome constantemente é acompanhada de uma extensa memória para dados e datas, além de habilidades superiores em áreas de interesse excêntrico do portador, principalmente lógica, matemática e... Computação. E este é considerado o superpoder de Lisbeth Salander, a hacker protagonista da Trilogia Millenium.

 “Os Homens que Não Amavam as Mulheres”, primeiro livro da série, é capaz de instigar os leitores a viajar com uma personagem tão intrigante. Vista por uns como doente e por outros como antissocial e violenta, seu temperamento forte e aparência chamativa camuflam o talento como investigadora de uma reconhecida empresa de segurança. Seu chefe concede-lhe as mais árduas tarefas, já que sabe que ela é capaz de descobrir segredos ocultos em códigos digitais.

Uma pálida e anoréxica, jovem, com cabelo curto e bagunçado, e de piercings no nariz e na sobrancelha. Tinha uma tatuagem de vespa no pescoço, uma tatuagem de laço em volta do bíceps do braço esquerdo e outro no seu tornozelo esquerdo. Quando usava camiseta regata era possível ver parte de sua tatuagem de dragão pelo ombro esquerdo”. Assim é a primeira aparição da moça – que marca até a bela capa do livro em que há o desenho de um dragão em laranja queimando e também a versão em inglês da obra, intitulada de “The Girl with the Dragon Tattoo”.

Alvo de preconceitos e atos violentos por conta do modo de se trajar e comportar, a personagem-chave tenta despertar o medo naqueles que a cercam como fonte para impor respeito. Em meio a ataques com sprays de pimenta, golpes de boxe e pistolas elétricas, Lisbeth Salander acha-se preparada para toda e qualquer situação. Ao longo da trama percebe que não é capaz de administrar todos os fenômenos à sua volta, o que desperta o foco do leitor para saber como a personagem lidará com situações que fogem de suas mãos



Início feito para bocejos

Stieg Larsson inspira-se em Pippi Meialonga, personagem que dá título à série de livros infanto-juvenis da autora sueca Astrid Lindgren, para moldar Lisbeth. A construção da protagonista que mescla inocência infantil com dificuldades de ser adulta faz com que o livro tenha um ritmo parado e cansativo até sua aparição. O outro personagem-protagonista da série, Mikael Blomkvist, apresentado desde as primeiras das mais de 500 páginas do livro, é entediante até o momento em que seu enredo é amarrado com a da poderosa hacker.

O livro intercala a vida de Mikael e Lisbeth. Em grande parte, seus dramas são abordados de forma separada. Ele, editor-chefe da revista Millennium – que dá nome à trilogia de Larsson -, veículo que desmascara escândalos relacionados a finanças. Ela, uma moça de aparência punk e com problemas relacionados à tutela e que prepara um dossiê sobre a vida de Blomkvist a um dos clientes da empresa que atua.

A obra abre-se em um prólogo sobre um senhor que recebe quadros com plantas secas em seus aniversários porém, não se sabe o remetente. A trama então já forma um ponto de interrogação na mente dos leitores. Se havia o pressuposto de que logo tal questionamento seria respondido, estávamos enganados. “Os Homens que Não Amavam as Mulheres” preocupa-se em detalhar minuciosamente as peculiaridades de cada personagem apresentado. O desfecho do prólogo – aliás, de todo o enredo em si – compõem pouco espaço do livro e apenas suas páginas finais.

Pós-prólogo, segue a narrativa com Mikael Blomkvist sendo declarado culpado no caso de difamação de Hans-Erik Wenneström, importante personalidade sueca. O texto se prende em abordar passo a passo do afastamento de Mikael pela revista e retoma conversas passadas do jornalista. É um vai-e-vem de presente e pretérito que chega a fazer com que a leitura por muitas vezes mereça uma pausa para bocejos.



Quebra de enredo

Complicada a situação em definir “Os Homens que não Amavam as Mulheres” como uma história. É mais correto denominá-lo como trama. A obra mistura diferentes situações que, quando combinadas, culminam na evolução de fatos sobre mulheres violentadas sexualmente na Suécia. Isso não é perceptível de início, mas cada ponte estabelecida textualmente mostra uma ligação com abusos no país.

Uma das passagens que marcam pulos narrativos da trama é que, após demonstrar todo o caso de Blomkvist e os processos dos quais é acusado, eis que ele é convocado por Henrik Vanger, patriarca de um clã e industrial aposentado, para averiguar o desaparecimento de sua sobrinha que ocorreu há 36 anos. Com a desconfiança de que alguém de sua família a assassinou, o jornalista deverá escrever sua biografia, o que dá a desculpa ideal para entrevistar demais parentes. A partir deste caso, a obra passa a obter um ritmo de leitura mais dinâmico.

A falha fica por conta da execução narrativa. Como autor, Stieg Larsson investe em laudas e mais laudas para debater o dilema moral de Blomkvist ao início do livro. Não deixa de ser um aspecto original ao não dar continuidade ao prólogo logo de cara, mas a quebra do clímax presenciado no prólogo é frustante, causando desinteresse pelo personagem apresentado depois – Blomkvist. 

Parece que Larsson inicia um novo rascunho da obra e a trama segue a um novo enredo, relacionado com a investigação do crime da família Vanger. Perde-se a linha de raciocínio. Não se encontra correlações entre o prólogo, as acusações judiciais do caso Wenneström contra o jornalista e a menina que evaporou do mapa há quase quatro décadas – esta última abordagem ganha dois epílogos em meio ao livro, o que deixa as ligações da trama ainda mais confusas.

Somente quando próximo às páginas finais do livro o casal protagonista – Mikael e Lisbeth - se une para desvendar o estranho sumiço de Harriet Vanger juntos. Com isso o leitor compreende que as histórias têm nexo entre si nos 45 minutos do segundo tempo de jogo literário.

A grande família

Recheado de dados, “Os Homens que não Amavam as Mulheres” apresenta a família Vanger com parentes numerosos, cada qual com suas peculiaridades. Isso exige que o leitor volte constantemente para a página que apresenta uma árvore genealógica para relembrar quem é filho de quem e qual a relação entre os personagens. São tantos nomes a decorar que seria necessário abordar todos os níveis de parentesco de cada novo membro apresentado.

Os Vangers constituem uma história de conteúdo pesado, retratando variadas formas de opressão às mulheres. Os dados reais apontados pelo autor sobre este tipo de violência na Suécia são chocantes. Isso causa o questionamento da trama relatada no decorrer do livro ter possibilidades de ser real. É assustador, mas fascinante por nos levar aos costumes e circuito de verdades no país.



O silêncio final

Stieg Larsson lança em “O Homem que não Amava as Mulheres” um furacão ao leitor logo no início da leitura. É preciso encontrar a ordem dos fatores diante ao caos de informações repassadas e que não parecem ter ligações. Só que é exatamente neste fator que se constrói um ponto positivo à obra: o incrível final, capaz de alinhar todas as ideias avoadas até então.

Ao terminar o livro, o leitor imerge no silêncio enquanto processa toda a trama em sua cabeça. O interessante não é a construção do enredo em si, mas o modo como a violência contra as mulheres é abordada em uma linguagem nua e crua.

O romance policial enche-se de investigações que se desconectam e depois formam um elo. Apesar da taxa de leitura tornar-se lenta no início da narrativa, ao final dela é improvável não formular hipóteses sobre o que ocorreu com a desaparecida Harriet Vanger. Aquela famosa fórmula de “quem matou?” sempre dá certo. 

Mas o livro torna-se recomendável permitir ao leitor se deliciar com as peculiaridades dos personagens, principalmente de Lisbeth Salander, protagonista pela qual se cria uma empatia desde seus primeiros traços retratados.

Autor

A trilogia Millenium foi escrita pelo sueco Stieg Larsson antes mesmo de ser lançada. O escritor faleceu em 2004, aos 50 anos, vítima de um ataque cardíaco. Os livros foram disponibilizados na Suécia entre 2005 e 2009, alcançando mais de 60 milhões de cópias vendidas em 50 países.

“Os Homens que Não Amavam as Mulheres” transformou-se em longa-metragem na Suécia e logo foi readaptado em Hollywood, com o ator Daniel Craig (atual James Bond no filme “007”) no papel do protagonista.

Stieg Larsson trabalhou na agência de notícias TT e é coautor de “Extremhögern”, livro sobre a extrema direita sueca, e teve forte atuação na luta por direitos humanos, o que fez com que sua carreira profissional fosse marcada por diversas ameaças de morte.

Por ser jornalista e fundar uma revista que denuncia organizações neofascistas e racistas – chamada Expo -, críticos abordam que o personagem Mikael Blomkvist seria o alterego de Larsson. Será?


OS HOMENS QUE NÃO AMAVAM AS MULHERES
Autor: Stieg Larsson
Editora: Companhia das Letras:
Ano: 2005
Páginas: 524
R$ 28,30 (Livraria Saraiva)






Para quem ficou curioso, confere aí o trailer da versão cinematográfica:








Por: Tatiane Gonsales
De: São Paulo - SP
Email: tatiane@revistafriday.com.br

17 de abril de 2013

Poesia brasileira faz “50 Tons de Cinza” pastar



Enganam-se aqueles que levam consigo a velha ideia do mercado editorial de que “a poesia não vende”. Pois poesia vende e vende muito! 

Cerca de 600 poemas distribuídos em 424 páginas assumiram o ranking de vendas no Brasil pelo livro “Toda Poesia”. A obra reúne todas as poesias já publicadas pelo curitibano Paulo Leminski (1944-1989), que infelizmente não pôde prestigiar o momento em que seu trabalho contraria o dilema descrito no primeiro parágrafo.

Leminski é reconhecido por traçar a cultura oriental em seu texto abrasileirado. Isso é visivelmente apresentado quando aborda a paixão pelo judô – ele era faixa preta! - e nos pequenos poemas de três linhas, comum no Japão.

Após um ano no topo, a liderança mantida pela trilogia da britânica E. L. James  - já comentei das paródias feitas com tal trilogia aqui - com “50 Tons de Cinza”, “50 Tons de Liberdade” e “Cinquenta Tons Mais Escuros” foi quebrada pela poesia brasileira. Já diria nosso povo: “AQUI É BRASIL!”. E olha que esta poesia não está tão barata: o livro custa R$ 46 pela Livraria Cultura.

Poesia brasileira vende mesmo sem estar em promoção!

Toda Poesia
Autor: Paulo Leminski
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 424
Preço: R$ 46 (Livraria Cultura)


Por: Tatiane Gonsales
De: São Paulo - SP

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3 de abril de 2013

Lançamento: Decifre o Inferno do enigmático Dan Brown


 

“Os lugares mais sombrios do Inferno
são reservados àqueles que se mantiveram
neutros em tempos de crise moral”. – Dan Brown


Pois bem, estou voltando a dar o ar da graça na Revista Friday!

O ano de 2013 começou com reviravoltas em minha vida e, infelizmente, tive de transformar uma ou outra linha torta em retilínea. E isso me tomou tempo. Porém, como entoa Dinho Ouro Preto, “um dia tudo volta para o seu lugar, um dia vai ficar como devia estar”. (Sim, eu curto Capital Inicial.)

Enfim, vamos à novidade literária.

O enigmático Dan Brown volta com mais uma obra para atormentar leitores. Assim como os sucessos “O Código da Vinci” (2003) – um dos primeiros livros que fiz questão de ter em minha estante de tão envolvente! -, “Símbolo Perdido” (2009) e “Anjos e Demônios” (2000), o escritor norte-americano lança mais um livro aos fascinados por história e códigos: “Inferno”.

Famoso protagonista de algumas das obras de Brown, Robert Langdon* volta a mais um thriller investigativo após quatro anos desde o lançamento do último livro do autor. Em “Inferno”, o professor de simbologia parte à busca de um enigma inspirado na obra de Dante Alighieri. Assim, o título “Inferno” não é por acaso: a trama do livro percorre o mundo inferior retratado no poema “A Divina Comédia”. Este mundo é o espaço dominado pelas “sombras”, almas desencarnadas perdidas entre a vida e a morte.

Um ponto alto do novo romance é a de que todas as referências em literatura, ciência e arte são reais. Esta mescla de ficção e não-ficção está afetando a ansiedade de leitores em mergulhar no “Inferno”.

O título chega no próximo mês (maio) no Canadá e nos EUA. Já no Brasil o lançamento está previsto para o dia 7 de junho. MAS... Não fiquem tristes. Há livrarias onlines que já estão disponibilizando o livro. É só dar pedir uma ajuda ao mestre Google e você encontra!
Para dar o “gostinho de quero mais" aos apaixonados por leitura, aqui vai um trecho do livro.

Um beijo e um cheiro!


Inferno
Autor: Dan Brown
Editora: Arqueiro
Páginas: 464
Preço: R$ 32,90

* Uma curiosidade: você sabia que por vezes Dan Brown homenageia conhecidos com nomes de seus personagens? E este é o caso de Robert Langdon, personagem em referência a John Langdon, artista que elaborou o ambigrama que deu capa ao livro “Anjos e Demônios”.

P R Ó L O G O

Eu sou a Sombra.

Pela cidade atormentada, eu fujo.
Pela eterna desolação, corro para escapar.

Pelas margens do rio Arno, sigo desabalado, ofegante... Viro à esquerda na Via dei Castellani e sigo em direção ao norte, abrigando-me nas sombras da Galleria degli Uffizi.

Mesmo assim eles continuam a me perseguir.

Então, à medida que me caçam com uma determinação implacável, o som de seus passos vai ficando mais alto.

Há anos sou perseguido por eles. Sua persistência me manteve na clandestinidade, forçou-me a viver no purgatório, agindo debaixo da terra qual um monstro ctônico.

Eu sou a Sombra.

Aqui, na superfície, ergo meu olhar para o norte, mas não consigo encontrar um caminho direto para a salvação, pois os montes Apeninos bloqueiam os primeiros raios de sol da alvorada.

Passo atrás do palazzo com sua torre com ameias e seu relógio de um ponteiro só... Em zigue-zague, avanço por entre os comerciantes madrugadores na Piazza Di San Firenze.

Quando falam com suas vozes roucas, sinto seu hálito, que recende a lampredotto e azeitonas assadas. Atravessando em frente ao Bargello, dobro novamente à esquerda em direção à torre da Badia e me jogo com força contra o portão de ferro ao pé da escada.

Aqui, toda e qualquer hesitação deve ser abandonada.

Giro a maçaneta e entro no corredor. Sei que não haverá volta. Instigo minhas pernas pesadas como chumbo a galgarem a escadaria estreita, com seus degraus de mármore esburacados e gastos subindo em espiral rumo ao céu.

As vozes ecoam lá de baixo. Suplicantes.

Eles estão atrás de mim, irredutíveis, cada vez mais perto.

Não entendem o que está por vir... tampouco o que fiz por eles!

Terra ingrata!

Enquanto subo, as visões me vêm com toda a força... os corpos libidinosos se contorcendo sob a chuva de fogo, as almas dos glutões flutuando em excremento, os traidores infames congelados nas garras gélidas de Satanás.

Venço os últimos degraus e chego ao topo cambaleando, à beira da morte; saio para o ar úmido da manhã. Corro até o muro que se ergue à altura da minha cabeça e espio pelas frestas. Lá embaixo estende-se a cidade abençoada que tornei meu santuário contra aqueles que me exilaram.

As vozes me chamam, aproximando-se por trás de mim.

- O que você fez é uma loucura!

Loucura gera loucura.

- Pelo amor de Deus - gritam eles -, diga-nos onde a escondeu!

É exatamente pelo amor de Deus que não direi.

Aqui estou, encurralado, as costas contra a pedra fria. Eles olham no fundo dos meus olhos verdes e límpidos, e seus rostos ficam carregados: sua expressão, antes persuasiva, agora é ameaçadora.

- Você sabe que temos nossos métodos. Podemos forçá-lo a nos contar onde está.

Por isso subi metade do caminho até o Céu.

Sem aviso, eu me viro e ergo os braços, agarrando o parapeito alto com os dedos, içando meu corpo, ajoelhando-me às pressas em cima do muro. Depois me ponho de pé... oscilo à beira do precipício. Seja o meu guia, caro Virgílio, enquanto atravesso o vazio.

Eles disparam à frente, incrédulos, querendo agarrar meus pés, mas temendo que eu perca o equilíbrio e caia. Com um desespero contido, começam a implorar, mas eu já lhes dei as costas. Sei o que devo fazer.

Lá embaixo, a uma distância vertiginosa, telhas vermelhas se espalham como um mar de fogo pelo campo... iluminando a bela terra um dia povoada por gigantes... Giotto, Donatello, Brunelleschi, Michelangelo, Botticelli.

Aproximo os dedos dos pés da beirada.

- Desça! - gritam eles. - Ainda há tempo!

Ó, ignorantes obstinados! Por acaso não conseguem ver o futuro? Não conseguem entender o esplendor da minha criação? Como ela é necessária?

É com prazer que faço este último sacrifício... e com ele extinguirei suas últimas esperanças de encontrar o que buscam.

Vocês jamais conseguirão localizá-la a tempo.

Centenas de metros lá embaixo, a piazza de paralelepípedos me chama como um oásis de serenidade. Como eu gostaria de ter mais tempo... Porém esse é o único bem que nem mesmo minha enorme fortuna pode comprar.

Nestes últimos segundos, baixo os olhos em direção à piazza e vislumbro algo que me deixa perplexo.

Vejo o seu rosto.

Em meio às sombras, você tem os olhos erguidos para mim. Estão pesarosos, mas neles também percebo reverência pelo que fui capaz de fazer.

Você entende que não tenho escolha. Por amor à humanidade, devo proteger minha obra-prima.

Neste exato momento, ela cresce... à espera... fervilhando sob as águas rubras de sangue da lagoa que não reflete as estrelas.

Então tiro meus olhos dos seus e contemplo o horizonte. Muito acima deste mundo oprimido, faço minha última súplica.

Queridíssimo Deus, rogo-lhe que o mundo se lembre do meu nome não como um pecador monstruoso, mas como o salvador glorioso que o Senhor sabe que na verdade sou. Rogo que a humanidade entenda o presente que deixo.

Meu presente é o futuro.

Meu presente é a salvação.

Meu presente é o Inferno.
Com essas palavras, sussurro amém... e dou o último passo para mergulhar no abismo.




Por: Tatiane Gonsales
De: São Paulo - SP
Email: tatiane@hotmail.co.uk
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12 de dezembro de 2012

Lançamento: “O Pesadelo”, o quebra-cabeça que mexe com o terror psicológico


(Cena do filme "O Hipnotista". Foto: Reprodução)

Hey, como vão? Sou a Tatiane Gonsales, uma das mais novas integrantes da Revista Friday! A cada 15 dias deixarei aqui meu registro a respeito de lançamentos, best-sellers ou causarei polêmicas debaterei aspectos a respeito da Literatura.

O mês de dezembro chegou, trazendo as tradicionais festas de final de ano e a famosa brincadeira de amigo-secreto. E nessa troca de presentes, muitos colocam livros na lista de “coisas que eu gostaria de ganhar”. Então aí vai uma boa sugestão para presentear o colega, a namorada, o vizinho e a avó – e, claro, para quem não dispensa uma boa leitura nas férias -: o thriller policial “O Pesadelo”, que chegou às livrarias brasileiras em novembro.

A obra é a continuação do quebra-cabeça de Lars Kepler, o pseudônimo de um casal sueco que conquistou diversos leitores com o livro “O Hipnotista” e sua trama desenvolvida através dos olhos do detetive Joona Lima. Nesta primeira peça da coletânea, o policial investiga o estranho assassinato de uma família sueca. O único sobrevivente à cena do crime é um jovem de 15 anos; e aparentemente o assassino também o queria morto, afinal, o garoto possui mais de cem facadas pelo corpo! Para desvendar o massacre, Joona recorre a um hipnotista que não realiza trabalhos há dez anos e é acusado de ser antiético.


(Foto: Reprodução)

A história mexe com a imaginação por sua riqueza de detalhes em cada capítulo: há descrições fortes que nos levam a criar a cena perfeita do que está sendo relatado – o que tornou o livro um best-seller internacional. E estas descrições são mescladas a conflitos de relacionamento, questões familiares, cenas de sexo e surpreendentes ligações de fatos que, à primeira vista, não pareciam ter sentido algum!

Aliás, é essa a peça-chave da série que te envolve da primeira à última página: a surpresa. Em dado momento você, em sua concepção, tem a certeza de que tal personagem foi responsável pelo crime; após alguns capítulos, você aposta em outro personagem; e depois outro e outro. No final, não sabe mais quem deve apontar como assassino e... PÁ! O livro desvenda cada detalhe do crime de uma forma que você, com certeza, não havia imaginado.

O sucesso da obra de Lars Kepler foi tamanho que o livro ganhou sua versão cinematográfica! O filme foi lançado em setembro na Suécia e ainda não tem previsão para chegar ao Brasil (todos chora e torce, né?).Enquanto isso, dá para conferir o trailer:

 


Assim, “O Pesadelo” traz de volta Joona Lima, que agora é responsável por decifrar dois novos enigmas. O corpo de uma jovem é encontrado pela polícia dentro de uma lancha próxima ao arquipélago de Estocolmo – grande centro urbano e cultural da Suécia. Médicos afirmam que ela afogou-se ao constatarem seus pulmões cheios d’água. Porém, – tãn tãn tããããããn! – o barco está intacto e a garota, com corpo e roupas totalmente secas. No dia seguinte, um funcionário de alto escalão do governo aparece enforcado em seu apartamento ao som de uma música de violino; dizem que o mesmo suicidou-se, maaaas... O salão tem pé-direito alto e não há um móvel sequer que ele possa ter utilizado para subir.

Esta segunda obra de um grande quebra-cabeça tenta desvendar se há um vínculo entre estes dois crimes através da psicologia obscura de cada um dos personagens que revelam que, muitas vezes, temos de lutar contra nossas próprias motivações e medos.

O Pesadelo
Ano: 2012
Autor: Lars Kepler
Editora: Intrínseca


Por: Tatiane Gonsales
De: São Paulo - SP
Email: tatiane@hotmail.co.uk
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