P.S.: Essa história é real, então só vou entregar o nome da garota.
Ana pagou boquete para o cara errado. É, talvez você também. E a Carol, a Luana também. A Monique ainda rebolou nas coxas do outro. Mas vamos nos ater a Ana. Porque por mais que não haja o certo e errado no sexo - vai por mim, tudo é válido, desde que não me faça fio-terra -, o amor carrega uma porção de valores que precisam coincidir com sua consciência, seu sentimento e, consecutivamente, sua sexualidade.
É que no início do ano, a Ana já viveu o final de filme de Sessão da Tarde: conheceu o rapaz certo, gostoso, barbudo, honesto, livre, de caráter e, pior, sensível. O príncipe encantado do século 21, mas de bermudas, chinelos e um anel de tucum. Quando ela já o viu pela primeira vez, percebeu suas virtudes. Veio o encanto, o beijo, dividirem o pão juntos, a rede e um violão no fim do luau. A paixão, a amizade, o tesão e a confiança. Em dias, já confidenciavam segredos, pois o sentimento era espontâneo. Ponto.
Quis dizer vírgula. Sabe quando tudo se mostra certo demais? Sabe quando você está de cara com aquela pessoa que já te fascina só de olhar? É muito clichê de Malhação, e já que nossa vida dura mais de uma temporada, ela preferiu o rumo do incerto. Por morarem longe, Ana pediu pra distância continuar. Em meses, conheceu um outro - o cara que ela pagou o boquete. Não que ele não fosse barbudo, de caráter, honesto e até gostoso. Aliás, diga-se de passagem, se fosse Ana, acharia esse outro mais gato.
No entanto, a sintonia teve que ser construída. Não havia trilha sonora quando se viam, mas estavam juntos por questão de proximidade. Como entremeio de novela das seis, bem morno. Afinal, solteiros, precisavam estar juntos. Impossível não comparar o desempenho na cama entre os dois, o estilo de vida, até porque o novo se amarrava em tênis. Com o tempo, aceitaram-se a ponto de serem cúmplices da rotina. Em meses, dividiam o mesmo teto, o mesmo copo, a mesma cena. Uma relação perfeita de tesão com exceção de um detalhe.
Faltava para Ana aquela química, aquele sentimento que a fazia suscitar uma paixão avassaladora, um gostar demasiado da companhia em vez do medo da solidão, um apego gigantesco que fizesse arrepiar seu corpo e ainda por cima uma admiração e um humor inegável. Bem verdade que para uma relação, o necessário é apenas vontade. Mas sem ter aquele sentimento fazia com que ela e o agraciado pelo boquete diário não passavam de um casal de novela das sete, que nem Além do Horizonte, Sangue Bom e tantos outros pares insossos. O horário nobre foi quando ela marcou de se encontrar com o primeiro.
Sim, o primeiro príncipe veio à cidade dela passar uns dias. Trocaram mensagens, agendaram encontros e ponto. Sobe a trilha. Lá vinha toda a emoção de novo em suas devidas proporções com o forasteiro. E por mais que ela relutasse em beijá-lo, e beijá-lo, e desconfiar que ele é mesmo seu príncipe, haviam problemas: a terceira ponta desse triângulo, a imensa admiração pelo príncipe e a vergonha de tê-lo feito esperar - junto ao misto de não saber o que era o certo.
Para Ana, era indescritível a boa sensação e, ao mesmo tempo, o incômodo de estar com alguém que gostasse dela a ponto dela não merecê-lo. Um sentimento absurdo de elevar um cara para a pausa dramática, levando a um break interminável. Daí vem a questão: quando se trata de relacionamentos, os sentimentos são valores imensuráveis. Eles são simplesmente.
Eles não custam mais ou menos e, portanto, não são medidos, conquistados ou merecidos - só cultivados. A única coisa que você conquista das pessoas é atenção. E só. E se você quer um exemplo, tem esse de dentro de sua casa: quem, afinal, merece amor de mãe (ou tia, avó)? E quem merece amar o filho (ou sobrinho, ou neto)? Sentimentos simplesmente são.
Demorou para Ana ver o príncipe como alguém com sentimento superior, mas como príncipe homem, que sente o que sente. Talvez demore para você também, enquanto faz ou recebe boas chupetinhas. No fim desse ano, tudo voltou ao início para ela: solteira desde que teve uma DR feia com o terceiro a ponto de tirá-lo de casa (nem foi por causa do outro), agora espera conquistar a atenção do príncipe. E você, quem é a pessoa certa com quem tem vontade de cultivar sentimentos?
Ana pagou boquete para o cara errado. É, talvez você também. E a Carol, a Luana também. A Monique ainda rebolou nas coxas do outro. Mas vamos nos ater a Ana. Porque por mais que não haja o certo e errado no sexo - vai por mim, tudo é válido, desde que não me faça fio-terra -, o amor carrega uma porção de valores que precisam coincidir com sua consciência, seu sentimento e, consecutivamente, sua sexualidade.
É que no início do ano, a Ana já viveu o final de filme de Sessão da Tarde: conheceu o rapaz certo, gostoso, barbudo, honesto, livre, de caráter e, pior, sensível. O príncipe encantado do século 21, mas de bermudas, chinelos e um anel de tucum. Quando ela já o viu pela primeira vez, percebeu suas virtudes. Veio o encanto, o beijo, dividirem o pão juntos, a rede e um violão no fim do luau. A paixão, a amizade, o tesão e a confiança. Em dias, já confidenciavam segredos, pois o sentimento era espontâneo. Ponto.
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Percebe a sintonia e o clichê dos pares teen d'A Lagoa Azul e Malhação? |
Quis dizer vírgula. Sabe quando tudo se mostra certo demais? Sabe quando você está de cara com aquela pessoa que já te fascina só de olhar? É muito clichê de Malhação, e já que nossa vida dura mais de uma temporada, ela preferiu o rumo do incerto. Por morarem longe, Ana pediu pra distância continuar. Em meses, conheceu um outro - o cara que ela pagou o boquete. Não que ele não fosse barbudo, de caráter, honesto e até gostoso. Aliás, diga-se de passagem, se fosse Ana, acharia esse outro mais gato.
No entanto, a sintonia teve que ser construída. Não havia trilha sonora quando se viam, mas estavam juntos por questão de proximidade. Como entremeio de novela das seis, bem morno. Afinal, solteiros, precisavam estar juntos. Impossível não comparar o desempenho na cama entre os dois, o estilo de vida, até porque o novo se amarrava em tênis. Com o tempo, aceitaram-se a ponto de serem cúmplices da rotina. Em meses, dividiam o mesmo teto, o mesmo copo, a mesma cena. Uma relação perfeita de tesão com exceção de um detalhe.
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Bem, na foto, até que parece que rola um clima entre eles. Convence? |
Faltava para Ana aquela química, aquele sentimento que a fazia suscitar uma paixão avassaladora, um gostar demasiado da companhia em vez do medo da solidão, um apego gigantesco que fizesse arrepiar seu corpo e ainda por cima uma admiração e um humor inegável. Bem verdade que para uma relação, o necessário é apenas vontade. Mas sem ter aquele sentimento fazia com que ela e o agraciado pelo boquete diário não passavam de um casal de novela das sete, que nem Além do Horizonte, Sangue Bom e tantos outros pares insossos. O horário nobre foi quando ela marcou de se encontrar com o primeiro.
Sim, o primeiro príncipe veio à cidade dela passar uns dias. Trocaram mensagens, agendaram encontros e ponto. Sobe a trilha. Lá vinha toda a emoção de novo em suas devidas proporções com o forasteiro. E por mais que ela relutasse em beijá-lo, e beijá-lo, e desconfiar que ele é mesmo seu príncipe, haviam problemas: a terceira ponta desse triângulo, a imensa admiração pelo príncipe e a vergonha de tê-lo feito esperar - junto ao misto de não saber o que era o certo.
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Diz pra mim quem não tem bons sentimentos no horário nobre? |
Para Ana, era indescritível a boa sensação e, ao mesmo tempo, o incômodo de estar com alguém que gostasse dela a ponto dela não merecê-lo. Um sentimento absurdo de elevar um cara para a pausa dramática, levando a um break interminável. Daí vem a questão: quando se trata de relacionamentos, os sentimentos são valores imensuráveis. Eles são simplesmente.
Eles não custam mais ou menos e, portanto, não são medidos, conquistados ou merecidos - só cultivados. A única coisa que você conquista das pessoas é atenção. E só. E se você quer um exemplo, tem esse de dentro de sua casa: quem, afinal, merece amor de mãe (ou tia, avó)? E quem merece amar o filho (ou sobrinho, ou neto)? Sentimentos simplesmente são.
Demorou para Ana ver o príncipe como alguém com sentimento superior, mas como príncipe homem, que sente o que sente. Talvez demore para você também, enquanto faz ou recebe boas chupetinhas. No fim desse ano, tudo voltou ao início para ela: solteira desde que teve uma DR feia com o terceiro a ponto de tirá-lo de casa (nem foi por causa do outro), agora espera conquistar a atenção do príncipe. E você, quem é a pessoa certa com quem tem vontade de cultivar sentimentos?
Quem sou? Antes que me perguntem, sou Lincoln Spada, 22 anos, repórter, pós-graduando em Educação Sexual, curto chupetinhas, mas quando fala de sentimento, não espero ser o seu cara errado. Ah, Feliz Natal!
Por: Lincoln Spada
De: Santos/SP
Email: lincoln.spada@gmail.com
Imagens: TV Globo/Divulgação
Imagens: TV Globo/Divulgação
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