#05: Visibilidade Trans

Confira na capa do mês de fevereiro da Revista Friday, uma entrevista sobre os desafios de uma pessoa trans, com a ativista LGBT Rebecka de França.

INTERNET: Mudanças, tecnologia e Google+

Confira algumas mudanças que o google+ realizou para agradar os usuários.

Conexão Canadá: Vancity- The Journey begins

Camila Trama nos conta um pouco de seu intercâmbio em alguns lugares do Canadá.

CINEMA: Sassy Pants

Rebeldia, insatisfação e as paixões fazem parte do cotidiano de todos os adolescentes, confira a resenha do filme Sassy Pants.

VITRINE: O universo feminino de Isadora Almeida

Inspirada por ilustrações de moda, estamparia e coisas que vê por aí, conheça o trabalho da ilustradora mineira Isadora Almeida.

31 de outubro de 2013

Kapetan Dimitris - Koyzina Paradosikh

Foi na Grécia antiga que o termo “gastronomia” foi usado pela primeira vez. É daí que vem a certeza de que na Grécia come-se bem. Muito bem, por sinal. E quando o assunto é prato típico, cada região ou ilha tem o seu, mais ou menos como na Itália. Em Santorini, por exemplo, o prato tradicional é tomato keftedes, e eu tenho a impressão de que encontrei o lugar onde servem o melhor deles…




Eu passava férias na ilha, em julho de 2012, quando fiz essa refeição verdadeiramente memorável. Em um fim de tarde, depois de conhecer o farol de Akrotiri, em Faros, a fome apertou. Achava que não encontraria nada aberto por perto, quando uma placa de concreto, à beira da estrada, pintava: “Taverna Capitão Dimitris – Comida Tradicional”.
O local estava vazio, e senti como se estivesse invadindo a casa de alguém. Continuei entrando e descobri, numa espécie de terraço, um senhor que lia jornal, uma senhora que tomava café e uma moça morena de tranças que tivara os pratos da mesa. Aquela era, obviamente, a família que vivia ali. Estava pronta para sair me desculpando quando o senhor baixou o jornal e pediu que eu me sentasse, que eles haviam acabado de almoçar e já iam me atender.
Sua esposa, Dona Bárbara, logo arrumou uma mesa com toalhas de papel e trouxe um cardápio – que permaneceu fechado. Ela explicou com um sotaque carregado que não teve tempo de ir ao mercado naquele dia, mas que seu marido, o Capitão Dimitri, havia pescado logo cedo e o peixe estava fresco, bom para comer. Dizendo isso, me arrastou pela cozinha, insistindo para que eu desse uma boa olhada nos peixes. Ela abriu orgulhosa uma gaveta metálica de onde exalava um forte cheiro de mar – sem dúvidas, estava bem fresco.

Quando chegou à mesa, o peixe esava absolutamente divino - e não poderia ser mais simples. Foi colocado na grelha com cabeça e tudo, e devorado em instantes, temperado apenas com azeite e limao siciliano. 




 Para acompanhar, os Tomatos Keftedes. Fiquei intrigadíssima com aquela espécie de bolinho vermelho e frito na minha frente. Após provar -  e aprovar com méritos, perguntei exatamente o que era aquilo, ao que Dona Bárbara, com a maior paciência do mundo e se esforçando ao máximo para falar em uma língua que eu entendesse, me explicou que era uma massa feita de molho de tomate, temperos, farinha e cerveja. 

Os tomates, fez questão de ressaltar, eram provenientes de sua própria horta. O orgulho nos olhos dela quando conta isso se deve ao fato de que é realmente uma tarefa difícil crescer tomates numa ilha de solo vulcânico como Santorini.
 Ainda em extase pela descoberta gastronômica mais inusitada dos últimos tempos, provei a sobremesa. Outra surpresa ao descobrir que o acompanhamento melado e laranja que me foi servido com um autêntico iogurte grego era um – quem diria – doce de cenoura!
Terminei o almoço simplesmente maravilhada por ter comido tão bem pagando um preço tão justo. Esta foi, sem sombra de dúvidas, a melhor refeição da viagem. Não sei ao certo se foi a vista e o ambiente agradável do restaurante, o sabor autêntico e delicioso da comida ou a simpatia e cordialidade dos novos amigos gregos, mas a experiência valeu os 10108km de distância e a re-descoberta do sentido da palavra “gastronomia”.


Por: Bianca Chaer
De: São Paulo - SP
Email: bianca.chaer@gmail.com

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30 de outubro de 2013

Conexão Ásia: Hoi An - A cidade antiga do Vietnã

Mais três horas de viagem e chegaríamos em Hoi An, mais uma cidade vietnamita considerada um patrimônio histórico da Unesco. Desta vez, nosso ônibus não tinha banheiro, então na parada tivemos que enfrentar o "buraco". Mas não foi tão ruim assim, chegamos logo ao nosso local de destino. O que nos incomodou mais desta vez, foi o mau cheiro dos colchões das nossas "beliches" do ônibus! 


Este é o interior do tão famoso "Sleeping Bus"

Em meio as conversas com os outros passageiros, descobrimos o hotel Green Valley. Ele ficava bem próximo do centro histórico e tinha piscina, finalmente um pouco de conforto. O preço não era nada mal, USD $25 por noite! E logo ao chegar, ganhamos um drink de cortesia!

Guardamos as malas no quarto e fomos na empresa de ônibus para reservar nossos lugares para o próximo destino  para o dia seguinte. Novamente mais uma surpresa, fomos informados que só tinham vagas dentro de três dias! Isso apertou e muito o nosso cronograma. Um novo desafio foi lançado: percorrer 595 km em cinco dias de ônibus para chegar em Saigon, caso contrário, perderíamos nossa passagem de avião para o próximo país de nossa lista, o Cambódia.

Decidimos esquecer os problemas, curtir a piscina do hotel e explorar a cidade. Hoi An possui um centro antigo, onde as casas permanecem com a mesma estrutura e construção de antigamente. Nós visitamos lá também a "Japanese Bridge", ou, ponte japonesa, que foi construída em 1593, para ligar o bairro japonês a um outro chinês. Nela, há um templo budista, que pode ser visitado, basta adquirir um bilhete turístico, o  Hoi An Old Town Pass. Esse bilhete serve como um ingresso para entrar em templos e também nas casas antigas, que fazem parte da história do país.


Japanese Bridge, Hoi An

Hoi An é uma cidade litorânea, mas seu forte mesmo são as inúmeras ruas históricas. O centro antigo foi um importante porto de comércio internacional, e por conta disso, tem influência das culturas chinesas, japonesas e europeias.


O porto de Hoi An é um dos portos mais antigos e preservados de todo o sudeste asiático
A cidade fica às margens do rio Thu Bon, que a noite fica todo iluminado com as luzes das lanternas das casas, ruas e barcos. Passear a noite por esse lugar é mágico e também muito romântico, um ótimo local, cheio de restaurantes, bares e fé! Digo fé porque é comum vietnamitas e turistas comprarem de vendedores ambulantes, velas "flutuantes". Você faz um pedido e solta a vela no rio, com a crença de que esse pedido irá se realizar.


Vendedora de "velas flutuantes"

Lá, nós também assistimos a um show de dança e música típica. O show foi maravilhoso e o que mais nos deixou impressionados foi ver as crianças tentando imitar os atores e dançarinos! As menininhas vietnamitas, reproduziam direitinho os passos de cada dança, demonstrando através de sorrisos e canções o carinho pela própria cultura.


Festival de música e dança tradicional a beira do rio Thu Bon

Passamos nossos três dias visitando todos esses lugares do centro antigo, e pudemos notar que o local também é famoso por suas lojas de alfaiataria. Ternos, vestidos e kimonos são feitos sob medida e entregues em 24 horas com uma qualidade impressionante. 




Comerciante preparando um bolinho à base de arroz e milho
Se você gosta de artesanato, você definitivamente tem que conhecer Hoi An. Lá encontramos diversas bonequinhas vietnamitas feitas de pano, e os nón lá, tradicionais chapéus, feitos de folha, muito usado por camponeses e agricultores para se proteger do forte sol nas plantações de arroz. Os artistas vietnamitas trabalham com excelência todos os tipos de matéria prima desde os mais resistentes como ouro, prata e bronze até os mais delicados tecidos como por exemplo a seda. 




Encontramos novamente o casal israelita, que conhecemos no tour para Halong Bay e fomos a um dos barzinhos do centro antigo e tomamos uma cerveja local, a Biere Laure, que era muito boa por sinal! Nesta cidade, pudemos encontrar restaurantes de diversos tipos além dos tradicionais macarrões com carnes e legumes, vendidos nas banquinhas de rua. 

O lugar que mais gostamos de jantar foi o The Vetiver Restaurant, um restaurante de comida típica vietnamita, bem charmoso, moderno e com decoração tradicional. Eles tinham o melhor Goi Cuon do país, este prato consiste basicamente em uma folha de arroz transparente que era umedecida na água, recheada com camarões e vegetais e enrolada como um wrap. Todo esse processo era feito por nós, os primeiros não ficaram bons mas depois ficamos craques no assunto.

Uma dica importante também, que vale para toda a Ásia, é tomar cuidado ao beber e até mesmo ao escovar os dentes com a água. Boa parte do Vietnã não tem condições de saneamento básico adequadas. Por conta disso, sempre comprávamos garrafas de água lacradas e em restaurantes também optávamos por essa opção ou refrigerante, ao invés de sucos naturais, e sempre sem gelo!

Como disse anteriormente, Hoi An é uma cidade litorânea, e não podíamos deixar de visitar ao menos uma ilha de lá. Os hotéis possuem diversas opções de tour, assim como nas pequenas agências de viagem nas ruas, porém, nem todas são seguras, por isso compramos nosso pacote no hotel, apesar de ser um pouco mais caro. Sempre pergunte para funcionários da sua acomodação, ou até mesmo turistas, se eles têm algum local para lhe indicar. Enfim, decidimos comprar o tour para Cham Island. 

De manhã cedo pegamos o ônibus que nos levou para uma praia onde saia um barco de motor para nos  levar até as ilhas. Nosso grupo precisou de dois barcos, e no meio do caminho, já em alto mar, um deles quebrou! Nós tivemos que segurar um barco no outro e as pessoas tiveram que "pular" para nosso barco! Detalhe: algumas delas não tinham coletes salva vidas! Passado esse susto, continuamos o passeio. 

Chegamos à capital das ilhas, a Bai Lang, onde conhecemos a vila de pescadores, onde vivem cerca de 2.400 pessoas, conhecemos suas casas, muito simples, feitas de folhas e bambus.

As principais fontes de renda me Cham Island são o turismo e a pesca
Lá também encontramos um templo, como falamos anteriormente, templos são comuns em todo o Vietnã. A fé e respeito que eles têm  à religião, Buda e aos deuses é fascinante. E lá estava, de repente, um Buda enorme olhando para nós, em frente a um laguinho com flores vitórias régias!




Voltamos então para o barco e o piloto parou em um ponto estratégico para podermos mergulhar. Vimos  muitos peixes coloridos e lindos, porém, havia pequenas águas vivas! E tivemos que sair rapidamente da água. 
E para terminar aquele dia, paramos na praia Bai Chong, para relaxar, comer e tomar sol. Tudo estava incluso no tour, que pagamos cerca de USD $25 cada um!


Praia de Bai Chong - um paraíso muito quente

Prato típico vietnamita 

Bom mais uma etapa de nosso mochilão estava concluída, chegou o momento de mais uma vez fazer as malas e partir! Mas agora, nos preparamos para enfrentar 26 horas de viagem dentro do sleeping bus. Por conta do atraso em nosso cronograma, tivemos que pular uma cidade e ir direto para Saigon, ou, seu nome oficial, Hoi Chi Min. Será que chegaremos a tempo? Não perca o próximo capítulo! Até lá!

Por: Fernanda Mizzin e Marcus Farias
De: São Paulo
Email: planejamentow4b@gmail.com

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29 de outubro de 2013

Não se fazem mais passados como antigamente #22 – Caso de polícia (DOSSIÊ)

                Algumas bandas de rock podem ser comparadas à palitos de fósforo. Vejam só vocês o Rolling Stones, 51 anos e meio queimando. Aerosmith é um fósforo vermelhinho americano, queimando à base de cocaína e narcóticos desde 1969. Teve banda de rock que queimava feito louca mas quando o vocalista morreu ela apagou – a esse caso pode –se falar do Doors, do Queen ou mesmo do Nirvana.
                Agora, convenhamos: nenhum desses “fósforos” queimou tão rápido e tão bem quanto o The Police. Em cinco anos a banda nasce, morreu e deixou uma legião de fãs com o babador no queixo.

*
Em 1978: Stewart, Sting, Andy (Reprodução)

                Deve ter sido dificílimo o ano de 1978. Imagina você o petróleo ainda explodindo de preço. Imagina a ditadura na América Latina toda. Pior de tudo: IMAGINA O PUNK ROCK!  Numa época onde Johnny Rotten e banda sacudiam o mundo com uma variante engraçada de anarquismo (que incluía um empresário capitalista mão-de-ferro, Malcolm McLaren, por trás), numa época onde se tocar músicas gritas e rápidas com dois ou três acordes era a inovação do século, nos subúrbios de Londres pequenas bandas ainda mostravam o poder de uma composição mais bonita.
                Entre elas, uma banda com a formação mais variada possível: o baterista, Stewart Copeland, era um americano filho de um ex-espião da CIA e uma ex-espiã inglesa (daí provavelmente o nome da banda).  O guitarrista, Andy Summers, oito anos mais velho que todo mundo na banda, já tinha tocado algum tempo com Eric Burdon &The Animals. E o baixista, um loiro de apelido Sting, era filho de um leiteiro e uma cabeleireira. A cara da banda de garagem – e a alma também, já que o primeiro single da banda nasceu com um orçamento de 150 libras.









Gravadora: A&M Records

Lançamento: 2 de novembro de 1978

Nota: 9,5 / 10




                Após assinar um contrato com a gravadora A&M e se livrar do guitarrista Henry Padovani, a banda seguiu para um pequeno estúdio nos arredoes de Londres e concebeu o primeiro álbum, o Outlandos D’Amour. As canções são cruas, com muito pouco tratamento – marca das novas bandas de rock da época- mas extremamente variadas. Há o rock descompromissado da elegante abertura Next to You; ou o reggae de Can’t Stand Losing You e da final So Lonely.  O álbum não fez  sucesso na época do lançamento (meses depois ele engararia nas paradas americana e britânica), mas o que seria do rock sem o toque de veludo de Roxanne, que questiona um tema tão pesado numa melodia tão mas tão mas tãããããããããããão linda?






Gravadora: A&M Records


Lançamento: 5 de outubro de 1979
Nota: 8,5 / 10




                A banda seguiu a carreira baseada em uma fusão de pop, rock e reggae. E também seguiu com a tradição de nomes difíceis nos álbuns. O segundo, ironicamente cunhado Regatta de Blanc (ou “reggae de branco”, como eles eram chamados), tem uma produção melhor, uma direção melhor. A banda perde o medo que normalmente existe na produção do primeiro álbum e busca umas texturas aqui e ali, alguma coisa mais caprichada. E, pela primeira vez, a banda do loiro dos baixos alcançou o primeiro lugar nas paradas.
O punk definhava pelos cantos, dando espaço aos novos ritmos mais soturnos como o gótico e o pop da Joy Division (a.k.a. “melhor banda de tumblr rock”). E, estranhamente, o rock voltava a tomar um rumo ascendente – Bruce Springsteen virava o chefe na América e o Queen se consolidava na Europa. E o Police, transitando entre esses dois continentes, com uma canção sobre solidão, sobre alguém ler sua história – enfim, sobre uma mensagem na garrafa. O sucesso foi imediato na Inglaterra (número 1) e Austrália. Outra canção de destaque no álbum é a mezzo britânica mezzo jamaicana “Walking on the Moon”.






Gravadora: A&M Records

Lançamento: 3 de outubro de 1980
Nota: 9 / 10



O terceiro filho, Zenyattà Mondatta, é o último a vir com nomes sem sentido. Mas a qualidade musical colocou o Police entre as maiores do seu tempo –e a deixa lá até hoje.  O som começa a ter mais cara de rock e menos do ritmo jamaicano que permeava os primeiros trabalhos. Ícones musicais dos anos 80 como Don’t Stand So Close To Me (cujo refrão viraria a introdução de outro hino dos anos 80, Money for Nothing, dos Dire Straits) e a chiclete De Do DoDo, De Da Da Da tornaram o Zenyattà um sucesso de crítica e venda (2x platina nos EUA), quando as canções de rock tendiama ser mais curtas, de tiro rápido, sem os solos e jams de bandas dos anos 70 (Nesse mesmo ano, o Yes se afundava numa crise existencial com um álbum, de nome Drama, que parecia vir do passado. E a faixa de abertura tinha dez minutos e meio. O álbum seguinte, já com a cara dos anos 80, estourou em vendas graças a músicas com riffs chicletes como essa).
E o fósforo continua a queimar. Forte, com uma chama altíssima.

Então a banda vai para o quarto trabalho em quarto anos. Entre produção, lançamento e turnês, deve ter havido pouquíssimo tempo de férias. Se você já se cansa de encontrar alguns companheiros de trabalho de segunda a sexta, imagina competir em egos – e alguns beijos de fãs – com dois amigos seus por anos a fio? Óbvio, essa bomba ia estourar – mas não agora.






Gravadora: A&M Records
Lançamento: 2 de outubro de 1981
Nota: 7 / 10





Lançando o quarto álbum no aniversário de três ano do primeiro, agora o The Police era uma banda completamente dentro dos anos 80. Tanto que a capa do Ghost in the Machine era um exemplo máximo da tecnologia da época: três displays de números com uma breve caricatura dos membros da banda – Sting é o do meio, com o cabelo espetado. Pela primeira vez a banda usa o sintetizador de maneira mais pesada, rompendo os laços com o reggae quase definitivamente.
O que não significa que seja ruim. O grande single do álbum, Every Little thing she does is magic, é bastante ritmada, com um grande desempenho de Stewart Copeland e, devido ao uso demasiado de tecladinhos, quase não se ouve a guitarra de Andy Summers. Por isso que Ghost foi o primeiro álbum a contar com os constantes desentendimentos entre o trio.
Mesmo assim, como um fósforo desses persistentes, eles seguiram. O ano de 1982 foi o primeiro a não contar com álbuns da banda, mas em 1983 a banda chegou com uma caixa com tantos sucessos que pagava 1982 com juros. Parecia que, novamente, Sting, Copeland e Summers entraram em sincronia novamente.







Gravadora: A&M Records
Lançamento: 1º de junho de 1983
Nota: 9 / 10




Usando o teclado como um quarto membro da banda, o grupo voou em novas texturas, ritmos mais acelerados e letras –ainda- mais voltadas pra rádios. Synchronicity era tão meloso que todos nós até hoje não tiramos da cabeça a letra de Every Breath You Take, primeiro single do disco. Se você, como eu, é um stalker, pode até se identificar com a letra.
Outro elemento que dá uma graça extra ao disco é o xilofone tocado por Copeland. Canções como a clássica King of Pain e a faixa-título, dividida em duas partes, geraram clipes, três Grammy e um mar de dinheiro tão grande que não parou de jorrar até hoje.
Mas, durante a turnê, a ferida causada pelos desentendimentos entre os três não sarava. E crescia, inflamava. E chegou ao ponto crítico: após o show de encerramento da turnê do último trabalho, em março de 1984, a banda se dissolveu por um tempo, buscando projetos solos. Depois do concerto final em Melbourne, Austrália, eles nunca mais entrariam em um estúdio novamente.


*

A banda rachou-se e cada um foi pro seu lado, cada um fazendo sua carreira solo decolar. Sting foi aturar em filmes e seguir cantando musiquinhas melosas –  (If you love somebody) Set Them Free é uma delas; Copeland gravou trilhas sonoras para filmes e inclusive chegou a lançar trabalhos com nomes falsos. Andy Summers gravou o estranhíssimo I Advanced Masked com outra lenda da guitarra: Robert Fripp, líder dos King Crimson.


*

Em 2008, na mesma ordem da primeira foto (Reprodução)

E assim o fósforo se apagou. Em 5 anos, queimou como poucos. As tentativas de reunião foram aos montes: em 1986 eles se juntaram para um show da Anistia Internacional e inclusive tentando gravar algumas músicas novas. Mas o baterista sofreu um acidente jogando polo e o máximo que conseguiram foi regravar a canção Don’t Stand so Close to Me, do Zenyattà. Em 2003 a banda foi indicada ao Hall da Fama do Rock and Roll, e tocou apenas três músicas (aqui a sexy versão de Roxanne). Em 2007 a surpresa: a banda resolve sair em turnê – inclusive num histórico show pra mais de 75 mil pessoas no Maracanã.
Aí todos os fãs deram os braços, fecharam os olhos e falara: Agora vai.
Mas depois do fim da turnê, num show em Nova York numa quinta-feira de Agosto de 2008, Stewart Copeland foi seco: a banda nunca mais subirá aos palcos novamente.1
            Mas, pelos 5 anos de carreira, 25 anos de legado e pelos cinco minutos dessa música que nunca vai sair de nossas cabeças, talvez tenha valido a pena. Muito.





Por: Guilherme Mendes
De: Carapicuíba - SP
Email:g.lazaro@outlook.com

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28 de outubro de 2013

Pirataria

Acredito que todos já tenham ouvido falar sobre o assunto. Em verdade, o termo “pirataria” tem origem no grego e diz respeito a “assaltar” ou “violar”. Hoje em dia, a pirataria  refere-se a prática de vender ou distribuir produtos sem a expressa autorização dos proprietários. A pirataria é considerada crime contra o direito autoral e a pena para este delito pode chegar a quatro anos de reclusão e multa.

Fonte: sxc
Muitas coisas são pirateadas, como roupas, calçados, utensílios domésticos, remédios, livros e, no âmbito da tecnologia, softwares e CDs. A pirataria, considerada por muitos como o crime do século XXI, atualmente movimenta mais recursos que o narcotráfico. O crime é financiado, em sua maioria, por grandes grupos organizados e máfias internacionais – além de ser uma das práticas mais usuais envolvendo lavagem de dinheiro.

Recentemente, o juiz de Direito Roberto Coutinho Borbada, da 2ª vara Criminal de Alvorada/RS, julgou improcedente denúncia do Ministério Público contra homem flagrado vendendo DVDs piratas. 

O fundamento de sua decisão levou em conta as práticas adotadas pela sociedade: “É fato notório que CDs e DVDs 'piratas' são vendidos, e revendidos, às escâncaras, nas grandes, médias e pequenas cidades, em quase todo o Brasil".

Explicou que muitos são os que utilizam músicas "baixadas" de sites da internet, e as armazenam em seus dispositivos de iPods, iPhones e outros aparelhos.  Lembrou também que não há nenhum tipo de coerção estatal contra tais pessoas. "Como sói acontecer neste país, boa parte da reprimenda criminal parece estar voltada às classes baixas, economicamente desassistidas", afirmou, completando: "Aqueles que nitidamente não obtiveram colocação no mercado de trabalho formal e buscaram sustento no comércio informal, acabam suportando a ira da legislação penal simbólica e voltada, exclusivamente, à tutela de grupos econômicos específicos..."

Na sentença, esclareceu ainda, que no caso em questão, deve ser aplicado o princípio da adequação social, que foi desenvolvido sob a premissa de que uma conduta socialmente aceita ou adequada não deve ser considerada como ou equiparada a uma conduta criminosa. 

Assim, o julgador absolveu o réu no crime de violação dos direitos autorais.

Importante destacar que este foi o posicionamento adotado por um juiz. Não vincula-se à todos os casos análogos, mas demonstra que o Judiciário possui também a “consciência coletiva” em seus julgados, pois se a própria sociedade mantém a aquisição destes produtos frequentemente e, embora haja fiscalização das guardas municipais (Quem nunca se assustou com gritos de “olha o rapa” ao andar em alguma rua do Centro das cidades?), esta “tolerância” fez com que o cenário fosse quase natural em muitos locais.

Vamos combinar? Houve uma série de debates entre os grandes especialistas da área por conta deste tema! Então vamos legalizar todos os demais crimes só porque a sociedade os adota como conduta? Como fica a organização de tudo isso?

Estamos no ponto de diferenciar o potencial de cada crime e conduta criminosa, com a razoabilidade envolvendo as partes envolvidas, sem “pré-julgamentos”, mas analisando, assim como fez o juiz, a condição da sociedade e dos possíveis impactos à economia e educação.



Por: Sidnei Curzio Junior
De: São Paulo - SP
Email: scurziojr@gmail.com

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[+18] O sexo em tempos antigos

         Antigamente,  em Roma, ser solteiro e não ter filhos era motivo para punições.   
A prostituição, por exemplo, era aceita perante a sociedade. Informações como estas são oriundas de documentos encontrados da Idade Antiga. Os mesmos estão recheados de curiosidades sobre o mundo do sexo, e é o que vamos ver agora:

         Algumas doenças venéreas já eram conhecidas por aquele povoado, porém, mesmo com o avanço da medicina, algumas crendices populares ainda tinham forças: Lidar com uma mulher menstruada, por exemplo, fazia-os acreditar que o vinho azedava.


         A homossexualidade era comum na Grécia. A relação de homens maduros com os jovens fazia parte do cotidiano dos gregos. Pelo lado mitológico, dizia que Orfeu, um dos deuses da época, se apaixonou por um adolescente após a morte de sua esposa. Abaixo, segue um trecho do livro Amor, Sexo e Casamento na Grécia Antiga, de Nikos Vrissimtzis.  


“A homossexualidade masculina entre dois homens adultos era inaceitável socialmente, o que não quer dizer que não existia. Tal como no caso dos romanos, o passivo era o alvo da condenação  e da vergonha, porque ser penetrado remetia a um papel feminino de submissão (e a sociedade grega era tremendamente machista). Aliás, entre as piores ofensas que se poderia fazer a um cidadão estavam “depravado” e “ânus largo”.”

         Na Grécia e em Roma, o casamento era levado a sério. Em Roma, por exemplo, mulheres adúlteras quase sempre eram condenadas  à morte. Felizmente, isso mudou após uma lei do imperador Augusto. Obviamente que bigamia tampouco era inaceitável!

         Muitos podem pensar que, por serem um povoado antigo, as leis não eram tão eficazes... Enganam-se. Além de usada com fervor, a maioria era cruel e radical. Naquela época, mulheres estupradas, se não pedissem ajuda, eram punidas juntas do agressor. Sim, se fazia necessário gritar “SOCORRO”, e nada de “OH, YEAH!”.  No Egito, homens safados e traidores eram castrados, e as mulheres ficavam sem o nariz. 



         A medicina com certeza era uma aliada da época. Hipócrates, um grego precursor da medicina, calculou a duração da gravidez em dez meses, tempo semelhante aos nove meses de hoje em dia. Houve também a descoberta de anticoncepcionais naturais, tais como a semente de cenoura. Outro exemplo de que o povo era mais avançado do que imaginávamos era o fato de a masturbação ser dada como algo absolutamente natural. Não havia punições para tal ato.

Ah, vale lembrar que as prostitutas daquela época eram escravas, mas também haviam algumas comercializadas para os bordéis pelos familiares. Em Roma, as garotas de programa pagavam impostos.  E um fato interessante: Os cabelos deveriam ser vermelhos ou loiros.

        
Imagem/Fonte: http://mundoestranho.abril.com.br

Por: Eduardo Albuquerque
De:Niterói RJ
Email:eduaardo.albuquerque@gmail.com

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27 de outubro de 2013

Conheça a câmera dos mestres

Provavelmente um dos mais importantes fotógrafos do mundo. E um dos criadores do "street photography", tipo de fotografia que a Leica é imbatível.

Quando falamos de Leica, rola um arrepio na espinha de todos aqueles que gostam de fotografia. Essas câmeras alemãs custam dezenas vezes mais do que as similares e mesmo assim ainda vendem bem!
A Leica não segue moda, nem parece estar muito preocupada com as mudanças do mercado: para vocês terem uma ideia ela só lançou uma linha de câmeras digitais em 2006 e mesmo assim manteve a fabricação da versão de filme (a qual é praticamente igual desde a década de 50).
Muitos afirmam que isso é conseqüência de uma genial estratégia de marketing. Pode até ser. Mas, de qualquer forma, lá na década e 30 muitos escolhiam a Leica no lugar de varias outra marcas de renome (já ouviram falar da Zeiss?) 
Ok, vamos aos motivos que fazem com que a as câmeras da linha M da Leica sejam tão aclamadas:

1.  Ela é pequena:
Câmeras profissionais geralmente são penduradas no pescoço e, em longas caminhadas, até são responsáveis por sérias dores nas costas. Com a lente certa você pode colocar uma Leica M no bolso da jaqueta sem incomodar tanto!

2. Silenciosas:
Imagina a cena: aquela pessoa dormindo serenamente, a luz amarela do sol incidindo perfeitamente sobre seus cabelos. Você não vai querer interromper aquele momento com um "cleck". Então, se você não quer ser notado, use uma Leica.

3. Ela é resistente:
A Leica foi pensada como um instrumento de trabalho, e assim como qualquer britateira não pode deixar o operador de britadeira (?) na mão. A Leica foi pensada para ser robusta o suficiente para agüentar pancadas, chuva, poeira e todas as outra interpéries climáticas.

4. Ela é discreta:
Não para os amantes de fotografia, é claro. Como eu já disse aqui as pessoas simplesmente gostam mais se você tem uma Leica e vão pedir para vê-la e tudo mais. Maaas, para quem não entende de câmera, uma Leica parece menos "profissional" que uma SLR. Provavelmente vão se incomodar menos ao ver uma Leica apontada para elas.

5. Grande variedade de acessórios:
A Leica oferecia tudo o que você poderia precisar e algumas coisas que você provavelmente nunca ia precisar.
Mais um, o cineasta Stanley Kubrick posando com sua Leica

Bom, você leitor, provavelmente vai achar estranha a conclusão desse texto. A série M da Leica é e sempre será lendária. Essa câmera fez história nas mãos de todos os melhores fotógrafos de rua.
Mas ainda sim existem alternativas quase tão boas quanto por uma fração do preço, as quais, provavelmente não serão tão históricas nem tão lindas quanto uma Leica. Mas continuam sendo alternativas que oferecem um custo benefício bem melhor! 
A Zorki, uma cópia Russa de 1940 de Leica III: tirando a qualidade de construção e o preço, não existe muita diferença.


Por: Leo Lazzaro
De: São Paulo - SP 
Email: contato@revistafriday.com.br

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